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Muitas vezes a gente deixa de fazer algo, ou até mesmo de pensar em algo, já antecipando a perda. Diversas vezes não nos sentimos merecedores de estar naquele lugar, de estar com aquelas pessoas, ou de pertencer e ser a pessoa que queremos ser, justamente por conta do medo da perda.

Esse capítulo tem tudo a ver com o anterior, sobre os traumas de rejeição e abandono. Porque, no fundo, são esses traumas que nos engatilham e nos fazem carregar esse medo constante de perder.

É muito difícil crescer em um ambiente de pobreza mental, onde à nossa volta as pessoas têm medo de alcançar coisas que nunca viram ninguém alcançar. É complicado desenvolver uma mentalidade forte nesse cenário. A gente cresce ouvindo os paradigmas que os outros colocam como verdades absolutas, e o que é “possível” ou o que a gente “merece”.

Mas quando somos crianças, acreditamos que podemos tudo. Principalmente em um mundo globalizado como o de hoje, onde na escola somos incentivados a sonhar com o que vamos ser quando crescer. E, de fato, nós podemos. Eu, pelo menos, acredito nisso. Mas o caminho é longo e árduo — dependendo da história de vida de cada pessoa, do ponto de partida de cada um e de onde cada um quer chegar.

O maior problema de trilhar esse caminho é quando as pessoas à nossa volta nos fazem acreditar que só conseguiremos ir até determinado ponto. Porque não temos referências próximas de quem foi além.

Esse capítulo não é apenas sobre “chegar a algum lugar” ou conquistar algo material. É, principalmente, sobre ser a pessoa que você quer ser. Sobre conquistar a autenticidade que você deseja. Se quando criança você sonhou em se tornar um adulto de determinada forma, é esse adulto que você precisa acreditar que pode ser. Não no que as pessoas, durante a sua infância, disseram que você deveria se tornar.

Falando ainda mais sobre o medo da perda: já comentei que ele vem diretamente ligado aos traumas de rejeição e abandono. Mas o medo, em si, também é um trauma. Pense comigo: por que sentimos medo de perder algo que ainda nem temos? Esse é, de fato, um grande dilema.

E eu posso responder: porque existe dentro de nós uma mentalidade de não merecimento. O não merecimento é a crença profunda de que você não é digno daquilo que deseja. E é justamente aí que está a raiz desse paradigma.


Relato pessoal: O peso dos ‘porquês’ que nunca fizeram sentido

Desde criança eu sempre sabia o que queria. Não porque alguém me disse, mas porque eu via na televisão, nos livros, no mundo, e achava interessante para mim. Crianças sempre sabem que são merecedoras, e isso é algo genuíno da infância. Mas, ao longo do tempo, conforme os traumas acontecem, elas vão se reprimindo, se restringindo, deixando de acreditar nesse direito de sonhar.

Então, eu sempre fui uma criança decidida. Nunca tive grandes dificuldades em fazer escolhas. Mas ao meu redor sempre diziam que tudo era muito difícil, muito complicado. E, quando eu perguntava os porquês, as respostas eram vagas: “porque a gente é pobre”, “porque ninguém que você conhece conseguiu”, “porque é assim que as coisas são”. Esses porquês nunca foram coerentes para mim. Afinal, se existem pessoas que conquistavam as coisas que queriam, por que eu não poderia?

Cresci nesse ambiente de escassez, entre dilemas e mentalidade de não merecimento. E, com isso, nasceu em mim a síndrome do impostor. Essa sensação de que, mesmo estando prestes a conquistar algo, eu era uma fraude.

A síndrome do impostor é exatamente isso: quando você sabe que tem tudo para conseguir, mas começa a acreditar que não é competente, que não é capaz, que não é merecedor. Esse pensamento não é realmente seu. Ele é fruto da escassez, da mentalidade que os outros colocaram em você, das limitações e frustrações que eles viveram.

E, por muito tempo na minha juventude, eu carreguei isso. Uma nuvem de negatividade sobre mim mesma. Pensava que não era merecedora, que não iria conseguir, que tudo era muito difícil.

Mas, em um dado momento, vi uma rachadura e me dei conta que nem eu acreditava nisso. Essas ideias foram inseridas em mim por outras pessoas. Pessoas que viveram suas próprias dores e traumas, e, inconscientemente, projetaram em mim. Quando entrei nesse nível de consciência, percebi que, quando criança, eu não acreditava em nada disso. Aos poucos, fui me reconectando com a minha versão que acreditava, que sonhava, que não tinha medo de desejar.

Quando, de fato, essa ficha caiu, eu parei de acreditar no que os outros falavam sobre o que eu poderia ou não poderia almejar. E isso só aconteceu após muita leitura — livros de diversos: filosofia, sociologia, autoajuda, literatura clássica — além de vídeos de psicólogos, artigos sobre psicologia e estudos do comportamento humano. Quando finalmente entendi um pouco de como funciona a mentalidade humana diante da escassez, do abandono e da rejeição, consegui dissipar aquela mentalidade que me aprisionava.

Hoje, entendo meu merecimento. E percebi que ele não consiste em ter ou conquistar algo apenas por mérito concreto, mas em algo muito mais profundo: um merecimento humano. Eu acredito que todos os seres humanos merecem tudo aquilo a que se propõem. O merecimento é algo muito íntimo, pessoal. Se você acredita que merece algo, então de fato você merece, porque vai se colocar em situações e em caminhos que vão te levar até lá.

Todo ser humano merece não estar em situações de pobreza e de escassez e uma vida digna. Mas, para além disso, quando falamos dos nossos sonhos e da vida que queremos construir, o merecimento é individual. É sobre aquilo em que você acredita para si.

E não, não estou falando sobre meritocracia. Muito pelo contrário. A meritocracia é mais um dos muitos paradigmas criados para limitar pessoas. A crença em si mesmo é o ponto de partida.

Sei que, ao dizer isso, algumas pessoas vão dizer que estou sendo contraditória. Mas as pessoas a quem meu conteúdo realmente se dirige, irão entender. Elas vão pensar, vão refletir e questionar. Porque acreditar em si não significa ignorar que o caminho é difícil. Pelo contrário: você sabe que vai exigir suor, vai exigir sacrifícios. Talvez você precise acordar mais cedo, talvez precise mudar toda a sua vida para chegar onde deseja. Eu também ainda não cheguei lá. Mas, mesmo assim, acredito indubitavelmente que o ser humano que se propõe a algo, vai conseguir, independentemente de tudo.


O seu merecimento não precisa de validação

Acho que o maior problema é que as pessoas confundem a questão do merecimento individual com palco e atenção para si. É natural que todo ser humano que cresceu com o trauma da falta de atenção projete isso, buscando validação externa, afinal, não recebeu esse olhar na infância.

Por isso, muitas pessoas acreditam que precisam se provar o tempo todo. Acreditam que alguém, ou alguma instituição, vai dizer se elas são merecedoras ou não. Assim, ficam esperando que a sociedade diga quem elas são, em vez de colocarem seus próprios valores na mesa. Mas o merecimento não tem nada a ver com o palco que vão te dar. Por isso, existe tanta confusão acerca do assunto. Quando geralmente se fala sobre merecimento, as pessoas logo apontam o dedo e dizem: “Você está sendo meritocrática.”

Merecimento não é sobre uma disputa com as outras pessoas para se provar para o mundo. Na verdade, isso é egocentrismo. Quando eu falo sobre merecimento, quero dizer exatamente isso: o seu merecimento individual, aquilo que você acredita para si.

O ponto é que o seu merecimento é só seu, uma competição íntima. E é isso que as pessoas não entendem. É muito desleal com você, ter que competir o tempo inteiro com 8 bilhões de pessoas para pensar que você merece algo. Você não acha?

Então, se você precisa que alguém valide o seu merecimento, no fundo, você não acredita nele.

Sim, nós, como seres coletivos, construímos muito da nossa identidade a partir do outro. Mas isso não precisa ser uma regra definitiva. O que eu proponho aqui, nestes posts, é justamente um retorno a si mesmo: compreender sua autenticidade e o seu merecimento a partir daquilo em que você acredita, e não do que a sociedade diz que você merece. Afinal, a sociedade tem uma lista pronta de rótulos e expectativas. Dizem que, para “se tornar alguém na vida”, você precisa alcançar determinados padrões de sucesso. Mas, de fato, a nível individual, o seu merecimento tem a ver com o que você realmente quer.

E talvez você não queira o que a sociedade espera. Talvez você não queira ser rico, ou ter um diploma de doutorado. Talvez você não queira uma carreira que se encaixe no molde de “sucesso” que vendem. Talvez o seu sucesso seja ter uma casa simples. Talvez o seu sucesso seja ter uma família. E isso é suficiente e valioso, pois é o que você almeja.

Então, não se limite em pensar que o seu merecimento é ditado pelas regras dos outros. Porque a única pessoa que pode dizer o que você merece e sustentar isso de verdade, é você mesmo.


Quando você se torna quem deseja ser, o medo da perda perde espaço

Nós precisamos sempre almejar ser alguém que nós mesmos admiramos. Para creditarmos que merecermos o que desejamos, primeiro precisamos nos tornar a pessoa que gostaríamos de conviver. Porque quando somos pessoas que nós mesmos respeitamos, tudo se torna mais leve. Mas se nos tornamos alguém que nem gostaríamos de ter por perto, uma pessoa amarga, antipática, negativa, como vamos nos sentir merecedores de alguma coisa?

Para finalizar, quero dizer que todo individuo merece tudo o que esse mundo pode nos proporcionar. Mas nada vai se tornar real se você não crer, e por mais que isso possa soar como algo místico, é como dizia Platão: tudo começa no mundo das ideias. Se você não tem a ideia, se não planta a semente no campo mental, nunca vai conseguir extrair nada para o concreto.

E para além de tudo o que falei aqui sobre merecer e sobre como isso se conecta diretamente ao medo da perda: acredite em você e dê a você mesmo o seu devido crédito. Torne-se primeiro a pessoa que você deseja ser. E, com isso, você vai começar a acreditar mais em si, vai construir uma mentalidade de merecimento, e o medo da perda não terá mais espaço.

Eu espero que o post de hoje traga algumas reflexões e que te ajude a pensar sobre a sua autenticidade.

No próximo post, eu quero abordar um pouco sobre o que podemos fazer para parar de negar a nós mesmos, o que já nos é de direito.

 

No post anterior dessa série de posts sobre a busca da autenticidade, abordei sobre como a pobreza pode transformar a nossa mentalidade. Mas, neste texto, quero falar sobre algo diferente: os traumas de rejeição e abandono. Eles são marcas que todo ser humano está suscetível a carregar desde o nascimento.

Além de termos que lidar com a escassez, com os paradigmas da pobreza e com as limitações impostas ainda na infância, nós também enfrentamos outro desafio: as feridas do abandono e da rejeição. E isso não tem nada a ver com classe social.

O medo de não se encaixar e o medo de ser deixado de lado são sentimentos assustadores. Eu consigo compreender bem esse peso. E talvez seja justamente por causa dele que tantas pessoas se esforçam tanto para serem aceitas em ambientes onde, no fundo, já não cabem mais.


Entre o silêncio e a necessidade de provar quem somos

Ao longo da vida, percebi que as questões do abandono e da rejeição se manifestam de formas diferentes para cada pessoa. Para alguns, os traumas de abandono são mais evidentes; para outros, os de rejeição falam mais alto.

Notei que quem carrega de forma mais latente o trauma do abandono tende a não se esforçar tanto para se encaixar (isso não é um fato preciso). Quando tenta, geralmente faz isso de maneira silenciosa, buscando agradar de forma sutil. Já quem tem feridas mais ligadas à rejeição, parece viver com uma necessidade constante de provar algo, de se provar o tempo inteiro para os outros. Muitas vezes, essa busca por validação pode até resvalar no egocentrismo, uma defesa criada para lidar com o medo de não ser aceito.

Essas inseguranças que nos acompanham na vida adulta, muitas vezes têm origem lá atrás: em pequenas rejeições, na falta de validação na infância, em crescer em ambientes críticos e hostis demais, sendo tratados com acidez e com pouco ou nenhum afeto. Para quem viveu dessa forma, pode até parecer “normal”, mas a verdade é que essas marcas acabam moldando nossa forma de enxergar a nós mesmos e ao mundo.

E aí surgem pensamentos como: “Se eu sumisse agora, alguém sentiria minha falta?” ou “Será que eu realmente não sou bom o suficiente?”. Esses questionamentos não aparecem do nada. São ecos de experiências que viraram cicatrizes invisíveis e que nos acompanham sem que a gente perceba.

Eu mesma já vivencie situações assim. Entrei em relacionamentos de amizade querendo mostrar a minha versão mais autêntica, mas recuei diante do julgamento. Muitas vezes, mesmo quando a gente tenta ser verdadeiro, acaba sendo podado por outras pessoas que também carregam seus próprios traumas e acreditam que criticas acidas é algo normal.

O resultado? Alguns se calam e deixam de se expressar. Outros, por outro lado, exageram na autoexpressão, impondo sua presença de uma forma dura ou agressiva, quase como se dissessem: “Essa é a minha personalidade e vocês vão ter que me aceitar!”. Mas, no fundo, nenhuma dessas posturas é saudável.

Sem perceber, entramos em relacionamentos conflituosos, ora em constante oposição para não sentirmos a rejeição, ora em silêncio para sermos aceito. Em ambos os casos, acabamos nos abandonando e nos rejeitando.

É doloroso admitir, mas essa dinâmica faz parte da experiência de todo ser humano em algum nível. A diferença está em trazer essas feridas para a consciência. Só assim podemos parar de repetir os mesmos padrões e começar a nos relacionar de uma forma mais inteira, mais nossa.


Relato pessoal: O desconforto de impor limites

Eu sempre fui uma criança muito quieta. Desde cedo, entendi que podia fazer tudo sozinha e que estava tudo bem assim. Não gostava de criar problemas para mim mesma e nem para os outros.

Hoje, olhando para o meu processo de autoconhecimento, percebo algumas falhas que carreguei por muito tempo. Eu nunca fui de tentar me encaixar, mas sempre permiti que as pessoas ultrapassassem os meus limites. Fazia isso para evitar ter que dizer coisas difíceis, porque para mim, impor limites era desconfortável.

Com o tempo, entendi que, se para os outros é confortável ultrapassarem os meus limites, mesmo quando eu os verbalizava de forma sútil, então, infelizmente, eu precisava ser mais firme. Apesar de não gostar dessa imposição mais severa, sei o quanto ela é necessária para preservar a minha autenticidade.


O silêncio também é abandono

Quando a gente se cala diante de uma situação que nos afeta profundamente e pensamos: “Não quero demonstrar que estou incomodado”, no fundo, estamos dizendo a nós mesmos: “Eu não me importo comigo”. E isso é uma violência contra si.

É impossível passar pela vida sem ser afetado por algo ou alguém. Todos, em algum momento, sentimos dor, incômodo, raiva ou humilhação. Fingir que não nos importamos só para não demonstrar vulnerabilidade também é um tipo de autoabandono.

Enquanto algumas pessoas fazem de tudo para serem aceitas e acabam se desmontando, se tornando versões distantes do que realmente são, existem outras, como eu, que permaneceram fiéis a quem são por dentro, mas deixaram de se expressar para não lidar com o desconforto de impor limites.

No entanto, hoje compreendo que precisamos sim colocar os nossos limites sobre a mesa, independente do que os outros vão pensar. Quem está bem consigo mesmo não precisa moldar a própria vida para agradar. E se nós almejamos agir de forma ética ou moral, o que as pessoas pensam sobre nós, não é problema nosso.

Quantas vezes você já entrou em um relacionamento tentando ser exatamente aquilo que a outra pessoa queria? 

Quantas vezes você se calou para não ser julgado? Ou tolerou menos do que merecia, deixando que ultrapassassem seus limites, só para não ficar sozinho?

A ciência mostra que isso não é à toa. Estudos de ressonância magnética revelam que o cérebro responde à rejeição da mesma forma que responde à dor física (Eisenberger et al., 2003). Ou seja: ser rejeitado machuca literalmente.

E segundo a teoria do apego, de John Bowlby, experiências precoces de abandono, sejam reais ou emocionais, moldam os “modelos internos” que usamos para julgar os relacionamentos futuros. Quem foi negligenciado ou desvalorizado aprende cedo que o afeto é condicional. Que, para ser amado, precisa se moldar.

Mas isso não é verdade.

O amor, quando é de verdade, não exige que a gente se desfigure para caber. Ele precisa ser gratuito, independente dos nossos erros ou imperfeições. Não significa que iremos conseguir amar qualquer pessoa, mas significa que o amor não deveria ser condicionado à nossa performance.


Entre rótulos, culpas e a busca por si mesmo

Nem sempre o abandono é explícito. Às vezes, é o pai que estava em casa, mas nunca de fato presente. A mãe que cuidava, mas não escutava. O amigo que estava por perto, mas nunca enxergava. Esses silêncios, essas ausências, também deixam marcas.

E a rejeição, quando é internalizada, se torna autoabandono. Aos poucos, você começa a se rejeitar antes mesmo que alguém o faça. Passa a acreditar que aquilo que disseram sobre você era verdade. Foi o que aconteceu comigo. Na infância e adolescência, eu não tinha uma autopercepção clara. Então, quando me colocavam culpas ou rótulos, eu acreditava. Até que, mais tarde, comecei a me entender melhor e percebi que eu não precisava me tornar o que os outros diziam que eu era.

Esse processo de se olhar com honestidade, aceitando falhas, sombras e luzes faz parte do autoconhecimento. A gente não pode abandonar os próprios desejos, vontades e talentos apenas para caber em um grupo ou agradar alguém. 

E se estamos aqui, vivos, é porque temos um caminho de autoaperfeiçoamento. Nós nascemos sozinhos e nossa trajetória, no fundo, também é individual. Isso não significa viver na solidão. Significa compreender que a jornada do autoconhecimento é íntima, e precisa ser feita de dentro para fora.

Claro, existem armadilhas emocionais que nos travam. Quem carrega traumas graves de abandono e rejeição pode:

  • desenvolver hiperdependência, acreditando que não consegue fazer nada sozinho;
  • ter dificuldade de confiar nos outros;
  • buscar aprovação o tempo todo;
  • ter medo do sucesso, achando que não vai dar conta;
  • ou até se colocar constantemente no papel de vítima.

Muitos também têm medo da intimidade emocional, seja com amigos, parceiros ou até consigo mesmo.

Mas este texto não é sobre culpar quem nos feriu. É sobre trazer luz ao que sentimos e que ninguém nos ajudou a nomear. E sobre reconhecer que não precisamos repetir as mesmas reações, nem sustentar o mesmo ciclo.

Você pode criar novos vínculos, novas formas de amar e de se amar.

Os caminhos que te trouxeram até aqui não precisam ser os mesmos que vão te guiar daqui para frente.

A gentileza que você sempre esperou do mundo, você pode começar a oferecer para si mesmo, e para o adulto que um dia foi criança e não teve esse cuidado.

E se você gostou deste post, continue acompanhando os próximos textos aqui no blog. Vou compartilhar mais reflexões sobre autenticidade, autoconhecimento e centralização do eu.

“O bambu que se curva ao vento, mas nunca se quebra.” — Provérbio Chinês

 

Recentemente, eu tenho tido algumas percepções e por conta disso, comecei a criar conteúdo para o TikTok. 

Inicialmente, eu produzia conteúdos de lifestyle, algo mais experimental, sem estratégia definida. Mas, a partir de algumas situações que me inspiraram, comecei a criar conteúdos de opinião. Tenho pensado em trazer isso agora também para o blog, e acredito que pode ser uma boa ideia.

Além da série de posts que já estou preparando para o blog sobre autenticidade, centralização do eu e individualidade, percebi que o que tenho produzido no TikTok se conecta diretamente a esses mesmos temas (autoestima, autenticidade, liberdade e individuação) e por isso, os conteúdos se complementam.

Tenho idealizado um projeto experimental, não como algo recorrente, mas como uma forma de ampliar essa conversa. Paralelo a isso, também estou escrevendo um livro de não-ficção sobre foco no eu, com o objetivo de ajudar outras pessoas a se reconhecerem como autênticas e buscarem sua própria individualidade.

O tema da individualidade é muito forte para mim, tanto pela minha vivência pessoal quanto profissional. Mas não é que eu pretenda parar de criar outros tipos de conteúdos para o blog, apenas acrescentar essa vertente mais experimental que já venho desenvolvendo no TikTok. Atualmente, essas são as plataformas com que mais me identifico, já que não estou ativa no Instagram. O blog me conecta por meio da escrita, que é algo essencial no meu trabalho, e no TikTok tenho explorado essa linguagem em mini vídeos.

Caso eu perceba que esse nicho de opinião realmente se encaixa na minha rotina e no que quero construir na internet, também posso considerar levá-lo para o meu canal no YouTube. Recentemente, mudei todo o canal, que antes falava sobre conteúdo nerd e cultura pop, mas hoje não pretendo seguir mais por esse caminho, até arquivei os vídeos antigos.

Esse é o contexto do post de hoje. Espero que vocês me acompanhem e fiquem ligados para o próximo conteúdo que pretendo trazer.


 


Oi, eu sou a Nick! Sou autora de romances de fantasia, poesia e não ficção, mentora de novos escritores e criadora do blog, onde compartilho conteúdos práticos sobre escrita criativa, construção de repertório, publicação independente e processos narrativos — sempre com uma visão sensível e acessível.

Neste post, quero conversar com você sobre um tema essencial para quem deseja começar a escrever com mais profundidade e liberdade: a escrita criativa.

O que é escrita criativa?

A escrita criativa vai além das regras gramaticais. Ela é uma forma de expressão que permite transformar sentimentos, ideias e reflexões em palavras vivas. 

Diferente da escrita técnica, acadêmica ou jornalística, a escrita criativa é a arte de usar as palavras para expressar emoções, inventar mundos e dar vida a histórias únicas. Ela não está presa a fórmulas rígidas: ao contrário, é o espaço onde a imaginação tem liberdade total.

Seja num conto, num romance, numa crônica ou até numa legenda de Instagram bem escrita, a escrita criativa permite que você explore personagens, sensações, atmosferas e conflitos — reais ou fictícios — do seu jeito, com a sua voz. É onde o texto deixa de apenas informar e passa a tocar.

Mais do que escrever bonito, escrever criativamente é sobre comunicar verdades humanas de maneira autêntica e envolvente. É criar conexões. É fazer com que o leitor sinta algo — e isso, por si só, já é uma forma de transformar o mundo.

“A escrita criativa é qualquer forma de escrita que vá além dos limites normativos da linguagem utilitária. É a escrita que existe para contar histórias, provocar emoções ou compartilhar ideias de forma imaginativa.” — Creative Writing Studies: Practice, Research and Pedagogy, Harper & Kroll (2008)

A escrita criativa é um território livre onde você pode:

  • Criar personagens e mundos inteiros,
  • Recriar memórias,
  • Elaborar conflitos,
  • Ou simplesmente organizar o caos interno em forma de texto.

Por que escrever?

Escrever é um ato de afirmação. É tornar visível o invisível. É dar forma ao que muitas vezes não conseguimos dizer em voz alta. A escrita é uma ferramenta poderosa de autoconhecimento, transformação pessoal e até mesmo liberdade social e política.

Ela também serve como ponte entre o que sentimos e o que queremos compartilhar com o mundo. Cada texto que nasce de você é uma nova possibilidade de diálogo com o outro.

Escrever bem exige leitura. Se você quer escrever bem, precisa ler muito, e com isso não quer dizer que precisa ficar restrito a um livro clássico ou até livros de ficção. Leia tudo o que puder, até mesmo jornais e livros de não ficção, pois além de criatividade, você precisa entender de pessoas, conflitos sociais. Então, leitura é necessária para criar repertório artístico e crítico.

A leitura ativa também expande vocabulário, melhora a estrutura narrativa e inspira novas ideias. Escritores iniciantes que cultivam o hábito da leitura desenvolvem mais rapidamente o pensamento crítico e a capacidade de construir universos próprios.

 


Quem nunca ouviu aquele relato interno que diz: “Você não pode querer mais.”
Eu não lembro a primeira vez que ouvi isso, mas lembro de como eu me senti. Aquelas frases que não precisam ser ditas diretamente, porque estão nas entrelinhas dos olhares, nas pausas dos adultos, nos “conselhos” disfarçados de proteção.

Eu cresci em um lugar onde tudo era contado: o dinheiro, as palavras, até os sonhos. E desejar algo maior do que aquilo que a gente tinha era visto como ingratidão. Humildade era quase um tipo de apagamento. Quanto menos você queria, mais “honesto” parecia ser. Parecia que o sofrimento era um tipo de virtude. Como se viver com pouco fosse mais puro, mais digno.

Lembro de uma vez, criança ainda, dizer que queria morar em outro país. Nem era um plano, era só um pensamento leve, daqueles que nascem quando a gente olha paro céu. A resposta foi curta: “Acorda para realidade.”

Quase sempre ouvia isso, e eu fui percebendo que sonhar alto assustava. Eu sempre gostei de coisas “estranhas” par o lugar onde cresci. Música clássica, livros, obras de arte.

Coisas que pareciam deslocadas no meio de vida das pessoas a minha volta. E o que eu sempre ouvia era: “Você tem gosto de rica, mas você é pobre.”

Era como se minha identidade precisasse caber na minha renda. Como se gostar de beleza fosse um tipo de traição de classe. E foi aí começou o meu conflito: Como ser quem eu sou num mundo que me ensinou a me moldar o tempo todo?

Por muito tempo, eu tentei caber ali, e quanto mais eu tentava, mais eu desaparecia. Porque querer ser aceita me fazia diminuir. Esquecer.


O problema não era o sonho, era o que me fizeram acreditar sobre ele

Na minha infância, tudo parecia ser possível. Se eu gostasse de algo, minha lógica era simples: "Se eu trabalhar, eu posso conquistar isso." Não existia o “não pode”. Existia o “ainda não”. Eu sabia que não iria ser fácil, mas sempre pensei que se fosse possível, eu queria tentar.

Mas com o passar dos anos, comecei a ouvir tanto que meus desejos eram “coisa de gente rica” que algo em mim quebrou. E quando quebrou, entrou a síndrome do impostor.

Passei a achar que eu precisava pagar para merecer pertencer. Nas amizades, no trabalho, nos ambientes, sempre sentia que eu devia algo, como se minha existência fosse uma dívida aberta. Como se eu só pudesse estar ali oferecendo algo em troca. 

A pobreza, no meu caso, não foi só ausência de dinheiro, foi uma educação emocional baseada na contenção. Na ideia de que gostar de si era egoísmo. Que desejar mais era falta de consciência de classe.

Aos poucos, isso se transformou em algo mais profundo: comecei a acreditar que eu era “demais”. Que eu incomodava. Que eu não podia ter certos gostos. Nem certas ambições. E eu precisava viver de acordo com o que esperavam de mim, ou, pelo menos, não sair demais do esperado.

E foi assim que fui me podando. Silenciosamente. Delicadamente. Mas sempre me cortando um pouco.

A pobreza como identidade imposta

Existe algo que as pessoas não gostam de falar: a pobreza também forma uma estética emocional.

Ela se torna uma persona. Vira filtro de visão e medida de valor. Você aprende que não deve desejar, não deve querer demais e não deve incomodar com a sua ambição. É de senso comum dentro da própria classe que uma pessoa pobre não pode ambicionar. 
“Quem muito quer, tudo perde.”
“Para que isso tudo?”

“Melhor pouco com Deus do que muito sem Ele.”

Quando alguém tenta sair do padrão, vem o julgamento disfarçado de moralidade:

São frases que parecem sábias no primeiro momento, mas que, na prática nos ensinam a ter vergonha de desejar. Começamos a achar que felicidade demais é falta de humildade e que querer algo diferente é deslealdade com as nossas origens.

Mas eu quero dizer uma coisa que precisei de muitos anos para entender: Nós não somos ingratos por querermos mais. Somos humanos, e o nosso desejo é a forma mais viva da esperança.

Quando você começa a se calar para não incomodar

Houve momentos que eu me anulei porque senti que as coisas que eu queria eram demais, demais para aquele ambiente, para aquelas relações, para aquele trabalho.
Então, em diversos momentos eu tentei caber em lugares apertados. E caber demais é desaparecer.

Até nas amizades, eu vivia como se precisasse pedir desculpas por tudo. Me adaptava ao limite dos outros e esquecia dos meus próprios. Mas, lá dentro, uma parte minha nunca se calou completamente. Mesmo pequena, mesmo desacreditada, ela insistia:

“Essas ideias não são suas. Você não precisa repetir o que ouviu.” Era o que eu pensava bem lá no fundo.


A escassez como herança emocional

O problema não é só o que falta, é o que nos fazem acreditar que jamais teremos. A escassez se torna uma mentalidade. E isso passa de geração para geração como se fosse cuidado.

“Seja simples.”

“Não sonhe alto.”
“Quem você pensa que é?”
O resultado? A gente começa a se sabotar. A recusar elogios. A diminuir as nossas conquistas.
A viver no modo sobrevivência, mesmo quando já poderia estar vivendo.

E isso é mais comum do que parece. É um padrão. Um script. Um looping emocional.


Romper com isso dói. Mas não romper dói mais.

Chegou um momento da minha vida em que continuei financeiramente simples, mas emocionalmente decidi parar de ser pobre. Não porque passei a ostentar, mas porque comecei a me curar.

Curar o medo da rejeição. Curar a ideia de que eu precisava merecer para pertencer. Curar a culpa de querer algo bonito para mim e de querer poder viver a vida que eu sempre quis.

Foi nesse momento que entendi: o meu valor não estava em nenhuma conta bancária. Sempre esteve no meu caráter e tudo o que eu precisava era apenas me permitir e aprender a capacidade de não me diminuir para caber em lugares pequenos demais para mim.


O fim do ciclo

Esse texto não é sobre “ter dinheiro” ou “ficar rico”. Não é para você se envergonhar de onde veio. Mas para você não permitir que isso defina onde vai parar. O seu valor não vem da sua origem.

Então, assim como eu, quero que recupere o direito de sonhar, mesmo que ninguém te entenda. Se permita desejar com autenticidade, sem culpa, sem vergonha. O mundo não precisa de mais gente repetindo dores herdadas. Precisa de gente com coragem de quebrar o ciclo.

Se você se viu em alguma dessas linhas…Se alguma parte sua doeu ou se reconheceu… Talvez esteja na hora de voltar para si também. A ruptura começa quando a gente para de repetir, e começa a se escutar.
Mesmo que aos poucos.
Mesmo que tropeçando.
Mesmo que em silêncio.

Mas sempre, sempre, voltando para o nosso centro.

Se você gostou desse post, veja os temas que quero abordar nos próximos posts sobre esse assunto:

  • Traumas de rejeição e abandono
  • Medo da perda
  • Sobre parar de negar seu próprio valor
  • Sobre s desvincular do ego e da falsa sensação de controle
  • Aceitar o mundo como ele é
  • Recusar mediocridades
  • Estabelecer limites
  • Ser autêntico
  • Lidar com dinheiro
  • Ter sonhos ousados
  • Viver o amor-próprio, de verdade

Me sigam no Instagram @nickexaltacao e acompanhem parte da minha jornada.


Existe um incômodo que sempre me acompanhou por há anos. Era um silêncio barulhento. Aquela sensação de não estar no lugar certo. 

Demorou para eu entender que esse desconforto não era frescura, nem crise existencial. Era a minha alma querendo respirar. Querendo me lembrar de que eu não fui feita para repetir tudo que me disseram que eu deveria fazer. Com isso, ao longo dos anos me dediquei a quebrar diversas coisas que fazem parte do senso comum, mas que não se aplicavam a minha vida.

Nós crescemos seguindo mapas feitos por outras pessoas, mapas desenhados por mãos que, muitas vezes, também estavam perdidas. Aprendemos a ser fortes antes mesmo de entender o que é sentir dor.

A ouvir “engole o choro”, “não reclama”, “agradece e fica quieto”, e vestimos humildade como se fosse armadura. Escondendo tudo o que é autêntico, como se ser diferente fosse uma falha. E assim, sem nem perceber, a gente começa a pedir desculpas por sonhar alto.

Crescemos acreditando que os nossos gostos eram errados, que as nossas vontades eram arrogâncias, que nossas ideias eram "viagem demais". Acreditamos que precisávamos pedir desculpas por querer ser mais. Por desejar uma vida mais leve, mais justa, mais... nossa.

Esse texto, esse projeto, esse desabafo, é sobre isso.

Sobre esse grito abafado que mora quietinho dentro de nós.

Sobre essa sensação de estar sempre fora de lugar, até dentro da própria pele.


O ponto de partida: a escassez invisível


Nós não precisamos ter nascido pobre para carregar escassez. Porque a escassez não é sobre dinheiro, é sobre mentalidade. 

Ela se infiltra nas palavras que ouvimos:

"Isso não é para você."

"Aceite a sua realidade."

"Dinheiro só traz infelicidade."

Essas frases parecem conselhos. Mas são algemas mentais.

Elas amarram a nossa vontade, questionam o nosso merecimento e nos fazem sentir vergonha por desejar mais.

Desde nova, eu aprendi que não podia ser alguém e não poderia pertencer nada. Eu precisava ser contida. Me acostumei a viver uma vida onde se limitar se tornou um sinal de caráter, mas caráter não tem nada a ver com se encolher, tem a ver com autorrespeito, e com os nossos valores.


As feridas que não aparecem no espelho


Tem coisas que nos travam e nem sabemos nomear. Relacionamentos que não dão certo, projetos que param pela metade, decisões que evitamos tomar.

Nem sempre é falta de competência. Às vezes, é só dor antiga. Rejeição, vergonha, abandono...

Essas coisas silenciosas constroem muros invisíveis, e mesmo quando a vida nos oferece coisas boas, nós recuamos, ficamos com medo e nos sabotamos.

Porque lá no fundo, ainda ecoam aquelas vozes:

“Isso é demais para você.”

“Daqui a pouco descobrem que você não merece.”

Esse texto é uma tentativa de olhar para esses muros. E, quem sabe, começar a derrubá-los.


Se colocar no centro não é egoísmo


Aprendi cedo que me colocar no centro era egoísmo, mas hoje, mais velha e com mais certezas, eu entendo que não é. Me colocar no centro é dizer: eu também importo.

É parar de se deixar por último o tempo inteiro e entender que minha dor, meus desejos, minhas escolhas, também contam. E que não dá mais para viver como se eu fosse só uma continuação das expectativas dos outros.


A performance que cansa


Por muito tempo, eu atuei, falei o que esperavam. Fiz o que mandaram e engoli o que doía.

Mas chega uma hora em que até a máscara pesa. A gente começa a negar o que gosta, o que acredita, o que quer, só para se encaixar e não decepcionar as expectativas das outras pessoas. E o que sobra é um vazio que nem sempre sabemos explicar.

Neste espaço, neste blog, nesta conversa comigo mesma e com quem me lê, a proposta não é encontrar respostas prontas, é me permitir perguntar de novo. Me permitir ser contraditória.

Porque, sim, ser quem somos às vezes incomoda os outros. Mas negar isso dói bem mais.


O dinheiro não é o nosso inimigo, é a culpa de querer prosperar


Falar de dinheiro sempre foi desconfortável anteriormente. Como se desejar uma vida próspera fosse sinal de ganância.

Mas não é.

O que machuca não é o dinheiro. É a culpa de querer mais. De desejar conforto. Liberdade. Escolha.

A verdade é que prosperar não é trair suas raízes. É, muitas vezes, a única forma de honrá-las com dignidade.


Não estamos quebrados, estamos em processo de restauração


Se em algum momento você também sentiu que se perdeu de si e perdeu a sua autenticidade, eu te entendo. Eu também já me senti assim.

Aqui no blog, irei iniciar uma série de posts contando sobre a minha trajetória de mudança de vida que venho trilhando há alguns anos, e trarei as minhas descobertas sobre esse processo. 

A intenção dos posts não é trazer fórmulas. Só a minha nova mentalidade que me ajudou a trilhar novos rumos para a minha vida atual.

E talvez, no meio desses posts, você encontre alguns dos seus próprios pensamentos, aqueles que você sempre teve, mas nunca teve espaço para elaborar.

Aqui eu quero falar sobre pobreza, mentalidade de escassez, rejeição, bloqueios, autoaceitação, autenticidade e diversos assuntos que já foram barreiras na minha vida.

Então, se você sente que se perdeu de si, continue me acompanhando nessa trajetória. E eu te digo que a vida, apesar de difícil, ainda pode ser muito boa. 

Há muito tempo, quando eu era criança, sonhava com um futuro em que a tecnologia alcançaria seu auge. Mesmo muito jovem, já acreditava que um dia poderia aproveitar todas as possibilidades que a tecnologia teria a oferecer. Talvez isso fosse influência dos inúmeros filmes de ficção científica que assistia — toda aquela ambientação me parecia mágica e fascinante. Meu ideal infantil era viver em um mundo tecnológico, onde a vida seria mais fácil e prática.

Hoje, porém, me vejo diante de uma pergunta inquietante: "Devo me desconectar por completo?"

Acho que não sou apenas eu; muitas pessoas têm percebido que o excesso de informação proporcionado pela tecnologia transformou o mundo digital em um ambiente caótico. Todos os dias somos bombardeados com conteúdos e, mesmo com algoritmos ajustados para atender aos nossos interesses com base em nossos dados, muitas informações indesejadas acabam ultrapassando nossa "bolha".

Confesso que já cheguei a criar novas contas em redes sociais só para calibrar os algoritmos e receber apenas o que procuro. Ainda assim, conteúdos desnecessários, sem qualquer serventia, continuam a chegar até mim. Nem vou entrar na questão da coleta de dados e o quanto estamos expostos nas redes. Com nossos rastros digitais, aqueles que detêm poder sobre a internet podem fazer muito. Mas não é sobre isso que quero falar hoje.

A proposta deste texto é refletir sobre as informações que não desejamos e que, mesmo assim, chegam até nós — como uma forma de controle. Informações de todos os tipos possíveis, muitas delas baseadas em teorias da conspiração, escassez, medo, e outros estímulos que parecem projetados para nos desestabilizar.

Zygmunt Bauman afirmou uma vez que a velocidade e a quantidade de informação disponíveis hoje na internet são mil vezes maiores do que o cérebro humano pode processar. Ele também apontou que as redes sociais são armadilhas: elas não ensinam a dialogar e, frequentemente, reprimem nossas habilidades sociais.

Sempre gostei da internet, especialmente pela proposta de ter qualquer conteúdo à mão de forma rápida. No entanto, sociologicamente falando, isso tem se tornado um caos. "Qualquer" conteúdo pode causar danos irreversíveis à sociedade. A forma como nos comunicamos está em constante mudança. As gerações têm cada vez mais dificuldade de interagir com um entendimento mútuo. Isso tudo é culpa da internet? Não acredito que seja tão simples.

A internet é uma ferramenta que nunca teve um manual de instruções. Nunca fomos preparados para ela. Também precisamos lembrar que a internet e as tecnologias, como a inteligência artificial, não surgiram do nada. Há décadas, escritores como Isaac Asimov já previam os impactos da robótica e da IA. Não é de hoje que esses temas são discutidos na ficção científica. O problema é: por que empresas tomariam precauções contra algo que as beneficia?

Quando penso em um mundo sem internet ou com governos restringindo seu acesso, também não vejo isso como ideal.

Apesar de tudo, acredito que nosso dever como humanidade é aprender a usar as novas tecnologias de forma consciente e entender as consequências de nossas ações no ambiente digital. O mundo nunca foi, nem será, menos perigoso. Mas compreender como as tecnologias funcionam nos dá uma chance maior de nos proteger.




Título: Flower of Evil | 악의 꽃

Emissora: tvN

País: Coréia do Sul

Ano: 2020

Sinopse: Por fora, Baek Hee Sung (Lee Joon Gi) parece o marido ideal. Ele é um artesão habilidoso e seu estúdio alcançou uma certa fama. Ele é um modelo de marido provedor e pai exemplar. Mas, não para por aí. Ele é tão habilidoso em casa quanto no seu estúdio. Ou seja, Hee Sung é um homem que cumpre com perfeição tanto seus papéis de pai, empreendedor e artesão. Mas seu exterior perfeito esconde segredos extremamente obscuros. Segredos que ele não gostaria que sua esposa, a detetive Cha Ji Won (Moon Chae Won), nunca descobrisse.

Infelizmente, nenhum segredo fica encoberto por muito tempo, e o trabalho da implacável detetive da divisão de homicídios Cha Ji Won é exatamente descobrir tantos segredos quantos possíveis, em sua incansável busca pela verdade. Com uma insaciável curiosidade e uma determinação inabalável para resolver até mesmo o mais difícil dos casos, Ji Won vive para seu trabalho. Ela vibra com a emoção de desvendar mistérios e se embriaga com a sensação de levar criminosos à justiça, e está sempre atrás da próxima pista.

Mas quando Ji Won começa a investigar um caso particularmente cruel, ela começa a trilhar um caminho obscuro que pode destruir as fundações da sua vida feliz. Determinada a trazer esse psicopata malvado à justiça, ela mergulha cada vez mais fundo nesse caso, apenas para descobrir que o criminoso esteve ao lado dela o tempo todo.

Um jogo de suspense psicológico emocionante, "Flor do Mal" é um thriller policial, lançado em 2020, dirigido por Kim Cheol Kyu.

Fonte: Viki


Baek Hee-sung (Lee Joon-gi)

Resenha:

"Flower of Evil" é um drama coreano que mergulha profundamente na escuridão da mente humana. Lançado em 2020, o drama foi aclamado por sua narrativa complexa, atuações poderosas e reviravoltas emocionantes.
A história gira em torno de Baek Hee-sung (Lee Joon-gi), um homem aparentemente perfeito que vive uma vida normal ao lado de sua esposa, Cha Ji-won (Moon Chae-won) e sua filha. No entanto, Ji-won, uma detetive habilidosa, começa a suspeitar de que seu marido esconde segredos sombrios. Conforme ela aprofunda sua investigação, descobre que Hee-sung pode estar conectado a uma série de assassinatos brutais que ocorreram há muitos anos.


Joon-gi and Chae-won


Ao longo dos episódios, somos levados a questionar constantemente a verdadeira face de Hee-sung. O drama lida habilmente com temas como identidade, redenção e natureza humana. À medida que a trama se desenrola, somos apresentados a perspectivas diferentes, começamos a nos questionar sobre a narrativa da vida de Hee-sung. O dorama traz aquele tipo de trama onde nada é o que parece, e quando você pensa que sabe o que está acontecendo, é nesse momento que descobrimos a verdade.

Hee-sung possui uma dualidade muito bem desenvolvida na trama. Sua complexidade intriga o espectador, deixando-nos constantemente questionando sua verdadeira natureza: ele é genuinamente bom ou inerentemente mau?

Chae-won

A narrativa é muito bem construída, repleta de reviravoltas e surpresas. O enredo se desenrola de forma coesa, explorando profundamente a história de vida de Hee-sung e o legado de seu pai, um serial killer famoso da época. À medida que os segredos são revelados, somos confrontados com nossas próprias convicções e levados a reavaliar nossos julgamentos sobre os personagens e seus motivos.


Flower of Evil


No geral, "Flower of Evil" é um dorama envolvente que cativa o espectador desde o primeiro episódio. As atuações são excepcionais, mergulhando nos cantos mais sombrios da psique humana e explorando temas profundos e complexos.
Você pode assistir "Flower of Evil" na Netflix ou no Viki.


Se você gostou de Flower of Evil, você também pode gostar de:


[Resenha Doramas] Strangers From Hell | 타인은 지옥이다
[Resenha filmes ]The Call (A Ligação) 2020
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Sou escritora, formada em Licenciatura em Letras e tenho me aprofundado em Sociologia e Filosofia. Atualmente, atuo na área de Marketing, explorando estratégias, comunicação e comportamento humano. Minha trajetória é guiada pela busca constante por conhecimento, reflexão crítica e conexão entre ideias, pessoas e contextos sociais.


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