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Quem nunca ouviu aquele relato interno que diz: “Você não pode querer mais.”
Eu não lembro a primeira vez que ouvi isso — mas lembro de como eu me senti. Aquelas frases que não precisam ser ditas diretamente, porque estão nas entrelinhas dos olhares, nas pausas dos adultos, nos “conselhos” disfarçados de proteção.

Eu cresci em um lugar onde tudo era contado: o dinheiro, as palavras, até os sonhos. E desejar algo maior do que aquilo que a gente tinha era visto como ingratidão. Humildade era quase um tipo de apagamento. Quanto menos você queria, mais “honesto” parecia ser. Parecia que o sofrimento era um tipo de virtude. Como se viver com pouco fosse mais puro, mais digno.

Lembro de uma vez, criança ainda, dizer que queria morar em outro país. Nem era um plano — era só um pensamento leve, daqueles que nascem quando a gente olha paro céu. A resposta foi curta: “Acorda para realidade.”

Quase sempre ouvia isso, e eu fui percebendo que sonhar alto assustava. Eu sempre gostei de coisas “estranhas” par o lugar onde cresci. Música clássica, livros, obras de arte.

Coisas que pareciam deslocadas no meio de vida das pessoas a minha volta. E o que eu sempre ouvia era: “Você tem gosto de rica, mas você é pobre.”

Era como se minha identidade precisasse caber na minha renda. Como se gostar de beleza fosse um tipo de traição de classe. E foi aí começou o meu conflito: Como ser quem eu sou num mundo que me ensinou a me moldar o tempo todo?

Por muito tempo, eu tentei caber ali, e quanto mais eu tentava, mais eu desaparecia. Porque querer ser aceita me fazia diminuir. Esquecer.


O problema não era o sonho — era o que me fizeram acreditar sobre ele


Na minha infância, tudo parecia ser possível. Se eu gostasse de algo, minha lógica era simples: "Se eu trabalhar, eu posso conquistar isso." Não existia o “não pode”. Existia o “ainda não”. Eu sabia que não iria ser fácil, mas sempre pensei que se fosse possível, eu queria tentar.

Mas com o passar dos anos, comecei a ouvir tanto que meus desejos eram “coisa de gente rica” que algo em mim quebrou. E quando quebrou, entrou a síndrome do impostor.

Passei a achar que eu precisava pagar para merecer pertencer. Nas amizades, no trabalho, nos ambientes — sempre sentia que eu devia algo, como se minha existência fosse uma dívida aberta. Como se eu só pudesse estar ali oferecendo algo em troca. 

A pobreza, no meu caso, não foi só ausência de dinheiro, foi uma educação emocional baseada na contenção. Na ideia de que gostar de si era egoísmo. Que desejar mais era falta de consciência de classe.

Aos poucos, isso se transformou em algo mais profundo: comecei a acreditar que eu era “demais”. Que eu incomodava. Que eu não podia ter certos gostos. Nem certas ambições. E eu precisava viver de acordo com o que esperavam de mim — ou, pelo menos, não sair demais do esperado.

E foi assim que fui me podando. Silenciosamente. Delicadamente. Mas sempre me cortando um pouco.


A pobreza como identidade imposta


Existe algo que as pessoas não gostam de falar: a pobreza também forma uma estética emocional.
Ela se torna uma persona. Vira filtro de visão e medida de valor. Você aprende que não deve desejar, não deve querer demais e não deve incomodar com a sua ambição. É de senso comum dentro da própria classe que uma pessoa pobre não pode ambicionar. 

“Melhor pouco com Deus do que muito sem Ele.”
“Quem muito quer, tudo perde.”
“Para que isso tudo?”

Quando alguém tenta sair do padrão, vem o julgamento disfarçado de moralidade:

São frases que parecem sábias no primeiro momento, mas que, na prática nos ensinam a ter vergonha de desejar. Começamos a achar que felicidade demais é falta de humildade e que querer algo diferente é deslealdade com as nossas origens.

Mas eu quero dizer uma coisa que precisei de muitos anos para entender: Nós não somos ingratos por querermos mais. Somos humanos, e o nosso desejo é a forma mais viva da esperança.


Quando você começa a se calar para não incomodar


Houve momentos que eu me anulei porque senti que as coisas que eu queria eram demais — demais para aquele ambiente, para aquelas relações, para aquele trabalho.
Então, em diversos momentos eu tentei caber em lugares apertados. E caber demais é desaparecer.

Até nas amizades, eu vivia como se precisasse pedir desculpas por tudo. Me adaptava ao limite dos outros e esquecia dos meus próprios. Mas, lá dentro, uma parte minha nunca se calou completamente. Mesmo pequena, mesmo desacreditada, ela insistia:

“Essas ideias não são suas.Você não precisa repetir o que ouviu.” Era o que eu pensava bem lá no fundo.


A escassez como herança emocional


O problema não é só o que falta, é o que nos fazem acreditar que jamais teremos. A escassez se torna uma mentalidade. E isso passa de geração para geração como se fosse cuidado.

“Seja simples.”
“Não sonhe alto.”
“Quem você pensa que é?”

O resultado? A gente começa a se sabotar. A recusar elogios. A diminuir as nossas conquistas.
A viver no modo sobrevivência, mesmo quando já poderia estar vivendo.

E isso é mais comum do que parece. É um padrão. Um script. Um looping emocional.


Romper com isso dói. Mas não romper dói mais.


Chegou um momento da minha vida em que continuei financeiramente simples, mas emocionalmente decidi parar de ser pobre. Não porque passei a ostentar, mas porque comecei a me curar.

Curar o medo da rejeição. Curar a ideia de que eu precisava merecer para pertencer. Curar a culpa de querer algo bonito para mim e de querer poder viver a vida que eu sempre quis.

Foi nesse momento que entendi: o meu valor não estava em nenhuma conta bancária. Sempre esteve no meu caráter e tudo o que eu precisava era apenas me permitir e aprender a capacidade de não me diminuir para caber em lugares pequenos demais para mim.


O fim do ciclo


Esse texto não é sobre “ter dinheiro” ou “ficar rico”. Não é para você se envergonhar de onde veio. Mas para você não permitir que isso defina onde vai parar. O seu valor não vem da sua origem.

Então, assim como eu, quero que recupere o direito de sonhar, mesmo que ninguém te entenda. Se permita desejar com autenticidade, sem culpa, sem vergonha. O mundo não precisa de mais gente repetindo dores herdadas. Precisa de gente com coragem de quebrar o ciclo.

Se você se viu em alguma dessas linhas…Se alguma parte sua doeu ou se reconheceu… Talvez esteja na hora de voltar para si também. A ruptura começa quando a gente para de repetir — e começa a se escutar.
Mesmo que aos poucos.
Mesmo que tropeçando.
Mesmo que em silêncio.

Mas sempre — sempre — voltando para o nosso centro.

Se você gostou desse post, veja os temas que quero abordar nos próximos posts sobre esse assunto:

  • Traumas de rejeição e abandono
  • Medo da perda
  • Sobre parar de negar seu próprio valor
  • Sobre s desvincular do ego e da falsa sensação de controle
  • Aceitar o mundo como ele é
  • Recusar mediocridades
  • Estabelecer limites
  • Ser autêntico
  • Lidar com dinheiro
  • Ter sonhos ousados
  • Viver o amor-próprio — de verdade
Me sigam no Instagram @nickexaltacao e acompanhem parte da minha jornada.


Existe um incômodo que sempre me acompanhou por há anos. Era um silêncio barulhento. Aquela sensação de não estar no lugar certo. 

Demorou para eu entender que esse desconforto não era frescura, nem crise existencial. Era a minha alma querendo respirar. Querendo me lembrar de que eu não fui feita para repetir tudo que me disseram que eu deveria fazer. Com isso, ao longo dos anos me dediquei a quebrar diversas coisas que fazem parte do senso comum, mas que não se aplicavam a minha vida.

Nós crescemos seguindo mapas feitos por outras pessoas — mapas desenhados por mãos que, muitas vezes, também estavam perdidas. Aprendemos a ser fortes antes mesmo de entender o que é sentir dor.

A ouvir “engole o choro”, “não reclama”, “agradece e fica quieto”, e vestimos humildade como se fosse armadura. Escondendo tudo o que é autêntico, como se ser diferente fosse uma falha. E assim, sem nem perceber, a gente começa a pedir desculpas por sonhar alto.

Crescemos acreditamos que os nossos gostos eram errados, que as nossas vontades eram arrogâncias, que nossas ideias eram "viagem demais". Acreditamos que precisávamos pedir desculpas por querer ser mais. Por desejar uma vida mais leve, mais justa, mais... nossa.

Esse texto, esse projeto, esse desabafo — é sobre isso.

Sobre esse grito abafado que mora quietinho dentro de nós.

Sobre essa sensação de estar sempre fora de lugar, até dentro da própria pele.


O ponto de partida: a escassez invisível


Nós não precisamos ter nascido pobre para carregar escassez. Porque a escassez não é sobre dinheiro — é sobre mentalidade. 

Ela se infiltra nas palavras que ouvimos:

"Isso não é para você."

"Aceite a sua realidade."

"Dinheiro só traz infelicidade."

Essas frases parecem conselhos. Mas são algemas mentais.

Elas amarram a nossa vontade, questionam o nosso merecimento e nos fazem sentir vergonha por desejar mais.

Desde nova, eu aprendi que não podia ser alguém e não poderia pertencer nada. Eu precisava ser contida. Me acostumei a viver uma vida onde se limitar virou um sinal de caráter, mas caráter não tem nada a ver com se encolher, tem a ver com autorrespeito, e com os nossos valores.


As feridas que não aparecem no espelho


Tem coisas que nos travam e nem sabemos nomear. Relacionamentos que não dão certo, projetos que param pela metade, decisões que evitamos tomar.

Nem sempre é falta de competência. Às vezes, é só dor antiga. Rejeição, vergonha, abandono...

Essas coisas silenciosas constroem muros invisíveis, e mesmo quando a vida nos oferece coisas boas, nós recuamos, ficamos com medo e nos sabotamos.

Porque lá no fundo, ainda ecoam aquelas vozes:

“Isso é demais para você.”

“Daqui a pouco descobrem que você não merece.”

Esse texto é uma tentativa de olhar para esses muros. E, quem sabe, começar a derrubá-los.


Se colocar no centro não é egoísmo


Aprendi cedo que me colocar no centro era egoísmo, mas hoje, mais velha e com mais certezas, eu entendo que não é. Me colocar no centro é dizer: eu também importo.

É parar de se deixar por último o tempo inteiro e entender que minha dor, meus desejos, minhas escolhas — também contam. E que não dá mais para viver como se eu fosse só uma continuação das expectativas dos outros.


A performance que cansa


Por muito tempo, eu atuei, falei o que esperavam. Fiz o que mandaram e engoli o que doía.

Mas chega uma hora em que até a máscara pesa. A gente começa a negar o que gosta, o que acredita, o que quer, só para se encaixar e não decepcionar as expectativas das outras pessoas. E o que sobra é um vazio que nem sempre sabemos explicar.

Neste espaço, neste blog, nesta conversa comigo mesma e com quem me lê — a proposta não é encontrar respostas prontas, é me permitir perguntar de novo. Me permitir ser contraditória.

Porque, sim, ser quem somos às vezes incomoda os outros. Mas negar isso dói bem mais.


O dinheiro não é o nosso inimigo — é a culpa de querer prosperar


Falar de dinheiro sempre foi desconfortável anteriormente. Como se desejar uma vida próspera fosse sinal de ganância.

Mas não é.

O que machuca não é o dinheiro. É a culpa de querer mais. De desejar conforto. Liberdade. Escolha.

A verdade é que prosperar não é trair suas raízes. É, muitas vezes, a única forma de honrá-las com dignidade.


Não estamos quebrados — estamos em processo de restauração


Se em algum momento você também sentiu que se perdeu de si e perdeu a sua autenticidade, eu te entendo. Eu também já me senti assim.

Aqui no blog, irei iniciar uma série de posts contando sobre a minha trajetória de mudança de vida que venho trilhando há alguns anos, e trarei as minhas descobertas sobre esse processo. 

A intenção dos posts não é trazer fórmulas. Só a minha nova mentalidade que me ajudou a trilhar novos rumos para a minha vida atual.

E talvez, no meio desses posts, você encontre alguns dos seus próprios pensamentos — aqueles que você sempre teve, mas nunca teve espaço para elaborar.

Aqui eu quero falar sobre pobreza, mentalidade de escassez, rejeição, bloqueios, autoaceitação, autenticidade e diversos assuntos que já foram barreiras na minha vida.

Então, se você sente que se perdeu de si, continue me acompanhando nessa trajetória. E eu te digo que a vida, apesar de difícil, ainda pode ser muito boa. 

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Oi, sou Nick!


Oi, sou Nick!

Sou escritora, graduada em Letras e trabalho na área de marketing. Sou muito conectada com a arte e tecnologia desde a infância, além de fã incondicional da cultura asiática e leitora assídua. Aqui no blog, falo sobre escrita criativa, livros, e trago alguns dos meus textos.


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