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 A Face Oculta de Eva

Livro: A Face Oculta de Eva

Autor(a): Nawal El Saadawi

Editora: Global

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Apesar de ser um dos países com o maior número de feminicídio do mundo, a vivência da mulher brasileira para a da mulher árabe é muito diferente. O que une as experiências é o fato de que todas estão sob o controle do patriarcado, mesmo que elas sejam afetadas pelo mesmo de forma bem diferente. Em A face oculta de Eva, livro que está na sua terceira edição pela Global Editora, a autora Nawal el Saadawi começa a desmistificar os estereótipos ocidentais que tentam definir as mulheres árabes e suas lutas, mostrando como essas mulheres são afetadas pelo sistema e como elas moldam suas lutas.

Ela faz isso ao apontar a sua caneta para as mulheres árabes comuns e suas rotinas, abordando a luta diária de mulheres que arcam com as consequências do patriarcado na pele. Os últimos acontecimentos no mundo árabe, mostram exatamente como sua narrativa se torna essencial ainda hoje: a emancipação dessas mulheres é pauta extensa em todas as discussões feministas. Com base religiosa, política e outras fontes, a autora mistura estudo com relatos pessoais - que dão rosto e voz para mulheres árabes que pensam, lutam e falam o que pensam, sempre.

“Já que são os homens que estabelecem as regras para as mulheres, eles, como não poderia de ser, permitem-se tudo o que a elas é proibido."

Resenha:

"A Face Oculta de Eva" foi o livro escolhido para a primeira Leitura Coletiva da Editora Global. É um livro escrito pela renomada autora feminista egípcia, Nawal El Saadawi, publicado em 1977.

É um livro de não ficção em que a autora disseca a condição das mulheres no mundo árabe patriarcal.

Leia as minhas primeiras impressões de A Face Oculta de Eva.

Além de opressão sofrida em sua própria casa, as mulheres não são bem aceitas no mercado de trabalho, vivem uma vida limitada ao casamento, sendo o seu único propósito o de ser mãe e esposa. 

Com uma escrita visceral, Nawal escancara o machismo difundido nos países árabes, em meio a revolução do século 21, e mostra que o feminismo árabe existe e está ganhando força.

Confesso que foi uma leitura extremamente difícil, a autora não deixa nada sem dizer, e por mais horrível que pareça saber que existem coisas como circuncisão em meninas de 6 anos, é necessário sair da ignorância. 

Além de tudo, Nawal deixa claro que não é a religião que perpetua essa opressão contra as mulheres, e sim a forma que ela é interpretada. No mundo árabe, todas as regras são forjadas para favorecer o patriarcado e as mulheres são tratadas como escravas sem seu próprio lar.

Ler tudo isso me provocou uma sensação de angústia, e pensar em como seria estar na pele dessas mulheres foi horrível. Parei diversas vezes durante a leitura, para respirar, pois havia muitos gatilhos.

Enfim, Nawal El Saadawi demonstra coragem ao expor as verdades desconfortáveis e desafiar as estruturas dominantes. O livro serve como um lembrete impactante de que a luta pela igualdade de gênero continua sendo um desafio global e urgente.

A Leitura Coletiva com a Editora Global aconteceu no dia 26/07 e foi incrível! Foi ótimo trocar uma ideia com outros leitores sobre o livro, espero poder participar mais vezes.

A Face Oculta de Eva - Leitura coletiva Editora global

Enfim, se está procurando uma leitura que aborda sobre o feminismo árabe, este livro vai abrir a sua mente. Só tome cuidado com os gatilhos!

Conheça a autora:

Nawal El Saadawi

Nawal al-Sa'dawi, (em árabe: نوال السعداوي, Nawāl as-Saʿdāwī) foi uma escritora, médica, psiquiatra e feminista egípcia.  Escreveu muitos livros sobre o tema das mulheres no Islã, prestando especial atenção à prática da mutilação genital feminina em sua sociedade. Ela foi descrita como "a Simone de Beauvoir do mundo árabe".
Fundadora e presidente da Associação de Solidariedade das Mulheres Árabes (AWSA) e co-fundadora da Associação Árabe para os Direitos Humanos. Ela recebeu graus honorários em três continentes. Em 2004, ganhou o Prêmio Norte-Sul do Conselho da Europa. Em 2005, ganhou o Prêmio Internacional Inana na Bélgica e em 2012, o Internacional Peace Bureau concedeu-lhe o Prêmio Sean MacBride da Paz. Fonte: Wikipédia

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Título: My Roommate is a Gumiho | 간 떨어지는 동거

Emissora: tvN

País: Coréia do Sul

Ano: 2021

Sinopse: 

Depois de vagar pela Terra durante os últimos 999 anos, Shin Woo Yeo (Jang Ki Yong) agora está prestes a ver seu maior sonho se tornar realidade. Tendo passado os últimos mil anos coletando energia humana em seu precioso pingente, este gumiho milenar está finalmente pronto para abandonar sua forma de raposa e se tornar totalmente humano. Ou pelo menos estava até que uma aluna desavisada chamada Lee Dam (Hyeri) arruína todos os seus planos.

Trabalhando como professor universitário, Woo Yeo nunca imaginou que uma única estudante seria capaz de atrasar todos os seus planos de se tornar humano. Mas, quando um encontro tarde da noite com Lee Dam e uma de suas amigas bêbadas o faz derrubar seu precioso pingente, é exatamente isso que acontece. Ao tentar ajudar a amiga embriagada a voltar para casa, Lee Dam engole acidentalmente o pingente de raposa de Woo Yeo. Sabendo muito bem que engolir esse pingente findará matando um humano, Woo Yeo não tem escolha a não ser confrontar Lee Dam com a verdade. Sem nenhuma ideia de como resolver sua situação, Woo Yeo sugere que eles vivam juntos até que consigam encontrar uma solução. 

Incapaz de encontrar uma saída para essa situação por conta própria, Lee Dam concorda com o pedido inusitado de Woo Yeo. Mas será que a convivência realmente os ajudará a encontrar a resposta que procuram ou apenas trará novos problemas? 


Resenha:

My Roommate is a Gumiho gira em torno de Shin Woo Yeo (Jang Ki Yong) , um Gumiho - raposa de nove caudas - de 900 anos. Ele acidentalmente perde uma de suas contas de raposa e acaba encontrando Lee Dam (Hyeri), uma jovem estudante universitária desajeitada e meio doida. 

Para recuperar a conta de raposa, ​​Woo Yeo faz um pacto com Dam, e eles precisam viver juntos enquanto a conta está presa no corpo de Dam. Essa conta é muito poderosa para os Gumihos e pode transformar um Gumiho de mil anos em um ser humano. Caso a conta vermelha da raposa não se torne azul, o Gumiho não se tornará humano e pode desaparecer. Para Dam, a questão é que a conta só pode ficar dentro do corpo dela por até um ano, ou ela poderá morrer.

Woo Yeo trabalha como professor na universidade de Dam, e precisa mantê-la por perto de outros seres que também querem se apossar da conta da raposa.

As personalidades dos dois são muito opostas, enquanto Woo Yeo é extremamente frio e não entende bem a humanidade, Dam é divertida, vigorosa e animada. Ela consegue tirá-lo da sua zona de conforto e em várias cenas engraçadas que vai prendendo o telespectador com muito comédia.

Hye-Sun (Kang Han Na) era uma Gumiho de 700 anos que se tornou humana há cinco anos. Ela conhece Woo Yeo e sempre implica com ele por ter se tornado humana primeiro. Os dois são bem parecidos e até parece irmãos.

Enquanto o dorama avança lentamente entre a comédia e o romance de Dam com o Woo Yeo, outro personagem tenta chamar a atenção de Dam, seu colega de universidade Gye Sun Woo (Bae In Hyuk). 

Woo Yeo inicialmente parece egocêntrico e extremamente frio, mas aos poucos Dam começa a invadir a sua vida de um jeito engraçado e alegre, e ele não consegue não se apaixonar por ela. À medida que a trama avança, se torna cada vez mais dramática, mas não perdendo a essência de uma comédia romântica.

Confesso que no começo gostei do Woo Yeo, depois desgostei e gostei de novo. Foi uma confusão de sentimentos por esse personagem indeciso, sem nenhum entendimento da humanidade. Ele não parecia ter ambições e nem sabia o que queria de Dam. Até shippei a Dam com o Sun Woo (apesar dele ser babaca, mas lindo kkk), mas sinceramente acho que a Dam era até boa demais para os dois personagens masculinos. A Hyeri é extremamente engraçada e fez uma atuação leve que conseguiu encantar bastante.

Para que deseja assistir uma comédia romântica envolvente e muito engraçada, My Roommate is a Gumiho é uma ótima opção.



Título: Till The End of The Moon | 长月烬明
Emissora: Youku
País: China
Ano: 203
Sinopse: 
Em um reino onde os demônios exercem sua vontade maligna sobre os mortais e cultivadores, ninguém é tão poderoso — nem tão perverso — quanto o Lorde Demoníaco (Luo Yun Xi). Mas ele nem sempre foi tão mau como é agora. Ele já foi um príncipe muito diferente e normal, embora tenha nascido com o mal enraizado. Como tal, as forças demoníacas planejaram sugá-lo e torná-lo sua arma mais poderosa.
Cerca de 500 anos depois, as forças do bem traçam um plano. Elas planejam enviar uma mulher poderosa de volta no tempo para encontrar o príncipe — chamado Tan Tai Jin — no Reino Jin. E essa mulher assumirá a identidade de sua esposa... e o destruirá antes que ele se transforme no monstro que é agora. Uma mulher chamada Li Su Su (Bai Lu) aceita a missão. Ela volta no tempo, assumindo o papel da mortal Ye Xi Wu, filha de um grande general — e esposa do príncipe. Mas quando ela conhece o príncipe, as coisas se complicam. O romance floresce entre eles quando o ciclo de morte e reencarnação começa a girar. Poderia o amor — e não a violência — ajudar a salvar o mundo do mal?


Till The End of The Moon | 长月烬明

Resenha:

Till The End of The Moon é o mais novo Xianxia Chinês que está causando alvoroço no Weibo e Twitter. Vem conferir a minha resenha completa desse doramão!
O drama é adaptado da web série Hei Yue Guang Na Wen, Be Ju Ben, de Teng Luo Wei Zhi. 
Quando o Deus Demônio Tantai Jin (Luo Yun Xi) causa estragos nos reinos, as Seitas Imortais são obrigados a dar a sua vida para detê-lo. Tantai Jin é muito e para tentar evitar o massacre do mundo, as Seitas Imortais enviaram Li Su Su (Bai Lu) e volta no tempo para que ela destruísse o osso demoníaco de Tantai Jin e pudesse matá-lo enquanto ele ainda era um mortal.
Quando Su Su volta no tempo, ela se torna uma mortal com a identidade de Xi Wu, a qual é a filha amada de um general. Xi Wu é casada com Tantai Jin, um príncipe refém que é fraco e é frequentemente maltratado pela esposa. No entanto, Tantai Jin é, de fato, o futuro Deus Demônio e Su Su precisa encontrar um jeito de destruir o osso demoníaco dele, sem o matar, pois caso ele morra, ele pode se transformar no Deus Demônio após sua morte. Por isso, Su Su tem que garantir a segurança de Tantai Jin enquanto ela tenta descobrir onde está seu osso maligno. 


Till The End of The Moon | 长月烬明

Conforme o drama avança, percebemos que a vida de Tantai Jin foi cheia de tragédias com abandono, traição, desespero e perdas. O pai de Tantai Jin era o Rei de Jing que amava profundamente a mãe dele. No entanto, ela morreu durante o parto. Como resultado, seu pai o culpou por causar a morte de sua amada esposa e o abandonou. Alguns anos depois, ele foi enviado para ser um príncipe refém depois que Sheng derrotou Jing em uma guerra.
Quando Su Su aprende mais e mais sobre a trágica vida de Tantai Jin, ela se sente inclinada a protegê-lo. Su Su, tem medo dele e sente ódio, pois a última lembrança que tem da sua seita, é a morte do seu pai. Por isso, ela terá que fingir que está do lado de Tantai Jin e fazer de tudo para ele não demonizar. 
Falando um pouco sobre outros personagens:
Bing Chang (Chen Duling) é meia-irmã de Xi Wu. Ela é a filha mais velha, mas sua mãe é apenas uma concubina. Ela não recebe o mesmo amor e atenção que Xi Wu desfruta na família Ye. Bing Chang parece gentil. Ela gosta do príncipe Xiao Lin (Deng Wei), 6º príncipe do reino de Sheng. Ele é o príncipe capaz e justo. No mundo futuro, ele é um imortal chamado Ji Wu. Ji Wu também pertence à seita Hengyang e é irmão discípulo de Su Su.
Outros personagens muito importantes do primeiro arco é Qing Yu (Eddy Geng), o irmão mais novo de Xi Wu. Ele é um general capaz e corajoso que lidera um exército na passagem de Jia, que faz fronteira com Jing. Ele é leal, mas prefere a paz ao invés da guerra. Ele se apaixona por Pian Ran (Sun Zhen Ni), um espírito raposa de 9 caudas. Esse é o melhor casal secundário da trama, mas que não teve o tempo de tela merecido, os dois só permaneceram por 2 arcos.


Till The End of The Moon | 长月烬明

Till The End Of The Moon possui vários arcos bem trabalhados, tem muitos efeitos especiais e cenários muito bonitos, onde foi gasto um grande orçamento. No começo, eu achei difícil sentir empatia pela Tantai Jin, porque é um personagem que sente grande satisfação em fazer o mal, ele não tem sentimentos e não entende as pessoas, mas no decorrer da história, há um desenvolvimento do personagem, que me surpreendeu bastante. 
Li Su Su, é a típica heroína, não tem como não gostar dela (ainda mais por ser interpretada pela minha querida, Bai Lu). Su Su estava incrível em todos os 4 arcos, a trama é bastante detalhada e a protagonista é quem nos guia durante essa jornada


Till The End of The Moon | 长月烬明

Esse é um drama que o levará a viajar para diferentes dimensões e planos de tempo. Para entender completamente a história, a gente precisa acompanhar as linhas do tempo que começam voltando ao passado. Então, outro passado em forma de sonho abre o segundo arco.
Em termos de atuação, Yun Xi está excelente como Tantai Jin, que é um personagem muito complexo. Eu gosto como o personagem tem várias nuances e Yun Xi retrata isso muito bem. A minha única ressalva é sobre a quantidade de maquiagem que colocaram no ator, não tem nada a ver com a sua atuação, mas achei demais. A atuação de Bai Lu também é impecável para mim. Ela precisa retratar um conflito interno sobre as escolhas que Su Su precisa fazer. 


Till The End of The Moon | 长月烬明


Till The End Of The Moon tem uma trama envolvente que vai te deixar viciado. Alguns aspectos podem ser tristes, mas são dignos de um drama épico chinês. Sinto que o drama acabou muito rápido, no final, ainda queria ver mais do mundo que foi muito bem construído.
Este drama é um dos melhores para 2023 até agora, e está causando um grande alvoroço e rixa com os fãs de Love Between Fairy and Devil. Gosto dos dois doramas, eles tem uma proposta parecida, mas com desenvolvimentos diferentes.

Você pode assistir Till The End Of The Moon no Viki ou no Canal do YouTube da Youku.


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O Poço da Ascensão, Brandon Sanderson

Livro: O Poço da Ascensão

Série: Mistborn: Nascidos da Bruma

Autor(a): Brandon Sanderson

Editora: LeYa

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐

Sinopse: A queda do Império Final trouxe a esperança. E despertou mistérios assustadores.

Numa sucessão de golpes de sorte, Elend Venture subiu ao trono de Luthadel, a principal cidade do Império Final. Nos meses que seguiram a queda do Senhor Soberano e a dissolução de seu governo, o novo rei revolucionou as relações entre os skaa – a classe social mais baixa – e os nobres, atraindo a atenção dos diversos governantes das outras partes do grande império.

Dentro das muralhas de Luthadel, o perigo espreita de todos os lados. Assassinos de aluguel alomânticos ameaçam a vida do rei, a desconfiança generalizada faz a população temer pelos rumos da cidade e desejar o retorno do Senhor Soberano, e um inverno inclemente se aproxima. Elend, Vin e o bando de Kelsier tentam manter o controle a todo custo, mas os piores inimigos ainda estão por vir.

Fora das muralhas, arma-se um cerco militar gigantesco. À frente dele, Straff Venture, o pai de Elend, um tirano cruel e desesperado pelo poder, busca invadir Luthadel. E ele não está sozinho.

Reviravoltas e surpresas marcam este segundo volume da trilogia Mistborn - Nascidos da Bruma. O destino de todo o Império Final está envolto nas brumas, e apenas uma força sobrenatural será capaz de desvendar os mistérios que assolam seus habitantes.

“As profecias nunca foram feitas para dizer nada específico, mas falar de um sentimento geral. Uma esperança geral.”

Resenha:

O livro O Poço da Ascensão é o 2º volume da série da fantasia Mistborn, escrita por Brandon Sanderson, um dos maiores nomes do gênero na atualidade.

A história começa logo após os eventos de Mistborn: O Império Final, o primeiro livro da trilogia 

Mistborn. Com o Senhor Soberano morto, a cidade de Luthadel está em um estado de caos e incerteza. Um ano se passou desde os acontecimentos liderados por Kelsier. Sem sua liderança, os seus seguidores precisam carregar o peso que é conduzir um governo.

A protagonista, Vin, uma poderosa Alomante, tem que enfrentar não apenas os desafios políticos e sociais da cidade, mas também suas próprias dúvidas e inseguranças. 

Nesta continuação, o leitor é apresentado ao novo vilão da trama, Zane, um alomante ainda mais poderoso que Vin, que a desafia em todos os sentidos. Enquanto isso, Elend Venture, começa a se envolver mais na política da cidade, buscando estabelecer uma nova ordem social. Ele precisa carregar o peso da coroa e estabilizar o império.
Uma das características mais marcantes de O Poço da Ascensão é a construção de mundo detalhada e envolvente. Sanderson cria um sistema de magia complexo e original, baseado na ingestão de metais e seus efeitos no corpo humano. Esse sistema, chamado de alomancia, é explorado de maneira inteligente e criativa ao longo da história.

Além disso, a narrativa é repleta de reviravoltas e surpresas, mantendo o leitor sempre intrigado e ansioso para descobrir o que acontecerá a seguir. Sanderson também aborda temas como poder, política e ética de maneira profunda e complexa, criando personagens multifacetados e interessantes.
O que eu mais gosto desse livro, são as reviravoltas políticas, e os rumos que a história vai tomando. Brandon deixa um gancho muito bom para o terceiro livro,  Herói das Eras. Eu também gosto muito do sistema de magia, é algo que não se vê em outros livros de fantasia.
Sazed é um dos personagens mais intrigantes do livro. Ele sempre parece saber mais do que está dizendo. Ele é o Terrisman, estudioso responsável por armazenar memórias de todas as religiões que já existiram.

Para mim, os pontos negativos do livro é o romance (mesmo que pouco mencionado no livro) da Vin e do Eland. É um livro repleto de tensão política, e não acho que esse romance se encaixa bem na história. 

Eu não gosto muito do perfil do Eland, não o vejo como protagonista, acho que ele atrapalha um pouco a evolução da Vin. Também sinto falta do Kelsier, sinto falta de um líder na história. É como se todos os personagens estivessem perdidos sem ele. Sem dúvida, Brandon construiu uma lenda.

Em termos de escrita, o livro é bem estruturado e fluido, com diálogos bem construídos e descrições detalhadas. O autor também utiliza recursos como flashbacks e pontos de vista alternados para enriquecer a narrativa e proporcionar diferentes perspectivas sobre a história. Creio que o impacto do segundo livro não foi tão grande quanto o primeiro, mas ainda assim, é uma história incrível, que deve ser continuada.

Enquanto não leio o terceiro livro da trilogia, permaneço curiosa para saber como essa história termina. 
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Leia também:

[Resenha] Mistborn - O Império Final, Brandon Sanderson

 A Noiva do Deus do Mar,

Livro: A Noiva do Deus do Mar

Autor(a): Axie Oh

Editora: Melhoramentos

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Deixe o Fio Vermelho do Destino te guiar

Tempestades terríveis assolam a terra natal de Mina há gerações. Seu povo acredita que o Deus do Mar, seu antigo protetor, agora os amaldiçoa. E, na esperança de apaziguar sua ira, todos os anos uma bela donzela é lançada ao mar em sacrifício.

Muitos acreditam que Shim Cheong, a mais bela menina da aldeia – e a amada de  , irmão de Mina –, pode ser aquela que finalmente dará fim ao sofrimento de todos. Mas, na noite em que Shim Cheong será sacrificada, Joon a segue até o barco que a levará ao mar, mesmo sabendo que isso pode significar sua morte. Preocupada com o irmão e disposta a fazer qualquer coisa para salvá-lo, Mina pula na água no lugar de Shim Cheong.

Ao cair no mar, Mina é levada por um dragão ao Reino dos Espíritos, mas, quando encontra o Deus do Mar, a garota descobre que ele está preso em um sono encantado e não são apenas os humanos que correm perigo, mas todo o Reino dos Espíritos também. Com a ajuda de Shin, o misterioso protetor do Deus do Mar, e de um grupo singular de aliados composto de demônios e espíritos, Mina decide partir em uma missão para acordar o Deus do Mar e dar fim à maldição.

Porém, um humano não pode viver muito tempo no Reino dos Espíritos, e o perigo espreita por todos os lados, pois há aqueles que fariam qualquer coisa para impedir que o Deus do Mar acorde.

“Eu achava que havia alguém ouvindo. Porque, mesmo nas horas de desespero, eu acreditava que os deuses cuidavam de nós. Eu creditava que nunca estávamos sozinhos porque eles nos amavam."

Resenha:

A Noiva do Deus do Mar, da autora Axie Oh, é uma obra fascinante que promete levar o leitor a uma viagem emocionante pelos mistérios e segredos de uma cultura antiga e mágica. Com uma narrativa envolvente e um protagonista certamente forte e passageiro, este livro será uma experiência inesquecível para quem se aventurar em suas páginas.

A trama gira em torno de Mina, uma jovem que escolhe se oferecer como sacrifício como Noiva do Deus do Mar, no lugar de Shim Cheong, a amada do seu irmão Joon. Mina sabia que Joon amava Shim Cheong e que faria de tudo para impedir o sacrifício, por isso, em um momento de desespero, Mina pula no mar para salvar Shim Cheong.

O Deus do Mar é um ser poderoso que protege a ilha onde Mina vive com a sua família e por todos os anos, uma nova noiva é lançada ao mar na esperança de apaziguar a ira do deus e colocar um fim nas tempestades da ilha.

Mina entra no mundo dos espíritos e é levada para o palácio do deus e lá descobre que há muito mais por trás de sua escolha do que ela jamais imaginou. Ela perde a voz e descobre que tem um mês para recuperá-la com a sua alma. Mina está ligada ao fio vermelho do destino com o Deus do Mar, mas de repente, ela é ligada a Shim, um jovem protetor do Deus do Mar. 

Ela também conhece Kirin e Namgi, dois personagens que fazem parte do mundo dos espíritos e são leais a Shim. Juntos, os três protegem o Deus do Mar.

A Noiva do Deus do Mar,

Enquanto tenta descobrir a verdade sobre si mesma e sobre a ilha onde cresceu, Mina se envolve em uma trama complexa de intrigas e traições que podem colocar em risco sua vida e a de todos que ela ama.

Com um enredo repleto de reviravoltas e surpresas, "A Noiva do Deus do Mar" é uma história que certamente deixará o leitor envolvido. A escrita de Axie Oh é cativante e cheia de detalhes que transportam o leitor para dentro da história, fazendo com que ele se sinta parte do mundo mágico e exótico que ela criou.

Além disso, o livro aborda temas importantes como a luta pela independência e a busca pela identidade, tornando-se uma leitura não apenas divertida, mas também enriquecedora. 

O livro é baseado em uma mitologia coreana e é muito bonito de ver as referências da mitologia. A Noiva do Deus do Mar já começa com muita ação, e traz muitas criaturas. A história é focada nas relações humanas, e em suas relações com os deuses. O livro trata sobre fé, família, lealdade e autoconhecimento.

Por tudo isso, "A Noiva do Deus do Mar" é um livro que certamente deixará uma marca na vida de quem o ler, sendo uma escolha perfeita para quem busca uma história emocionante, instigante e inspiradora.

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 A Vida Invisível de Addie LaRue Victoria schwab

Livro: A Vida Invisível de Addie LaRue

Autor(a): V. E. Schwab

Editora: Galera Record

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐

Sinopse: Uma vida que ninguém lembra. Um livro que ninguém esquece.

Em A vida invisível de Addie LaRue, o aguardado best-seller de V.E. Schwab, conheça Addie e se perca em sua vida invisível — porém memorável.

França: 1714. Addie LaRue não queria pertencer a ninguém ou a lugar nenhum. Em um momento de desespero, a jovem faz um pacto: a vida eterna, sob a condição de ser esquecida por quem a conhecer. Um piscar de olhos, e, como um sopro, Addie se vai. Uma virada de costas, e sua existência se dissipa na memória de todos.

Após tanto tempo vivendo uma existência deslumbrante, aproveitando a vida de todas as formas, fazendo uso de tantos artifícios quanto fosse possível e viajando pelo tempo e espaço, através dos séculos e continentes, da história e da arte, Addie entende seus limites e descobre — apesar de fadada ao esquecimento — até onde é capaz de ir para deixar sua marca no mundo.

Trezentos anos depois, em uma livraria, um acontecimento inesperado: Addie LaRue esbarra com um rapaz.

Ele enuncia cinco palavras.

Cinco palavras capazes de colocar a vida que conhecia abaixo:

Eu me lembro de você.

Uma jornada inspirada no mito faustiano sobre busca e perda, eternidade e finitude e, acima de tudo, uma questão: até onde se vai para alcançar a liberdade? Best-seller do The New York Times e recomendado pelo Entertainment Weekly, A vida invisível de Addie LaRue é um livro inesquecível e que colocou V.E. Schwab entre as principais autoras de fantasia da atualidade.

"Para alguém fadada ao esquecimento, Addie LaRue se provou uma personagem deliciosamente inesquecível, e sua história é uma celebração da imortalidade." - Neil Gaiman

"Perfeitamente equilibrada entre escuridão e luz, mito e realidade. Essa história é, ironicamente, inesquecível." - Alix E. Harrow

"A vida invisível de Addie LaRue irá enfeitiçar os leitores da mesma forma que a protagonista é enfeitiçada." - Naomi Novak


“Não quero pertencer a ninguém, senão a mim mesma. Eu quero ser livre. Livre para viver e encontrar meu próprio caminho, para amar ou para ficar sozinha, mas pelo menos é minha escolha, e estou tão cansada de não ter escolhas, com tanto medo dos anos que passam correndo sob meus pés. Não quero morrer como vivi, o que não é vida.”

Resenha:


A Vida Invisível de Addie LaRue é um romance Best Seller da minha querida autora Victoria Schwab. O livro é volume único, e traz um enredo diferente de tudo o que a autora já escreveu.

A história é sobre uma garota chamada Adeline LaRue, que vivia na França no século XVII em um vilarejo chamado Villon. Também conhecida como Addie, ela não se sentia satisfeita com a vida pacata no vilarejo e sempre quis conhecer o mundo. Addie não gosta de se sentir prisioneira das poucas possibilidades que o seu mundo oferece. 

Forçada a se casar ainda jovem, Addie se desespera, foge para a floresta, e reza para os deuses antigos, pedindo que a salve do seu infortúnio. Addie esquece um um dia foi advertida pela sua amiga Estele , a não rezar a noite, para não chamar os deuses da escuridão, pois eles eram traiçoeiros.

Addie reza pela sua liberdade e com uma escolha incorreta de palavras durante a sua oração, ela sela um pacto com o deus da escuridão. Neste pacto, Addie possui a imortalidade, até que não queira mais viver, e então a sua alma será levada por Luc, o deus da escuridão. Só que Addie tinha pedido liberdade, e não queria que ninguém a visse, para que ela fosse livre. Com essa péssima escolha de palavras, ela acaba ganhando a sua tão sonhada liberdade, mas em contrapartida, ela se tornará incapaz de ser lembrada por alguém e de deixar uma marca no mundo. Somente Luc irá se lembrar dela.

Addie procura pela sua família depois da fuga e percebe o preço alto que deve pagar. Nem a sua mãe e nem o seu pai lembram mais dela. Triste e desiludida, ela deixa Villon e tenta reconstruir a sua nova vida. Todos os dias conhece pessoas novas e é esquecida. Não consegue formar laços com mais ninguém e à medida que o tempo passa, Addie percebe as graves consequências daquele pedido, mas ela recusa a se render para a escuridão e lhe dar a sua alma. Mesmo vivendo situações de fome, medo e perda da própria dignidade, Addie sempre pensa que a vida tem muita a oferecer.

A história é intercalada entre o passado e presente de Addie. O livro transita entre os primeiros anos de sua imortalidade no século XVII  e seu presente, trezentos anos depois, em Nova York. No meio disso tudo, Addie conhece Henry, a única pessoa que consegue lembrar dela. Intrigada,  Addie resolve conhecê-lo melhor e eles percebem que tem vários aspectos incomuns em sua vida. Henry também sempre se sentiu invisível, sempre foi ignorado pelos outros. Eles se entendem bem e começam um relacionamento onde aprendem mais sobre si mesmos.

A escrita da Victoria é brilhante e instigante, só que não posso dizer que esse tipo de história me atrai atenção, não gosto muito de histórias que intercalam o passado com o presente, e muito menos com o foco mais em drama. Confesso que li esse livro pela autora, e que por ser um livro da Victoria Schwab, coloquei minhas expectativas lá em cima. E me decepcionei!

Não porque a escrita é ruim, ou porque a história é ruim. Eu esperava algo mais sombrio, pois já estava acostumada com o estilo de escrita sombrio da Victoria em outros livros. Acredito que A Vida Invisível de Addie LaRue não é um livro ruim, mas também não é um livro para mim. Me encontrei várias vezes pensando se estava lendo algo do John Green (Eu não costumo gostar de livros do gênero de drama). Eu não gostei da história como um todo, simplesmente porque esperava algo mais fantasioso, e me deparei com um drama jovem. Mas isso não faz da história ruim, muito pelo contrário. O ponto forte da história é a identificação com os medos e anseios dos personagens principais. Eu só não gosto desse tipo de narrativa.

Acho que o que eu menos gostei no livro, foi o romance entre a Addie e o Henry. Achei muito sem graça, acredito que eles funcionam muito mais como amigos. Mas compreendo que o romance teve o seu propósito na história e fiquei satisfeita com o final do livro. Também não gostei de todos os personagens. Não consegui me identificar nem mesmo com a Addie. 

Luc parece ser um personagem intrigante e relevante na história, gosto do caráter de vilão que ele possui, principalmente sobre o mistério. Se a Schwab seguisse com uma narrativa mais sombria (algo mais parecido com o seu estilo em outros livros), tenho certeza que ela abordaria mais sobre a história mística do Luc. Também senti falta do Realismo Mágico próprio do estilo da autora nesse livro. Mas isso é um sentimento que eu tenho como fã da autora, ela não é obrigada a seguir o mesmo estilo de narrativa sempre.

Enfim, muitos leitores dividem opiniões entre gostar ou não desse livro. Acredito se tratar de um bom livro, mas com uma história e narrativa diferente de tudo o que a autora já escreveu. Minha dica é: desapegue das outras histórias que a Victoria escreveu.

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Leia também:

[Resenha] Um tom mais escuro de magia, V. E. Schwab

[Resenha] Mansão Gallant, V. E. Schwab

Livro: Flores para Algernon

Autor(a): Daniel Keyes

Editora: Aleph

Sinopse: Uma cirurgia revolucionária promete aumentar o QI do paciente. Charlie Gordon, um homem com deficiência intelectual severa, é selecionado para ser o primeiro humano a passar pelo procedimento. O experimento é um avanço científico sem precedentes, e a inteligência de Charlie aumenta tanto que ultrapassa a dos médicos que o planejaram. Entretanto, Charlie passa a ter novas percepções da realidade e começa a refletir sobre suas relações sociais e até o papel de sua existência.

Delicado, profundo e comovente, Flores para Algernon é um clássico da literatura norte-americana. A obra venceu o prêmio Nebula e inspirou o filme Os Dois Mundos de Charlie, ganhador do Oscar de Melhor Ator, um musical na Broadway e homenagens e referências em diversas mídias.

“Estava tudo bem enquanto eles pudessem rir de mim e parecer inteligentes à minha custa, mas agora eles se sentiam inferiores ao imbecil [...] Eu os havia traído, e eles me odiavam por isso.”

Resenha:

Flores para Algernon conta a história de Charlie Gordon, um homem de 32 anos com deficiência intelectual que é convidado a fazer um experimento de aumento de QI. Apesar das suas restrições, Charlie tem uma força de vontade de aprender e de se tornar inteligente. Ele acredita que com o aumento da sua inteligência, ela possa fazer amizades e ter conversas mais profundas.

Sendo assim, Charlie se torna quase uma “cobaia” de um experimento que promete revolucionar a ciência. Ele será o primeiro indivíduo a fazer essa cirurgia, sendo que o único ser vivo em que a cirurgia deu certo é Algernon, um rato de laboratório que apresenta resultados excelentes.

 O livro é narrado em primeira pessoa, em uma espécie de diário pessoal de Charlie, chamado: Relatórios de Progressos. Esses relatórios são datados e com eles nós podemos acompanhar a evolução da escrita de Charlie e dos seus pensamentos. No começo, os relatórios são repletos de erros de ortografia, mas depois da cirurgia, ele vai aperfeiçoando não apenas a grafia das palavras, como também o vocabulário e a estrutura de seu texto.

A cirurgia é um sucesso, e com o tempo, acompanhamos a evolução de Charlie. Ele também passa por sessões de terapias, hipnoses e consultas neurológicas periodicamente. O cérebro de Charlie começa a absorver o conhecimento cada vez mais rápido, até o ponto dele saber mais que os próprios cientistas e acadêmicos.

Doutor Strauss e Professor Nemur são os cientistas que conduzem os experimentos. Tendo eles papeis importantes na vida atual de Charlie.

Ao mesmo tempo em que Daniel Keyes mostra a inocência de Charlie antes da sua cirurgia, ele também nos mostra o homem se redescobrindo por inteiro. Antes, Charlie não entendia sobre a vida, sobre os sentimentos, as pessoas e sobre ele mesmo. Aos poucos, com o seu amadurecimento, ele se choca com as duas realidades que viveu.

Charlie relembra o passado e enxerga-o de forma diferente, analisando a sua vida e redescobrindo a sua história. Ele entende o preconceito que sofreu desde a infância e, o que eu achei mais importante nesse livro, a dualidade entre ser uma pessoa deficiente e ser um intelectual. 

Há duas facetas sendo contadas no livro, de forma brilhante posso dizer. Quando Charlie entende que quando se tornou intelectual, as pessoas começam a ignorar ele, com despeito, por se sentirem inferiores a ele. E quando ele lembra que era ignorado anteriormente quando não entendia sobre o que acontecia ao seu redor.

O seu lado emocional não está preparado para acompanhar suas descobertas e sua percepção de mundo, por isso novas reflexões e antigos traumas passam a perturbar o personagem.

Sobre a escrita de Keyes , fica claro que ele escolheu a melhor abordagem para nos contar a história de Charlie. Apesar do texto fácil, Flores para Algernon não é uma leitura leve. As vivências de Charlie são tristes e cruas. O final não é feliz, mas é o esperado pelo próprio Charlie que aceita o seu destino.

O livro traz uma discussão sobre capacitismo intelectual. É triste ler sobre a ingenuidade de Charlie e perceber o seu sofrimento nas lembranças do passado. É uma leitura necessária, recomendo bastante para todos. 

 

 


Livro: E não Sobrou Nenhum 

Autor(a): Agatha Christie

Editora: Globo Livros

Sinopse: Uma ilha misteriosa, um poema infantil, dez soldadinhos de porcelana e muito suspense são os ingredientes com que Agatha Christie constrói seu romance mais importante. Na ilha do Soldado, antiga propriedade de um milionário norte-americano, dez pessoas sem nenhuma ligação aparente são confrontadas por uma voz misteriosa com fatos marcantes de seus passados.

Convidados pelo misterioso mr. Owen, nenhum dos presentes tem muita certeza de por que estão ali, a despeito de conjecturas pouco convincentes que os leva a crer que passariam um agradável período de descanso em mordomia. Entretanto, já na primeira noite, o mistério e o suspense se abatem sobre eles e, num instante, todos são suspeitos, todos são vítimas e todos são culpados.

É neste clima de tensão e desconforto que as mortes inexplicáveis começam e, sem comunicação com o continente devido a uma forte tempestade, a estadia transforma-se em um pesadelo. Todos se perguntam: quem é o misterioso anfitrião, mr. Owen? Existe mais alguém na ilha? O assassino pode ser um dos convidados? Que mente ardilosa teria preparado um crime tão complexo? E, sobretudo, por quê?

São essas e outras perguntas que o leitor será desafiado a resolver neste fabuloso romance de Agatha Christie, que envolve os espíritos mais perspicazes num complexo emaranhado de situações, lembranças e acusações na busca deste sagaz assassino. Medo, confinamento e angústia: que o leitor descubra por si mesmo porque E não sobrou nenhum foi eleito o melhor romance policial de todos os tempos.


"Havia qualquer coisa de mágico numa ilha, a simples palavra sugeria fantasia. Perdia-se o contato com o mundo uma ilha era um mundo próprio, um mundo à parte. Um mundo, talvez, do qual nunca poderemos regressar."


E não sobrou nenhum começa com o encontro de dez estranhos em uma ilha isolada, a Ilha do Soldado, a convite de um anfitrião. Todos eles estão lá por um motivo e todos escondem segredos.

Há diversos boatos sobre o anfitrião chamado Mr. Owen, dono da Ilha do Soldado, mas ninguém de fato sabe quem é o novo dono, e cada personagem foi convidado por motivos diferentes, como a passeio, a trabalho etc.

A autora nos apresenta a Philip Lombard, Vera Claythorne, Justice Wagrave, Emily Brent, Anthony Marston, William Henry Blore, General Macarthur, Dr. Amstrong, Thomas Rogers e Mrs. Rogers. Todos têm personalidades diferentes e desconfianças. Juntos em uma casa no meio da ilha, eles acreditam que irão conhecer o seu anfitrião Mr. Owen. Todos o conhecem por um nome diferente, e nenhum dos dez presentes jamais se encontrou com o dono da Ilha do Soldado. 

Na casa, eles encontram dois empregados que pertencem ao grupo, Thomas Rogers e Mrs. Rogers, que assim como todos, receberam cartas com instruções precisas do que deveriam fazer. Além de encontrarem dez soldadinhos de porcelana na mesa.

A autora introduz sobre cada  um dos indivíduos que foi convidado inesperadamente para a Ilha do Soldado, e nós leitores ficamos intrigados com as circunstâncias misteriosas desse convite. 

Em seus quartos, os convidados encontram o poema “E não sobrou nenhum” e ficam intrigados.


Poema ‘E Não Sobrou Nenhum’


Dez soldadinhos saem para jantar, a fome os move;

Um deles se engasgou, e então sobraram nove.

Nove soldadinhos acordados até tarde, mas nenhum está afoito;

Um deles dormiu demais, e então sobraram oito.

Oito soldadinhos vão passear e comprar chiclete;

Um não quis mais voltar, e então sobraram sete.

Sete soldadinhos vão rachar lenha, mas eis;

Que um deles cortou-se ao meio, e então sobraram seis.

Seis soldadinhos com a colmeia, brincando com afinco;

A abelha pica um, e então sobraram cinco.

Cinco soldadinhos vão ao tribunal, ver julgar o fato;

Um ficou em apuros, e então sobraram quatro.

Quatro soldadinhos vão ao mar; um não teve vez;

Foi engolido pelo arenque defumado, e então sobraram três. 

Três soldadinhos passeando no zoo, vendo leões e bois;

O urso abraçou um, e então sobraram dois.

Dois soldadinhos brincando ao sol, sem medo algum; 

Um deles se queimou, e então sobrou só um. 

Um soldadinho fica sozinho, só resta um;

Ele se enforcou, 

E não sobrou nenhum.


Logo na primeira noite, todos ouvem acusações de crime contra todos os 10 hóspedes, através de um sistema de áudio instalado na casa. E com isso, todos eles ficam inquietos e apreensivos, querendo sair imediatamente da Ilha do Soldado. Todos os crimes foram cometidos no passado e não há mais a possibilidade de serem julgados pela justiça. Todos os dez convidados se sentem injustiçados pelas acusações e acreditam que não devem ter a sua moral questionada. A narrativa é contada em terceira pessoa, e podemos entender a perspectiva de todos os personagens, os seus medos e um pouco do seu passado.
 
Diante disso, a primeira morte acontece e a autora nos apresenta um ambiente de tensão e desconfiança entre os nove companheiros restantes. Além da ilha ser isolada de tudo, é preciso de uma balsa para sair de lá, ao mesmo tempo que está ocorrendo uma tempestade. Os convidados são obrigados a permanecer na ilha, até que o tempo melhore e alguém venha resgatá-los.  
 
Eles se dedicam a resolver o mistério por traz do assassinato, cada um possui uma teoria, e todos se dedicam a resolver o mistério de acordo com os conhecimentos das suas profissões.
 
Agatha Christie consegue criar uma aura de mistério, confusão e desconfiança. O leitor não tem ideia de quem é o assassino, e é impossível não desconfiar de todos. E não sobrou nenhum é um daqueles livros que você só descobre o vilão no final. Agatha Christie não deixa nenhum rastro.
 
Ainda por cima, a forma como as mortes são apresentadas, são parecidas com as descrições do poema dos soldados. No final, quando descobrimos quem é o assassino, tudo se encaixa.
 
Em “E não sobrou nenhum”, Agatha Christie nos envolve em uma leitura investigativa, e mostra como o medo pode influenciar o comportamento humano. Não só o medo da morte, mas o medo de ser descoberto, pois todos os personagens possuem segredos de crimes que não gostariam de ser revelados. Todos desconfiam um dos outros e viram-se uns contra os outros, por estarem aterrorizados. Como eles preferem não confiar em ninguém, o assassino se aproveita da situação e consegue cometer os crimes mais facilmente. Cada vez que um personagem morre, um soldadinho de porcelana desaparece, adicionando mais crise ao conflito.
 
Esse livro fez tanto sucesso que já ganhou várias adaptações, sendo a adaptação mais recente a minissérie produzida pela BBC.



 

Livro: Gramática do Lar

Autor(a): Manoel Carlos Alves

Editora: Escaleras

Sinopse: “Mamãe se foi’’.

Assim começa a obra Gramática do lar, que utiliza como cenário a São Paulo de um futuro não muito distante, onde um filho, personagem cujo o nome nunca conhecemos, precisa lidar com as consequências devastadoras que descobre sobre a matriarca, ao longo dos sete dias após o seu enterro. Onde começa uma mãe e termina uma mulher? Como é possível viver anos a fio com alguém, sua genitora, e nunca ter, de fato, a conhecido?

Tais são os questionamentos suscitados quando, ao se desfazer dos pertences da mãe, ele depara-se com os escritos dispersos que a falecida deixara para trás. A partir deste ponto, o filho, à deriva num país fragmentado por ideologias políticas, encontra alento em desbravar a mente e alma da mãe ao mesmo tempo em que inicia um relacionamento obsessivo com o psicanalista responsável pelas últimas sessões de terapia dela, e o principal suspeito de influenciar sua morte.

Destes encontros, e conforme tenta equilibrar a vida de professor universitário com os conflitos sociais vigentes, lidando com as ameaças de grupos extremistas, a mãe morta, o filho e o psicanalista embarcam numa jornada até o coração das trevas, até o vazio, onde as coisas saem do controle, ultrapassam todos os limites, e nada resta a ser feito além de destruir uns aos outros.

Resenha:

Gramática do Lar é o romance de estreia do autor soteropolitano, Manoel Carlos Alves. 

A história se passa em São Paulo, e conta sobre a vida do personagem, o qual nunca saberemos o nome, depois de ter perdido a sua mãe. Logo após o enterro da sua mãe, ele encontra alguns escritos deixados por ela, e tenta entender quem ela era em vida. Ele percebe que na verdade não a conhecia de verdade e nessa jornada dramática e de suspense, faz-se questionamentos sobre si mesmo.

Em Gramática do Lar, mergulhamos em um drama filosófico, posso até dizer, que pessoal, da alma o autor da obra. O nosso protagonista, é um professor universitário e escritor, que não consegue finalizar o seu primeiro livro. Está esgotado mentalmente com a morte da mãe e sentimentos que não consegue entender.

Manoel traz questionamentos importantes sobre a maternidade, e sobre um filho que entra em uma jornada de entender a sua própria mãe com uma vida além da maternidade. A forma madura como o livro traz esses questionamentos me impressiona.

O protagonista se relaciona com o antigo psicanalista da mãe, e durante esse relacionamento obsessivo, ele desbrava conflitos ainda mais angustiantes.

Gramática do Lar é um livro repleto de mistério, para quem gosta de um drama familiar psicológico.

Conheça o autor:

Manoel Carlos Alves, nascido e criado em Salvador, é graduado em Letras, pela Universidade Federal da Bahia, e mestrando no programa de literatura e cultura também na UFBA. Professor de inglês, romancista, contista e ensaísta, participou da tradução do livro Três Rios (2019) e publicou, de modo independente, Dark Mirror (2020) e Nossa última história de amor (2020). Em 2021, organizou a coletânea Crônicas Soteropolitanas. Gramática do lar (2021) é o seu primeiro romance.


Você também pode ler as resenhas de outras obras do autor:

Resenha Nossa última história de amor

Resenha Antologia Crônicas Soteropolitanas



Livro: Poemas que escrevi no inverno do hemisfério norte 

Autor: Gian Lucas

Sinopse: composto por poemas intimistas e reflexivos, o livro gira em torno da melancolia típica do inverno, abordando sentimentos (e sentidos) de forma crua e sensível.

há um tipo de frio que nenhum casaco ou edredom consegue lidar. aquela sensação que vai muito além de todas as camadas que compõem a pele, literalmente nos fazendo tremer por dentro, sentindo o estômago revirar e o coração errar as batidas. um gosto amargo, entendido apenas por quem já provou das dores inerentes à mais pura humanidade que o mundo caótico tenta roubar a cada dia. o que te mantém aquecido? quais as garantias disso?

a vida é tão incerta, frágil, quebrável. a felicidade consiste nos momentos que nos fazem esquecer disso tudo e sorrir, sentindo-se confortável. quem afasta as pesadas verdades da existência dos seus horizontes? você se dá conta disso?

no inverno do hemisfério norte, escrevi poemas sobre solidão, despedidas, memórias e entregas ao vazio. mas também sobre o privilégio da singularidade, da intensidade, do amor que é eterno enquanto durar. vivemos estações, não é mesmo?

tudo passa, ou, ao menos, ameniza.


"o céu cinza acima de mim

é uma imensa e cruel lembrança

das cores que vivi

e perdi pelo caminho"


Resenha:
Em Poemas que escrevi no inverno do hemisfério norte, o poeta exprime sentimentos jovens e universais. É fácil se identificar com temas sobre o amor, a negatividade, ansiedade e a depressão. 

Nos trechos das poesias, eu percebi um grande pessimismo do autor sobre a vida, sobre o amor e a esperança. Ainda assim, as poesias são sobre não desistir, sobre ter fé, por mais que tudo nos machuque, continuamos aqui, firmes. Talvez seja um ponto autodestrutivo, ou talvez o autor quisesse exclamar que a dor não é nada perto de que já foi completamente destruído por dentro.

Em suas poesias como: "A neve e sua beleza límpida", "Você era meu sol" e "Compomos os mais belos cânticos", eu sinto o clamor do autor, sua insistência e expectativas sobre amor. Ele não desiste, mesmo querendo, mesmo doendo. Ser jovem, não é sobre isso? 

A alma sensível do poeta, não consegue lidar com a frieza em volta de si. Ele vive como uma tempestade, tudo ou nada. Quem nunca sentiu que nada poderia te suprir? Quem nunca sentiu um vazio, como se as pessoas não pudessem te ver?



Eu me sensibilizo com as palavras do autor, com a sua escrita pessoal e sua coragem de admitir sentimentos de vulnerabilidade.

As poesias que eu mais gostei são: "Meus olhos são cansados", "Humanidade", "Não existe dor", "A parte ruim" e "É difícil passar pelos dias". Todos os versos me roubaram pensamentos de lembranças do meu próprio passado. É essa a função do poeta, nos descascar com suas estrofes nos despindo da casca que protege as nossas emoções.
 
No final do livro, Gian Lucas, autor da obra, conta que começou a escrever poesias em seu Tumblr particular em 2012. Me identifiquei muito, pois também comecei a escrever poesias no Tumblr, nesse mesmo ano.
 
Em um dos poemas, Gian conta que não estamos sozinhos, estamos todos vivendo o mesmo inferno, estamos todos no mesmo barco, e é verdade. Viver numa época como essa, com todas as nossas angústias, pesadelos e depressões, tem sido muito difícil. Ser artista, é mais difícil ainda.

Com toda a certeza Poemas que escrevi no inverno do hemisfério norte é uma obra que merece ser lida e compreendida.

Vocês podem encontrar o livro na Amazon.



Livro: O Clube das Duas Horas

Autor: Felipe Gulyas

Editora: Grimm

Sinopse: Mike estava no lugar errado e na hora errada. Quer dizer, quem nunca fumou um baseado só para relaxar? Agora ele está preso num grupo de desajustados e estranhos que toda escola evita. Mike sabe que não pertence aquele lugar, aquelas pessoas tem problemas sérios, mas é quando um deles comete suicídio que tudo muda. Mike se vê vivendo seu pior dia de novo, de novo e de novo. Enquanto tenta descobrir o que está acontecendo com ele, o garoto entra mais na vida daquelas pessoas que todos desprezam e começa a ver como o mundo pode ser um lugar injusto e cruel com quem menos merece.

 


 

O livro conta a história de Mike, um adolescente que foi pego fumando na escola, e por isso deve frequentar o Clube das Duas Horas, aulas para que tem problemas com drogas, ansiedade, depressão, dentre outros. Na escola de Mike, quem frequenta o Clube das Duas Horas são vistos como os garotos desajustados e estranhos. 

A mãe de Mike parece muito preocupada com as atitudes do seu filho, e por isso fica na sua cola, o que deixa Mike bastante irritado. 

Mike sente que não se encaixa naquele grupo, e não entende porque tem que fazer aquelas aulas. 

No decorrer da trama, um acontecimento chama a atenção de Mike, um de seus colegas tenta o suicídio, e ele começa a reviver esse dia, todos os dias. 

Para resolver esse dilema, Mike terá que conhecer melhor os seus colegas do Clube das Duas Horas, entender sobre empatia e compreensão. Ele faz amizades como Melanie e Mitchel, que os ajudam em sua jornada de auto compreensão.

Além disso, Mike entende um pouco sobre as preocupações da sua mãe em relação a ele mesmo.

O Clube das Duas Horas é um livro sobre autoconhecimento e mudança de postura. Mike representa todos nós, que cometemos erros para favorecer o próprio ego, mas a evolução do personagem é nítida.

Eu amei a forma como o Felipe Gulyas narrou os fatos. Apesar do livro ser viciante, eu não consegui ler tão rápido por conta dos estudos. 

Recomendo demais esse livro, ele é bem curtinho e tem uma capa linda. Vocês podem encontrar o e-book na Amazon.


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Sou escritora, formada em Licenciatura em Letras e tenho me aprofundado em Sociologia e Filosofia. Atualmente, atuo na área de Marketing, explorando estratégias, comunicação e comportamento humano. Minha trajetória é guiada pela busca constante por conhecimento, reflexão crítica e conexão entre ideias, pessoas e contextos sociais.


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