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 A Face Oculta de Eva

Livro: A Face Oculta de Eva

Autor(a): Nawal El Saadawi

Editora: Global

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Apesar de ser um dos países com o maior número de feminicídio do mundo, a vivência da mulher brasileira para a da mulher árabe é muito diferente. O que une as experiências é o fato de que todas estão sob o controle do patriarcado, mesmo que elas sejam afetadas pelo mesmo de forma bem diferente. Em A face oculta de Eva, livro que está na sua terceira edição pela Global Editora, a autora Nawal el Saadawi começa a desmistificar os estereótipos ocidentais que tentam definir as mulheres árabes e suas lutas, mostrando como essas mulheres são afetadas pelo sistema e como elas moldam suas lutas.

Ela faz isso ao apontar a sua caneta para as mulheres árabes comuns e suas rotinas, abordando a luta diária de mulheres que arcam com as consequências do patriarcado na pele. Os últimos acontecimentos no mundo árabe, mostram exatamente como sua narrativa se torna essencial ainda hoje: a emancipação dessas mulheres é pauta extensa em todas as discussões feministas. Com base religiosa, política e outras fontes, a autora mistura estudo com relatos pessoais - que dão rosto e voz para mulheres árabes que pensam, lutam e falam o que pensam, sempre.

“Já que são os homens que estabelecem as regras para as mulheres, eles, como não poderia de ser, permitem-se tudo o que a elas é proibido."

Resenha:

"A Face Oculta de Eva" foi o livro escolhido para a primeira Leitura Coletiva da Editora Global. É um livro escrito pela renomada autora feminista egípcia, Nawal El Saadawi, publicado em 1977.

É um livro de não ficção em que a autora disseca a condição das mulheres no mundo árabe patriarcal.

Leia as minhas primeiras impressões de A Face Oculta de Eva.

Além de opressão sofrida em sua própria casa, as mulheres não são bem aceitas no mercado de trabalho, vivem uma vida limitada ao casamento, sendo o seu único propósito o de ser mãe e esposa. 

Com uma escrita visceral, Nawal escancara o machismo difundido nos países árabes, em meio a revolução do século 21, e mostra que o feminismo árabe existe e está ganhando força.

Confesso que foi uma leitura extremamente difícil, a autora não deixa nada sem dizer, e por mais horrível que pareça saber que existem coisas como circuncisão em meninas de 6 anos, é necessário sair da ignorância. 

Além de tudo, Nawal deixa claro que não é a religião que perpetua essa opressão contra as mulheres, e sim a forma que ela é interpretada. No mundo árabe, todas as regras são forjadas para favorecer o patriarcado e as mulheres são tratadas como escravas sem seu próprio lar.

Ler tudo isso me provocou uma sensação de angústia, e pensar em como seria estar na pele dessas mulheres foi horrível. Parei diversas vezes durante a leitura, para respirar, pois havia muitos gatilhos.

Enfim, Nawal El Saadawi demonstra coragem ao expor as verdades desconfortáveis e desafiar as estruturas dominantes. O livro serve como um lembrete impactante de que a luta pela igualdade de gênero continua sendo um desafio global e urgente.

A Leitura Coletiva com a Editora Global aconteceu no dia 26/07 e foi incrível! Foi ótimo trocar uma ideia com outros leitores sobre o livro, espero poder participar mais vezes.

A Face Oculta de Eva - Leitura coletiva Editora global

Enfim, se está procurando uma leitura que aborda sobre o feminismo árabe, este livro vai abrir a sua mente. Só tome cuidado com os gatilhos!

Conheça a autora:

Nawal El Saadawi

Nawal al-Sa'dawi, (em árabe: نوال السعداوي, Nawāl as-Saʿdāwī) foi uma escritora, médica, psiquiatra e feminista egípcia.  Escreveu muitos livros sobre o tema das mulheres no Islã, prestando especial atenção à prática da mutilação genital feminina em sua sociedade. Ela foi descrita como "a Simone de Beauvoir do mundo árabe".
Fundadora e presidente da Associação de Solidariedade das Mulheres Árabes (AWSA) e co-fundadora da Associação Árabe para os Direitos Humanos. Ela recebeu graus honorários em três continentes. Em 2004, ganhou o Prêmio Norte-Sul do Conselho da Europa. Em 2005, ganhou o Prêmio Internacional Inana na Bélgica e em 2012, o Internacional Peace Bureau concedeu-lhe o Prêmio Sean MacBride da Paz. Fonte: Wikipédia

Compre A Face Oculta de Eva na Amazon.


 A Máquina do Tempo, H. G. Wells

Livro: A Máquina do Tempo

Autor(a): H. G. Wells

Editora: Editora Pandorga

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐

Sinopse: A bordo de sua Máquina do Tempo, o cientista que narra esta história parte do século XIX para o ano de 802701. Nesse futuro distante, ele descobre que o sofrimento da humanidade foi transformado em beleza, felicidade e paz. A Terra é habitada pelos dóceis Eloi, uma espécie que descende dos seres humanos e já formou uma antiga e enorme civilização. Mas os Eloi parecem ter medo do escuro, e têm todos os motivos para isso: em túneis subterrâneos vivem os Morlocks, seus maiores inimigos. Quando a Máquina do Tempo que levou o Viajante some, ele é obrigado a descer às profundezas para recuperá-la e voltar ao presente.

Chamado de gênio e considerado um pioneiro, Wells abriu caminho não só para seus livros e sua visão de mundo, mas para novas possibilidades na literatura.

“Um animal em perfeita harmonia com seu ambiente é um mecanismo perfeito.”

Resenha: 

A Máquina do Tempo, escrito por H.G. Wells, é um clássico da literatura de ficção científica que cativa leitores há mais de um século. Publicado pela primeira vez em 1895, o livro se destaca por sua narrativa envolvente e por explorar a temática do tempo de maneira única. 

O livro conta a história de um cientista, inventor e visionário conhecido apenas como Viajante do Tempo. Ele cria uma máquina do tempo e embarca em uma jornada através das eras, desvendando os mistérios do futuro distante. O enredo se desenrola de forma surpreendente, dividindo-se em duas partes distintas. A primeira leva o leitor a um futuro utópico, a humanidade deixou duas espécies posteriores como legado: os Eloi, seres delicados e semelhantes a crianças, e os Morlocks, criaturas subterrâneas temíveis. 

Os Eloi vivem na superfície e tem tudo fácil, eles possuem toda a riqueza e vivem preguiçosamente, sem ter obrigações e estresse. O único medo dos Eloi é a escuridão, que escondem criaturas que eles acreditam que podem os devorar. Os Morlocks, habitantes do subterrâneo vulneráveis à luz, não poupam esforços para sobreviver. Eles são trabalhadores e não são nada frágeis, vivem para trabalhar para os Elois. Nesse contexto, Wells apresenta críticas à sociedade industrializada e às desigualdades sociais.

Os Elois são a representação de uma classe social mais alta, cheia de privilégios e riquezas incontáveis, que se perderam em suas vaidades e preguiças e não sabem ou não tem interesse por nada que não seja os seus próprios desejos. Os Morlocks representam a classe trabalhadora, distante dos Elois, eles trabalham para saciar a sede dessas criaturas egoístas. Os Morlocks são mais brutos, pois eles carregam o peso de todo o trabalho.

O Viajante observa o futuro com muito interesse, e é no seu ponto de vista que vamos entendendo um pouco mais sobre onde o autor quer chegar com as críticas sociais do livro.

Na segunda parte, o protagonista continua sua jornada e chega a um futuro ainda mais distante, em um cenário pós-apocalíptico. Essa parte do livro aborda questões filosóficas e explora temas como a decadência da humanidade e o fim de todas as coisas.

A escrita de Wells é cativante e habilmente estruturada, o que contribui para a imersão do leitor nessa jornada temporal. Seus detalhes vívidos e descrições cuidadosas dão vida aos ambientes e personagens, proporcionando uma experiência rica em imaginação.

A Máquina do Tempo é um livro que transcende o tempo, conquistando leitores de diferentes gerações com sua mistura única de ficção científica, crítica social e reflexões filosóficas. A habilidade de H.G. Wells em explorar os limites do tempo e criar um mundo imaginário envolvente é notável. Essa obra clássica continua a inspirar e intrigar, convidando-nos a refletir sobre o destino da humanidade e a nossa própria relação com o tempo.

A edição que eu comprei é de um box do H. G. Wells da Editora Pandorga. O 3 livros tem capas que parecem quadrinhos antigos. Compre essa edição na Amazon.

O Poço da Ascensão, Brandon Sanderson

Livro: O Poço da Ascensão

Série: Mistborn: Nascidos da Bruma

Autor(a): Brandon Sanderson

Editora: LeYa

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐

Sinopse: A queda do Império Final trouxe a esperança. E despertou mistérios assustadores.

Numa sucessão de golpes de sorte, Elend Venture subiu ao trono de Luthadel, a principal cidade do Império Final. Nos meses que seguiram a queda do Senhor Soberano e a dissolução de seu governo, o novo rei revolucionou as relações entre os skaa – a classe social mais baixa – e os nobres, atraindo a atenção dos diversos governantes das outras partes do grande império.

Dentro das muralhas de Luthadel, o perigo espreita de todos os lados. Assassinos de aluguel alomânticos ameaçam a vida do rei, a desconfiança generalizada faz a população temer pelos rumos da cidade e desejar o retorno do Senhor Soberano, e um inverno inclemente se aproxima. Elend, Vin e o bando de Kelsier tentam manter o controle a todo custo, mas os piores inimigos ainda estão por vir.

Fora das muralhas, arma-se um cerco militar gigantesco. À frente dele, Straff Venture, o pai de Elend, um tirano cruel e desesperado pelo poder, busca invadir Luthadel. E ele não está sozinho.

Reviravoltas e surpresas marcam este segundo volume da trilogia Mistborn - Nascidos da Bruma. O destino de todo o Império Final está envolto nas brumas, e apenas uma força sobrenatural será capaz de desvendar os mistérios que assolam seus habitantes.

“As profecias nunca foram feitas para dizer nada específico, mas falar de um sentimento geral. Uma esperança geral.”

Resenha:

O livro O Poço da Ascensão é o 2º volume da série da fantasia Mistborn, escrita por Brandon Sanderson, um dos maiores nomes do gênero na atualidade.

A história começa logo após os eventos de Mistborn: O Império Final, o primeiro livro da trilogia 

Mistborn. Com o Senhor Soberano morto, a cidade de Luthadel está em um estado de caos e incerteza. Um ano se passou desde os acontecimentos liderados por Kelsier. Sem sua liderança, os seus seguidores precisam carregar o peso que é conduzir um governo.

A protagonista, Vin, uma poderosa Alomante, tem que enfrentar não apenas os desafios políticos e sociais da cidade, mas também suas próprias dúvidas e inseguranças. 

Nesta continuação, o leitor é apresentado ao novo vilão da trama, Zane, um alomante ainda mais poderoso que Vin, que a desafia em todos os sentidos. Enquanto isso, Elend Venture, começa a se envolver mais na política da cidade, buscando estabelecer uma nova ordem social. Ele precisa carregar o peso da coroa e estabilizar o império.
Uma das características mais marcantes de O Poço da Ascensão é a construção de mundo detalhada e envolvente. Sanderson cria um sistema de magia complexo e original, baseado na ingestão de metais e seus efeitos no corpo humano. Esse sistema, chamado de alomancia, é explorado de maneira inteligente e criativa ao longo da história.

Além disso, a narrativa é repleta de reviravoltas e surpresas, mantendo o leitor sempre intrigado e ansioso para descobrir o que acontecerá a seguir. Sanderson também aborda temas como poder, política e ética de maneira profunda e complexa, criando personagens multifacetados e interessantes.
O que eu mais gosto desse livro, são as reviravoltas políticas, e os rumos que a história vai tomando. Brandon deixa um gancho muito bom para o terceiro livro,  Herói das Eras. Eu também gosto muito do sistema de magia, é algo que não se vê em outros livros de fantasia.
Sazed é um dos personagens mais intrigantes do livro. Ele sempre parece saber mais do que está dizendo. Ele é o Terrisman, estudioso responsável por armazenar memórias de todas as religiões que já existiram.

Para mim, os pontos negativos do livro é o romance (mesmo que pouco mencionado no livro) da Vin e do Eland. É um livro repleto de tensão política, e não acho que esse romance se encaixa bem na história. 

Eu não gosto muito do perfil do Eland, não o vejo como protagonista, acho que ele atrapalha um pouco a evolução da Vin. Também sinto falta do Kelsier, sinto falta de um líder na história. É como se todos os personagens estivessem perdidos sem ele. Sem dúvida, Brandon construiu uma lenda.

Em termos de escrita, o livro é bem estruturado e fluido, com diálogos bem construídos e descrições detalhadas. O autor também utiliza recursos como flashbacks e pontos de vista alternados para enriquecer a narrativa e proporcionar diferentes perspectivas sobre a história. Creio que o impacto do segundo livro não foi tão grande quanto o primeiro, mas ainda assim, é uma história incrível, que deve ser continuada.

Enquanto não leio o terceiro livro da trilogia, permaneço curiosa para saber como essa história termina. 
Compre Mistborn: O Poço da Ascensão na Amazon:


Leia também:

[Resenha] Mistborn - O Império Final, Brandon Sanderson

 A Noiva do Deus do Mar,

Livro: A Noiva do Deus do Mar

Autor(a): Axie Oh

Editora: Melhoramentos

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Deixe o Fio Vermelho do Destino te guiar

Tempestades terríveis assolam a terra natal de Mina há gerações. Seu povo acredita que o Deus do Mar, seu antigo protetor, agora os amaldiçoa. E, na esperança de apaziguar sua ira, todos os anos uma bela donzela é lançada ao mar em sacrifício.

Muitos acreditam que Shim Cheong, a mais bela menina da aldeia – e a amada de  , irmão de Mina –, pode ser aquela que finalmente dará fim ao sofrimento de todos. Mas, na noite em que Shim Cheong será sacrificada, Joon a segue até o barco que a levará ao mar, mesmo sabendo que isso pode significar sua morte. Preocupada com o irmão e disposta a fazer qualquer coisa para salvá-lo, Mina pula na água no lugar de Shim Cheong.

Ao cair no mar, Mina é levada por um dragão ao Reino dos Espíritos, mas, quando encontra o Deus do Mar, a garota descobre que ele está preso em um sono encantado e não são apenas os humanos que correm perigo, mas todo o Reino dos Espíritos também. Com a ajuda de Shin, o misterioso protetor do Deus do Mar, e de um grupo singular de aliados composto de demônios e espíritos, Mina decide partir em uma missão para acordar o Deus do Mar e dar fim à maldição.

Porém, um humano não pode viver muito tempo no Reino dos Espíritos, e o perigo espreita por todos os lados, pois há aqueles que fariam qualquer coisa para impedir que o Deus do Mar acorde.

“Eu achava que havia alguém ouvindo. Porque, mesmo nas horas de desespero, eu acreditava que os deuses cuidavam de nós. Eu creditava que nunca estávamos sozinhos porque eles nos amavam."

Resenha:

A Noiva do Deus do Mar, da autora Axie Oh, é uma obra fascinante que promete levar o leitor a uma viagem emocionante pelos mistérios e segredos de uma cultura antiga e mágica. Com uma narrativa envolvente e um protagonista certamente forte e passageiro, este livro será uma experiência inesquecível para quem se aventurar em suas páginas.

A trama gira em torno de Mina, uma jovem que escolhe se oferecer como sacrifício como Noiva do Deus do Mar, no lugar de Shim Cheong, a amada do seu irmão Joon. Mina sabia que Joon amava Shim Cheong e que faria de tudo para impedir o sacrifício, por isso, em um momento de desespero, Mina pula no mar para salvar Shim Cheong.

O Deus do Mar é um ser poderoso que protege a ilha onde Mina vive com a sua família e por todos os anos, uma nova noiva é lançada ao mar na esperança de apaziguar a ira do deus e colocar um fim nas tempestades da ilha.

Mina entra no mundo dos espíritos e é levada para o palácio do deus e lá descobre que há muito mais por trás de sua escolha do que ela jamais imaginou. Ela perde a voz e descobre que tem um mês para recuperá-la com a sua alma. Mina está ligada ao fio vermelho do destino com o Deus do Mar, mas de repente, ela é ligada a Shim, um jovem protetor do Deus do Mar. 

Ela também conhece Kirin e Namgi, dois personagens que fazem parte do mundo dos espíritos e são leais a Shim. Juntos, os três protegem o Deus do Mar.

A Noiva do Deus do Mar,

Enquanto tenta descobrir a verdade sobre si mesma e sobre a ilha onde cresceu, Mina se envolve em uma trama complexa de intrigas e traições que podem colocar em risco sua vida e a de todos que ela ama.

Com um enredo repleto de reviravoltas e surpresas, "A Noiva do Deus do Mar" é uma história que certamente deixará o leitor envolvido. A escrita de Axie Oh é cativante e cheia de detalhes que transportam o leitor para dentro da história, fazendo com que ele se sinta parte do mundo mágico e exótico que ela criou.

Além disso, o livro aborda temas importantes como a luta pela independência e a busca pela identidade, tornando-se uma leitura não apenas divertida, mas também enriquecedora. 

O livro é baseado em uma mitologia coreana e é muito bonito de ver as referências da mitologia. A Noiva do Deus do Mar já começa com muita ação, e traz muitas criaturas. A história é focada nas relações humanas, e em suas relações com os deuses. O livro trata sobre fé, família, lealdade e autoconhecimento.

Por tudo isso, "A Noiva do Deus do Mar" é um livro que certamente deixará uma marca na vida de quem o ler, sendo uma escolha perfeita para quem busca uma história emocionante, instigante e inspiradora.

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 Kim Jiyoung, nascida em 1982

Livro: Kim Jiyoung, nascida em 1982

Título Original: 82년생 김지영 (Palsip Yi Nyeon Saeng Kim Jiyeong)

Autor(a): Cho Nam-Joo

Editora: Intrínseca

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Com narrativa sutil e, ao mesmo tempo arrebatadora, Kim Jiyoung, nascida em 1982, retrata a realidade de uma jovem coreana e os profundos impactos da desigualdade de gênero na vida das mulheres.

Em um pequeno apartamento nos arredores da frenética Seul vive Kim Jiyoung. Uma millennial comum, Jiyoung largou seu emprego em uma agência de marketing para cuidar da filha recém-nascida em tempo integral ― como se espera de tantas mulheres coreanas. Mas, em pouco tempo, ela começa a apresentar sintomas estranhos, que preocupam o marido e os sogros: Jiyoung personifica vozes de outras mulheres conhecidas ― vivas e mortas. A estranheza de seu comportamento cresce na mesma proporção que a frustração do marido, que acaba aconselhando a esposa a se consultar com um psiquiatra.

Toda a sua trajetória é, então, contada ao médico. Nascida em 1982 e com o nome mais comum entre as meninas coreanas, Kim Jiyoung rapidamente se dá conta de como é desfavorecida frente ao irmão mimado. Seu comportamento sempre é vigiado e cobrado pelos homens ao seu redor: desde os professores do ensino fundamental, que impõem uniformes rígidos às meninas, até os colegas de trabalho, que instalam uma câmera escondida no banheiro feminino para postar fotos íntimas das mulheres em sites pornográficos. Aos olhos do pai, é culpa de Jiyoung que os homens a assediem; aos olhos do marido, é dever dela abandonar a carreira para cuidar da casa e da filha.

A vida dolorosamente comum de Kim Jiyoung vai contra os avanços da Coreia do Sul, uma vez que o país abandona as políticas de controle de natalidade e “planejamento familiar” ― que privilegiava o nascimento de meninos ― e aprova uma nova legislação contra a discriminação de gênero. Diante de tudo isso, será que seu psiquiatra pode curá-la ou sequer descobrir o que realmente a aflige? Best-seller internacional, Kim Jiyoung, nascida em 1982 é uma obra poderosa e contemporânea que não só atinge o âmago da individualidade feminina, como também questiona o papel da mulher em âmbito universal.

"Naquela época, as pessoas acreditavam. Que era responsabilidade dos filhos homens levar honra e prosperidade para a família e que a prosperidade e a felicidade da família dependiam do sucesso deles. As filhas sustentavam os irmãos homens com prazer."

Resenha:

Kim Jiyoung, nascida em 1982 foi lançado em 2016, e escrito por Cho Nam-Joo, ex-roteirista de televisão. O livro conta a história de uma mulher jovem que após se tornar mãe, deixa o emprego para cuidar da filha e isso desencadeia alguns sintomas.

Jiyoung tem um casamento estável, possui 33 anos e mora em Seul, na Coreia do Sul com a sua família. Ela abdica da sua carreira profissional em uma agência de marketing para cuidar da filha, do marido e da casa. Um ano após essa decisão, Jiyoung  passa a apresentar um comportamento estranho, associado talvez a depressão pós-parto e ao sentimento de ser uma dona de casa desvalorizada. Ela personifica vozes de outras mulheres, vivas ou mortas, mas que já cruzaram com ela de alguma maneira. Isso começa a preocupar o seu marido, e por isso, ele procura um terapeuta.

A partir daí, a história volta no tempo para acompanharmos toda a vida de Jiyoung. Desde a sua infância, época da faculdade, até a vida adulta.

Em sua infância, Jiyoung convive com os pais, os irmãos e a avó. Desde criança é mostrado um cenário de desvantagens onde Jiyoung cresceu. Na época, era comum que se abortassem bebês do sexo feminino na Coreia do Sul, em razão da política de controle de natalidade, fazendo com que as famílias fossem devotas da gestação do “filho homem”. Jiyoung tem uma irmã mais velha e um irmão mais novo, que sempre foi o predileto da família. 

A história também conta um pouco do passado da mãe de Jiyoung, e mostra que o machismo estrutural passado por gerações, vão se consolidando, mesmo com a mudança das décadas. 

Kim Jiyoung, nascida em 1982

O livro tem como tema central, mostrar o machismo sofrido pela protagonista, e por outras mulheres da história, e mesmo se passando na Coreia do Sul, não é difícil não se identificar com as histórias dessas mulheres. Coisas como o bullying praticado pelos meninos da escola, o assédio, a punição de meninas com a justificativa ridícula de que elas são problemáticas, além da desvalidação das opiniões das mulheres.

Em dado momento, durante a história, eu estava me identificando com situações que antes eu não considerava problemática, mas que me causaram aflições a vida toda.

O livro coloca em pauta o papel da mulher na sociedade, e principalmente a mulher coreana, que ainda é colocada na posição apenas de mãe e dona de casa. Além de trazer um panorama sobre a sociedade patriarcal da Coreia do Sul, e que muitas vezes é um panorama mundial.

O marido de Jiyoung, por melhores que fossem as suas intenções, associa os episódios de personificação da esposa, a “loucura”, e procura um psiquiatra. Isso é mais uma coisa que a autora quer mostrar em relação ao machismo estrutural, e como é fácil associar a mulher deprimida e cansada de sua vida marcada pelas regras do patriarcado, a um episódio de loucura.

A trama acompanha notas de rodapé com dados que sustentam a discriminação de gênero no país.

O livro teve um impacto muito grande na Coreia do Sul em 2016, quando foi publicado, mas se tornou um fenômeno de vendas nacionais e internacionais. A obra também foi adaptada para o cinema em 2019 e chegou a sofrer inúmeras retaliações de grupos antifeministas e conservadores com petições online para que sua exibição fosse proibida. O filme é estrelado por Jung Yu-mi (Invasão Zumbi) e Gong Yoo (Goblin, Invasão Zumbi e Round 6).

É uma leitura seca, e difícil de lidar, mas que precisa ser lida.

Você pode comprar o livro no meu link da Amazon. Compre no meu link e ajude ao blog a crescer.

 Mansão Gallant, V. E. Schwab

Livro: Mansão Gallant

Autor(a): V. E. Schwab

Editora: Galera Record

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Da autora best-seller de A vida invisível de Addie LaRue, o novo livro de V. E. Schwab, Mansão Gallant, é uma história gótica e envolvente sobre um lugar onde as sombras encontram a luz e onde a morte encontra a vida. Leia com as luzes acesas (ou apagadas, se tiver coragem).

V. E. Schwab, autora best-seller número 1 do New York Times, em uma história sinistra e original sobre o lugar onde o mundo se encontra com as sombras, e sobre a jovem que é atraída para lá. Uma mistura de O jardim secreto com Crimson Peak, é a leitura perfeita para fãs de Holly Black e Neil Gaiman.

Olivia Prior sempre sonhou em ter uma família que se importasse com ela. Mas, em vez disso, ela está confinada na Escola Merilance para Garotas Independentes, com as suas governantas severas e com as outras alunas que a excluem por ser muda. Sua única fonte de conforto é o diário deixado pela mãe que nunca conheceu, com o qual consegue ter lampejos de uma vida desconhecida.

Quando recebe uma inesperada carta de um tio, Arthur Prior, convidando-a para morar com ele na Mansão Gallant, Olivia imediatamente agarra a oportunidade. Porém, ao chegar em Gallant, ao invés de uma recepção calorosa, a garota é recebida com espanto. Além do mais, todos parecem viver com medo, e ninguém quer explicar o motivo para Olivia. Decidida a não abrir mão da família recém-descoberta, a jovem terá que desvendar, e enfrentar, os mistérios que envolvem como uma névoa a Mansão Gallant.

"Um livro arrepiante... O horror gótico e sensível de Shirley Jackson se encontra com a força e o mundo fantástico e sombrio de Neil Gaiman." - Publishers Weekly

"Vai prender os leitores com a história arrebatadora, os personagens bem construídos e uma trama repleta de horror fantástico." - Kirkus Reviews

“Lar é uma escolha.”

Resenha:

Estava curiosa para começar esse livro há algum tempo, pois além de se tratar de uma história de Victoria Schwab, uma das minhas autoras favoritas, a capa e a sinopse me atraíram bastante.

Conta a história de Olivia Prior, uma órfã que vive na Escola Merilance para Garotas Independentes. O seu único desejo é ter uma família. Olivia é excluída pelas outras garotas, pois não consegue falar (apesar de não ser surda), e vive cercada de governantas severas. Nunca conheceu os pais, pois foi parar na escola desde pequena, e o seu único pertence é o diário sombrio da mãe, que contêm textos, que Olivia entende que a mãe estava desequilibrada antes de morrer.

Um dia, Olivia recebe uma carta inesperada do tio que nem sabia que tinha, Arthur Prior, convidando-a para morar com ele na Mansão Gallant. Ela acredita que é a grande oportunidade para ter uma vida nova, longe de Merilance e longe dos espectros que aparentemente somente ela conseguia ver.

Mansão Gallant

Mas quando Olivia enfim chega a Gallant, não tem uma recepção calorosa dos seus parentes. Olivia conhece o seu primo Matthew Prior, que trata a garota com muito desprezo. Hannah e Edgar são os únicos que trabalham na casa, e se não fossem por eles, Olivia não teria mais onde dormir. Assim, ela vai ficando em Gallant e vai descobrindo que a mansão é bem diferente do que esperava. O seu primo, Edgar e Hannah parecem se sentir oprimidos morando em Gallant, e existe muito mistério em relação a sua família. A começar pelos diários da mãe, que Olívia percebe, conta muito sobre aquela casa.
Por mais sombrio que o lugar parece, Olívia vai escolher ficar, para desvendar os segredos da sua família e do seu nascimento.


Gallant

Mansão Gallant é uma história de fantasia gótica, e para quem é fã de Coraline, é um prato cheio. Eu gosto bastante da narrativa, e dos elementos sombrios encontrados nos detalhes da história. Fiquei muito envolvida na trajetória de Olivia, em como ela é uma garota madura, apesar da vida ter tirado tanto dela. E mesmo vivendo neste mundo sombrio, ela sempre tem esperanças.
Victoria Schwab sabe usar as palavras para abrir a nossa imaginação para o mundo que ela criou. Mansão Gallant é uma história sobre pertencimento, esperanças e amor-próprio. A narrativa é linda e comovente.


Mansão Gallant

Eu tenho a edição em inglês e a edição em português da Galera Record ou simplesmente amo as duas edições. As capas são lindas e harmônicas, elas conseguem passar bem o sentimento do livro. Também amei as ilustrações do livro, acredito que deixou o livro mais rico e bonito.
 
Mais um livro que indico da Schwab, leiam e me contem o que achou da história.


Mansão Gallant

Compre a Mansão Gallant na Amazon:



Se você gostou deste livro, leia essas resenhas de outros livros da autora:
[Resenha] Um tom mais escuro de magia, V. E. Schwab
[Resenha] A Vida Invisível de Addie LaRue, V. E. Schwab




 Uma Magia Destilada em Veneno

Livro: Uma Magia Destilada em Veneno

Série: Os Livros do Chá

Autor(a): Judy I. Lin

Editora: Galera Record

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Eleito pela revista People como o melhor livro da temporada, Uma magia destilada em veneno foi best-seller do New York Times, USA Today, Publisher’s Weekly e da Associação Americana de Livrarias.

Filha de um médico e de uma mestre da arte Shénnóng, Ning estava conformada com o arranjo familiar em que seguiria os passos do pai enquanto a irmã, Shu, seguiria os da mãe. Mas quando um chá envenenado leva sua mãe à morte e adoece gravemente sua irmã, os desejos secretos do coração de Ning se misturam à busca pelo antídoto que salvará Shu.

A jornada de Ning a leva até o palácio, onde será realizada uma competição para escolher o novo mestre Shénnóng da corte. O prêmio? Um pedido concedido pela própria princesa. Desesperada para salvar Shu, Ning vê na competição sua única alternativa e, mesmo não sendo a aprendiz da mãe, decide arriscar se passar pela irmã para competir. O que ela não imaginava é que as políticas da corte poderiam ser mais perigosas do que o chá envenenado que vem assolando todo o império de Dàxi?

Agora, Ning está sozinha na capital e cheia de segredos que podem não só eliminá-la da competição como condenar sua família a um destino terrível. Além disso, ainda precisará provar suas habilidades no preparo de chás com propriedades lendárias enquanto se vê cada vez mais envolvida nas intrigas da corte, as provações cada vez mais perigosas da competição e os falsos aliados que podem pôr em risco seu objetivo de salvar Shu — e a própria vida.

"A narrativa exuberante e descritiva ilustra bem o cenário mágico bem construído deste universo, e cada reviravolta na história surpreende e encanta, fazendo desta uma fantasia rica em cada página. Tanto um thriller político quanto uma fantasia, vai agradar aos leitores de A Viúva de Ferro, de Xiran Jay Zhao, e Prazeres Violentos, de Chloe Gong. O final fará com que os leitores imploram pela sequência." — School Library Journal.

"Agora entendo. A magia não está na cerimônia do chá ou na partilha de uma xícara. Está na conexão, na breve união de almas. As folhas de chá são um canal e os ingredientes, as indicações"

Resenha:

Uma Magia Destilada em Veneno é um livro de Fantasia Chinesa da autora Judy I. Lin. Foi eleito o melhor livro da temporada revista People e é um best-seller do New York Times, USA Today, Publisher’s Weekly e da Associação Americana de Livrarias.

Só pela capa a gente já consegue captar muito da essência da história. Adorei a arte de capa da editora Galera Record, eles capricharam demais, ansiosa para ver a capa do segundo livro.
A história é sobre Ning, uma garota simples que mora em um interior da capital de Dàxi, um reino que está passando por algumas revoltas. Dentre essas revoltas para desestabilizar o império, existe o misterioso Sombra, que está envenenando os Chás e matando diversas pessoas.

A mãe de Ning era uma Mestre Shénnóng, ela conseguia dominar a arte da Magia do Chá. Mas por causa da Sombra, ela morreu envenenada. Ning vive em remorso, pois foi aquela quem preparou o Chá mágico para a sua mãe e para a sua irmã, que também está doente por conta do veneno.

Ning e Shu (sua irmã) também são filhas de um médico, Ning era a aprendiz do seu pai, mas mesmo um médico não consegue curar um envenenamento tão poderoso de um Shénnóng-shi(Mestre Shénnóng). Shu seria a aprendiz da sua mãe (Shénnóng-tú), mas como Shu está doente, Ning resolve entrar em uma competição de Shénnóng-tú do palácio, para se tornar Shénnóng-shi e ganhar um favor da realeza. Ela deseja algo que possa curar a doença de Shu.

Mesmo não sendo a aprendiz da sua mãe, Ning tem uma habilidade nata com a arte do Chá e consegue entrar na competição com facilidade.

A competição tem etapas bem desafiadoras, e ao mesmo tempo, alguns Lordes Shénnóng-tú já possuem um certo favoritismo para ganhar a competição. Os jurados são altamente exigentes e os testes são enigmáticos. 

O sistema mágico é bastante diferente do que estamos acostumados com outros livros. A magia do chá tem a ver com os ingredientes, modo de preparo e do Shénnóng-shi ter afinidade com a própria magia. Cada ingrediente tem um propósito e alguns ingredientes são mais raros e só podem ser conseguidos no palácio.  

Ning também conhece Kang, um homem enigmático, que de alguma forma tem ligação com o palácio, e de primeira eles formam um laço com uma magia, e conseguem se entender muito bem. Há um romance, mas não é muito o foco da série, e neste primeiro livro, é deixado bastante de lado.

É muito interessante ver a cultura chinesa ser retratada do jeito que ela é, sem estereótipos ocidentais. Senti falta de alguns termos que foram traduzidos para o português, mas os termos mais importantes não foram traduzidos e o livro possui um glossário para que o leitor possa consultar. Outra coisa legal é que a corte de Dàxi é muito bem representada como uma corte de um antigo império chinês. Em Dàxi, os camponeses não têm vez, uma mera frase errada, é capaz de acabar com a vida de um camponês ou um criado. Os nobres vivem de luxo e muitas vezes são corruptos. Além das próprias intrigas da corte e do fato do Imperador por estar doente não aparecer muito, e a princesa está no cargo de regente. Mesmo sendo nova, a princesa consegue se sair bem em meio a falsidade e intrigas e também pode ser bastante fria e cruel.

Esse primeiro livro é um pouco parado, porque por mais que tenha como pano de fundo, uma revolta que se torna cada vez mais eminente, acredito que a autora quis mostrar as articulações da corte imperial, e o final do livro já deixa claro que o segundo volume será mais agitado que o primeiro.

A Ning é uma protagonista que não tem muito propósito na vida, por ter tido uma vida pobre e sofrida, tudo o que deseja é salvar as pessoas que ama, mas o seu desenvolvimento ao longo da história é bastante notório.

Estou ansiosa para ler o último livro da duologia e saber o que vai acontecer com os personagens e com o império.

Você pode comprar Uma Magia Destilada em Veneno na Amazon:


 

Livro: Ás de Espadas

Autor(a): Faridah Abike-Iyimide

Editora: Plataforma21

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Quando Chiamaka e Devon, alunos da Academia Particular Niveus, são selecionados como parte da alta hierarquia escolar e passam a ser chefes de turma, parece um excelente começo de ano para os dois. Afinal, isso representa muito em seus currículos para entrar em boas universidades. Pouco tempo depois da importante nomeação, no entanto, alguém chamado “Ases” começa a enviar mensagens para todos os alunos da escola, revelando segredos dos dois jovens. São detalhes íntimos de suas vidas, ameaçando seus futuros planejados com tanto esforço. E o que parecia apenas uma brincadeira de mau gosto rapidamente transforma-se em um jogo perigoso e assustador. Com todas as cartas contra eles, Chiamaka e Devon serão capazes de parar Ases? Suspense intenso, Ás de espadas é uma contundente crítica social que escancara o racismo, a homofobia e o preconceito de classe ainda presentes na nossa sociedade, colocando Faridah Àbíké-Íyímídé entre as mais importantes vozes da atualidade.

"Dizem que amor e ódio são a mesma coisa, apenas lados diferentes da mesma lâmina."


Resenha:

Ás de Espadas é um suspense Jovem e livro de estreia da autora Ìbíké-Íyímídé. Se você gosta de livros de suspense que se passam em colégios, como Pretty Little Liars e Gossip Girl, certeza que vai gostar desse livro. O grande diferencial é Ás de Espadas conta a história de dois alunos negros, Chiamaka, que é aluna prodígio do colégio Niveus, e Devon, que sempre se mantém nas sombras do colégio, é bolsista e um dos únicos alunos pobres.

Niveus é uma escola particular de elite que costuma colocar seus alunos nas melhores universidades, e como era de se esperar, Niveus é cheia de alunos brancos e padrão.

Chiamaka é uma garota rica e perfeccionista, que sempre busca ser a melhor aluna e a menina mais popular da escola. Ela ralou muito para chegar ao topo e deseja conquistar tudo que almeja.

Devon é tímido e não se sente confortável convivendo no meio dos alunos ricos. A única coisa que ele gosta da escola é a aula de música e seu grande sonho é entrar em Juilliard, a melhor escola de música dos Estados Unidos. A mãe de Devon é mãe solteira e tem mais dois filhos além dele. Ela se esforça muito para mantê-lo na escola, pois deseja que o filho tenha uma vida melhor. Eles moram em um bairro perigoso, onde tudo é diferente de Niveus.

No último ano da escola, Chiamaka e Devon são selecionados como parte da alta hierarquia escolar e passam a ser chefes da turma - o vai agregar muito nos seus currículos para entrar nas boas universidades. Porém, o que deveria ser um ano tranquilo se torna um terror por conta de uma pessoa, autointitulada "Ases". 

Ases espalha os segredos de Chiamaka e Devon pelos corredores da escolha, e transforma a vida dos dois em um inferno. No começo, os ataques parecem se tratar de bullying, mas com o tempo e com o horror da perseguição, eles percebem que as coisas são piores do que pensavam.

A cada capítulo, as vozes narrativas são intercaladas para que o leitor possa acompanhar a história sob o ponto de vista de Devon e de Chiamaka. Por mais que se trate de um livro jovem, a autora traz críticas sociais importantíssimas sobre o racismo estrutural, homofobia, privilégio de classes.

Com a personagem Chiamaka, a autora aborda muito sobre a solidão da garota negra, a misoginia, a aceitação do próprio cabelo etc. Já com o Devon, a autora aborda sobre o racismo escancarado por ele ser um aluno negro e pobre em uma escola cheia de privilégios brancos de elite, e também a homofobia.

Além disso, o livro fala explicitamente sobre como a vida deles é moldada para não receber os mesmos privilégios que os brancos, mesmo trabalhando duro, existe uma estrutura toda pronta para derrubá-los e atrapalhar os seus futuros. Incomoda ler as injustiças que os dois protagonistas passam, e entender que isso acontece todos os dias com outras pessoas.

Eu gostei muito do final do livro, é um livro de leitura fácil e rápida. Creio que o único ponto que achei estranho, foi a demora dos dois protagonistas perceberem que eles eram os alvos de Ases, porque se tratava de racismo. Talvez seja fácil para quem lê o livro e vê de fora entender esse ponto, e acho que foi até proposital a autora ter colocado dessa forma. É provável que o intuito da autora era mostrar que o racismo é tão absurdo, que os protagonistas não acreditaram que aquilo estava mesmo acontecendo.

Eu recomendo muito essa leitura, simplesmente amei!

Compre o livro ou o e-book na Amazon:


 

Livro: Gramática do Lar

Autor(a): Manoel Carlos Alves

Editora: Escaleras

Sinopse: “Mamãe se foi’’.

Assim começa a obra Gramática do lar, que utiliza como cenário a São Paulo de um futuro não muito distante, onde um filho, personagem cujo o nome nunca conhecemos, precisa lidar com as consequências devastadoras que descobre sobre a matriarca, ao longo dos sete dias após o seu enterro. Onde começa uma mãe e termina uma mulher? Como é possível viver anos a fio com alguém, sua genitora, e nunca ter, de fato, a conhecido?

Tais são os questionamentos suscitados quando, ao se desfazer dos pertences da mãe, ele depara-se com os escritos dispersos que a falecida deixara para trás. A partir deste ponto, o filho, à deriva num país fragmentado por ideologias políticas, encontra alento em desbravar a mente e alma da mãe ao mesmo tempo em que inicia um relacionamento obsessivo com o psicanalista responsável pelas últimas sessões de terapia dela, e o principal suspeito de influenciar sua morte.

Destes encontros, e conforme tenta equilibrar a vida de professor universitário com os conflitos sociais vigentes, lidando com as ameaças de grupos extremistas, a mãe morta, o filho e o psicanalista embarcam numa jornada até o coração das trevas, até o vazio, onde as coisas saem do controle, ultrapassam todos os limites, e nada resta a ser feito além de destruir uns aos outros.

Resenha:

Gramática do Lar é o romance de estreia do autor soteropolitano, Manoel Carlos Alves. 

A história se passa em São Paulo, e conta sobre a vida do personagem, o qual nunca saberemos o nome, depois de ter perdido a sua mãe. Logo após o enterro da sua mãe, ele encontra alguns escritos deixados por ela, e tenta entender quem ela era em vida. Ele percebe que na verdade não a conhecia de verdade e nessa jornada dramática e de suspense, faz-se questionamentos sobre si mesmo.

Em Gramática do Lar, mergulhamos em um drama filosófico, posso até dizer, que pessoal, da alma o autor da obra. O nosso protagonista, é um professor universitário e escritor, que não consegue finalizar o seu primeiro livro. Está esgotado mentalmente com a morte da mãe e sentimentos que não consegue entender.

Manoel traz questionamentos importantes sobre a maternidade, e sobre um filho que entra em uma jornada de entender a sua própria mãe com uma vida além da maternidade. A forma madura como o livro traz esses questionamentos me impressiona.

O protagonista se relaciona com o antigo psicanalista da mãe, e durante esse relacionamento obsessivo, ele desbrava conflitos ainda mais angustiantes.

Gramática do Lar é um livro repleto de mistério, para quem gosta de um drama familiar psicológico.

Conheça o autor:

Manoel Carlos Alves, nascido e criado em Salvador, é graduado em Letras, pela Universidade Federal da Bahia, e mestrando no programa de literatura e cultura também na UFBA. Professor de inglês, romancista, contista e ensaísta, participou da tradução do livro Três Rios (2019) e publicou, de modo independente, Dark Mirror (2020) e Nossa última história de amor (2020). Em 2021, organizou a coletânea Crônicas Soteropolitanas. Gramática do lar (2021) é o seu primeiro romance.


Você também pode ler as resenhas de outras obras do autor:

Resenha Nossa última história de amor

Resenha Antologia Crônicas Soteropolitanas



Livro: Poemas que escrevi no inverno do hemisfério norte 

Autor: Gian Lucas

Sinopse: composto por poemas intimistas e reflexivos, o livro gira em torno da melancolia típica do inverno, abordando sentimentos (e sentidos) de forma crua e sensível.

há um tipo de frio que nenhum casaco ou edredom consegue lidar. aquela sensação que vai muito além de todas as camadas que compõem a pele, literalmente nos fazendo tremer por dentro, sentindo o estômago revirar e o coração errar as batidas. um gosto amargo, entendido apenas por quem já provou das dores inerentes à mais pura humanidade que o mundo caótico tenta roubar a cada dia. o que te mantém aquecido? quais as garantias disso?

a vida é tão incerta, frágil, quebrável. a felicidade consiste nos momentos que nos fazem esquecer disso tudo e sorrir, sentindo-se confortável. quem afasta as pesadas verdades da existência dos seus horizontes? você se dá conta disso?

no inverno do hemisfério norte, escrevi poemas sobre solidão, despedidas, memórias e entregas ao vazio. mas também sobre o privilégio da singularidade, da intensidade, do amor que é eterno enquanto durar. vivemos estações, não é mesmo?

tudo passa, ou, ao menos, ameniza.


"o céu cinza acima de mim

é uma imensa e cruel lembrança

das cores que vivi

e perdi pelo caminho"


Resenha:
Em Poemas que escrevi no inverno do hemisfério norte, o poeta exprime sentimentos jovens e universais. É fácil se identificar com temas sobre o amor, a negatividade, ansiedade e a depressão. 

Nos trechos das poesias, eu percebi um grande pessimismo do autor sobre a vida, sobre o amor e a esperança. Ainda assim, as poesias são sobre não desistir, sobre ter fé, por mais que tudo nos machuque, continuamos aqui, firmes. Talvez seja um ponto autodestrutivo, ou talvez o autor quisesse exclamar que a dor não é nada perto de que já foi completamente destruído por dentro.

Em suas poesias como: "A neve e sua beleza límpida", "Você era meu sol" e "Compomos os mais belos cânticos", eu sinto o clamor do autor, sua insistência e expectativas sobre amor. Ele não desiste, mesmo querendo, mesmo doendo. Ser jovem, não é sobre isso? 

A alma sensível do poeta, não consegue lidar com a frieza em volta de si. Ele vive como uma tempestade, tudo ou nada. Quem nunca sentiu que nada poderia te suprir? Quem nunca sentiu um vazio, como se as pessoas não pudessem te ver?



Eu me sensibilizo com as palavras do autor, com a sua escrita pessoal e sua coragem de admitir sentimentos de vulnerabilidade.

As poesias que eu mais gostei são: "Meus olhos são cansados", "Humanidade", "Não existe dor", "A parte ruim" e "É difícil passar pelos dias". Todos os versos me roubaram pensamentos de lembranças do meu próprio passado. É essa a função do poeta, nos descascar com suas estrofes nos despindo da casca que protege as nossas emoções.
 
No final do livro, Gian Lucas, autor da obra, conta que começou a escrever poesias em seu Tumblr particular em 2012. Me identifiquei muito, pois também comecei a escrever poesias no Tumblr, nesse mesmo ano.
 
Em um dos poemas, Gian conta que não estamos sozinhos, estamos todos vivendo o mesmo inferno, estamos todos no mesmo barco, e é verdade. Viver numa época como essa, com todas as nossas angústias, pesadelos e depressões, tem sido muito difícil. Ser artista, é mais difícil ainda.

Com toda a certeza Poemas que escrevi no inverno do hemisfério norte é uma obra que merece ser lida e compreendida.

Vocês podem encontrar o livro na Amazon.


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Oi, sou Nick!

Sou escritora, formada em Licenciatura em Letras e tenho me aprofundado em Sociologia e Filosofia. Atualmente, atuo na área de Marketing, explorando estratégias, comunicação e comportamento humano. Minha trajetória é guiada pela busca constante por conhecimento, reflexão crítica e conexão entre ideias, pessoas e contextos sociais.


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