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 Uma Magia Destilada em Veneno

Livro: Uma Magia Destilada em Veneno

Série: Os Livros do Chá

Autor(a): Judy I. Lin

Editora: Galera Record

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Eleito pela revista People como o melhor livro da temporada, Uma magia destilada em veneno foi best-seller do New York Times, USA Today, Publisher’s Weekly e da Associação Americana de Livrarias.

Filha de um médico e de uma mestre da arte Shénnóng, Ning estava conformada com o arranjo familiar em que seguiria os passos do pai enquanto a irmã, Shu, seguiria os da mãe. Mas quando um chá envenenado leva sua mãe à morte e adoece gravemente sua irmã, os desejos secretos do coração de Ning se misturam à busca pelo antídoto que salvará Shu.

A jornada de Ning a leva até o palácio, onde será realizada uma competição para escolher o novo mestre Shénnóng da corte. O prêmio? Um pedido concedido pela própria princesa. Desesperada para salvar Shu, Ning vê na competição sua única alternativa e, mesmo não sendo a aprendiz da mãe, decide arriscar se passar pela irmã para competir. O que ela não imaginava é que as políticas da corte poderiam ser mais perigosas do que o chá envenenado que vem assolando todo o império de Dàxi?

Agora, Ning está sozinha na capital e cheia de segredos que podem não só eliminá-la da competição como condenar sua família a um destino terrível. Além disso, ainda precisará provar suas habilidades no preparo de chás com propriedades lendárias enquanto se vê cada vez mais envolvida nas intrigas da corte, as provações cada vez mais perigosas da competição e os falsos aliados que podem pôr em risco seu objetivo de salvar Shu — e a própria vida.

"A narrativa exuberante e descritiva ilustra bem o cenário mágico bem construído deste universo, e cada reviravolta na história surpreende e encanta, fazendo desta uma fantasia rica em cada página. Tanto um thriller político quanto uma fantasia, vai agradar aos leitores de A Viúva de Ferro, de Xiran Jay Zhao, e Prazeres Violentos, de Chloe Gong. O final fará com que os leitores imploram pela sequência." — School Library Journal.

"Agora entendo. A magia não está na cerimônia do chá ou na partilha de uma xícara. Está na conexão, na breve união de almas. As folhas de chá são um canal e os ingredientes, as indicações"

Resenha:

Uma Magia Destilada em Veneno é um livro de Fantasia Chinesa da autora Judy I. Lin. Foi eleito o melhor livro da temporada revista People e é um best-seller do New York Times, USA Today, Publisher’s Weekly e da Associação Americana de Livrarias.

Só pela capa a gente já consegue captar muito da essência da história. Adorei a arte de capa da editora Galera Record, eles capricharam demais, ansiosa para ver a capa do segundo livro.
A história é sobre Ning, uma garota simples que mora em um interior da capital de Dàxi, um reino que está passando por algumas revoltas. Dentre essas revoltas para desestabilizar o império, existe o misterioso Sombra, que está envenenando os Chás e matando diversas pessoas.

A mãe de Ning era uma Mestre Shénnóng, ela conseguia dominar a arte da Magia do Chá. Mas por causa da Sombra, ela morreu envenenada. Ning vive em remorso, pois foi aquela quem preparou o Chá mágico para a sua mãe e para a sua irmã, que também está doente por conta do veneno.

Ning e Shu (sua irmã) também são filhas de um médico, Ning era a aprendiz do seu pai, mas mesmo um médico não consegue curar um envenenamento tão poderoso de um Shénnóng-shi(Mestre Shénnóng). Shu seria a aprendiz da sua mãe (Shénnóng-tú), mas como Shu está doente, Ning resolve entrar em uma competição de Shénnóng-tú do palácio, para se tornar Shénnóng-shi e ganhar um favor da realeza. Ela deseja algo que possa curar a doença de Shu.

Mesmo não sendo a aprendiz da sua mãe, Ning tem uma habilidade nata com a arte do Chá e consegue entrar na competição com facilidade.

A competição tem etapas bem desafiadoras, e ao mesmo tempo, alguns Lordes Shénnóng-tú já possuem um certo favoritismo para ganhar a competição. Os jurados são altamente exigentes e os testes são enigmáticos. 

O sistema mágico é bastante diferente do que estamos acostumados com outros livros. A magia do chá tem a ver com os ingredientes, modo de preparo e do Shénnóng-shi ter afinidade com a própria magia. Cada ingrediente tem um propósito e alguns ingredientes são mais raros e só podem ser conseguidos no palácio.  

Ning também conhece Kang, um homem enigmático, que de alguma forma tem ligação com o palácio, e de primeira eles formam um laço com uma magia, e conseguem se entender muito bem. Há um romance, mas não é muito o foco da série, e neste primeiro livro, é deixado bastante de lado.

É muito interessante ver a cultura chinesa ser retratada do jeito que ela é, sem estereótipos ocidentais. Senti falta de alguns termos que foram traduzidos para o português, mas os termos mais importantes não foram traduzidos e o livro possui um glossário para que o leitor possa consultar. Outra coisa legal é que a corte de Dàxi é muito bem representada como uma corte de um antigo império chinês. Em Dàxi, os camponeses não têm vez, uma mera frase errada, é capaz de acabar com a vida de um camponês ou um criado. Os nobres vivem de luxo e muitas vezes são corruptos. Além das próprias intrigas da corte e do fato do Imperador por estar doente não aparecer muito, e a princesa está no cargo de regente. Mesmo sendo nova, a princesa consegue se sair bem em meio a falsidade e intrigas e também pode ser bastante fria e cruel.

Esse primeiro livro é um pouco parado, porque por mais que tenha como pano de fundo, uma revolta que se torna cada vez mais eminente, acredito que a autora quis mostrar as articulações da corte imperial, e o final do livro já deixa claro que o segundo volume será mais agitado que o primeiro.

A Ning é uma protagonista que não tem muito propósito na vida, por ter tido uma vida pobre e sofrida, tudo o que deseja é salvar as pessoas que ama, mas o seu desenvolvimento ao longo da história é bastante notório.

Estou ansiosa para ler o último livro da duologia e saber o que vai acontecer com os personagens e com o império.

Você pode comprar Uma Magia Destilada em Veneno na Amazon:


 Fábulas de La Fontaine, Jean de La Fontaine

Livro: Fábulas de La Fontaine

Autor(a): Jean de La Fontaine

Editora: Martin Claret

Ano de publicação: 2012

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Considerado o pai da fábula moderna, La Fontaine tornou-se conhecido internacionalmente com suas criações inspiradas nas tradições clássica e oriental. Fábulas é sua obra mais famosa. Escrita em versos, com uma linguagem simples e atraente que conquista imediatamente seus leitores, inclui histórias mundialmente conhecidas, como A cigarra e a formiga , O corvo e a raposa e A lebre e a tartaruga.

La Fontaine trata de temas universais, como a vaidade, a estupidez e o vício humanos, retratados por meio dos animais. Segundo ele, sua obra "é uma pintura em que podemos encontrar nosso próprio retrato".

Esta edição é uma antologia de suas mais importantes composições, traduzidas por célebres escritores brasileiros e portugueses, com ilustrações de Grandville.

“Tendo a cigarra, em cantigas, Folgado todo o verão, Achou-se em penúria extrema, Na tormentosa estação. Não lhe restando migalha Que trincasse, a tagarela Foi valer-se da formiga, Que morava perto dela.”


Resenha: 

La Fontaine é considerado o pai da fábula moderna, e nessa antologia, a editora Martin Claret reuniu as principais fábulas do autor, como “A Raposa e as Uvas”, “A Lebre e a Tartaruga” e “A Cigarra e a Formiga”.

A maioria das fábulas envolve animais, e com uma leitura dinâmica e divertida, todas trazem ensinamentos de vida, como: preguiça, inveja, cobiça, ganância e muitos outros.

A maioria das histórias são bem simples de entender, e algumas também falam sobre a bondade e as recompensas através de boas práticas. La Fontaine ficou muito conhecido com essas histórias, que se popularizaram por todo o mundo até hoje.

Durante a leitura de suas fábulas encontramos algumas referências e fábulas inspiradas em Esopo, considerado o precursor do estilo literário.

Confesso que a minha fábula favorita sempre foi “A Lebre e a Tartaruga”, de forma bem simples, a história conta que todos podemos alcançar os seus objetivos com esforço, e a nossa dificuldade na partida e falta de talento, não atrapalha de vencermos a nossa própria corrida.

É um livro pequeno, mas que você pode ler aos poucos, intercalando com outras leituras.

E você, já leu as Fábulas de La Fontaine?

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Livro: Ás de Espadas

Autor(a): Faridah Abike-Iyimide

Editora: Plataforma21

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Quando Chiamaka e Devon, alunos da Academia Particular Niveus, são selecionados como parte da alta hierarquia escolar e passam a ser chefes de turma, parece um excelente começo de ano para os dois. Afinal, isso representa muito em seus currículos para entrar em boas universidades. Pouco tempo depois da importante nomeação, no entanto, alguém chamado “Ases” começa a enviar mensagens para todos os alunos da escola, revelando segredos dos dois jovens. São detalhes íntimos de suas vidas, ameaçando seus futuros planejados com tanto esforço. E o que parecia apenas uma brincadeira de mau gosto rapidamente transforma-se em um jogo perigoso e assustador. Com todas as cartas contra eles, Chiamaka e Devon serão capazes de parar Ases? Suspense intenso, Ás de espadas é uma contundente crítica social que escancara o racismo, a homofobia e o preconceito de classe ainda presentes na nossa sociedade, colocando Faridah Àbíké-Íyímídé entre as mais importantes vozes da atualidade.

"Dizem que amor e ódio são a mesma coisa, apenas lados diferentes da mesma lâmina."


Resenha:

Ás de Espadas é um suspense Jovem e livro de estreia da autora Ìbíké-Íyímídé. Se você gosta de livros de suspense que se passam em colégios, como Pretty Little Liars e Gossip Girl, certeza que vai gostar desse livro. O grande diferencial é Ás de Espadas conta a história de dois alunos negros, Chiamaka, que é aluna prodígio do colégio Niveus, e Devon, que sempre se mantém nas sombras do colégio, é bolsista e um dos únicos alunos pobres.

Niveus é uma escola particular de elite que costuma colocar seus alunos nas melhores universidades, e como era de se esperar, Niveus é cheia de alunos brancos e padrão.

Chiamaka é uma garota rica e perfeccionista, que sempre busca ser a melhor aluna e a menina mais popular da escola. Ela ralou muito para chegar ao topo e deseja conquistar tudo que almeja.

Devon é tímido e não se sente confortável convivendo no meio dos alunos ricos. A única coisa que ele gosta da escola é a aula de música e seu grande sonho é entrar em Juilliard, a melhor escola de música dos Estados Unidos. A mãe de Devon é mãe solteira e tem mais dois filhos além dele. Ela se esforça muito para mantê-lo na escola, pois deseja que o filho tenha uma vida melhor. Eles moram em um bairro perigoso, onde tudo é diferente de Niveus.

No último ano da escola, Chiamaka e Devon são selecionados como parte da alta hierarquia escolar e passam a ser chefes da turma - o vai agregar muito nos seus currículos para entrar nas boas universidades. Porém, o que deveria ser um ano tranquilo se torna um terror por conta de uma pessoa, autointitulada "Ases". 

Ases espalha os segredos de Chiamaka e Devon pelos corredores da escolha, e transforma a vida dos dois em um inferno. No começo, os ataques parecem se tratar de bullying, mas com o tempo e com o horror da perseguição, eles percebem que as coisas são piores do que pensavam.

A cada capítulo, as vozes narrativas são intercaladas para que o leitor possa acompanhar a história sob o ponto de vista de Devon e de Chiamaka. Por mais que se trate de um livro jovem, a autora traz críticas sociais importantíssimas sobre o racismo estrutural, homofobia, privilégio de classes.

Com a personagem Chiamaka, a autora aborda muito sobre a solidão da garota negra, a misoginia, a aceitação do próprio cabelo etc. Já com o Devon, a autora aborda sobre o racismo escancarado por ele ser um aluno negro e pobre em uma escola cheia de privilégios brancos de elite, e também a homofobia.

Além disso, o livro fala explicitamente sobre como a vida deles é moldada para não receber os mesmos privilégios que os brancos, mesmo trabalhando duro, existe uma estrutura toda pronta para derrubá-los e atrapalhar os seus futuros. Incomoda ler as injustiças que os dois protagonistas passam, e entender que isso acontece todos os dias com outras pessoas.

Eu gostei muito do final do livro, é um livro de leitura fácil e rápida. Creio que o único ponto que achei estranho, foi a demora dos dois protagonistas perceberem que eles eram os alvos de Ases, porque se tratava de racismo. Talvez seja fácil para quem lê o livro e vê de fora entender esse ponto, e acho que foi até proposital a autora ter colocado dessa forma. É provável que o intuito da autora era mostrar que o racismo é tão absurdo, que os protagonistas não acreditaram que aquilo estava mesmo acontecendo.

Eu recomendo muito essa leitura, simplesmente amei!

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 A Vida Invisível de Addie LaRue Victoria schwab

Livro: A Vida Invisível de Addie LaRue

Autor(a): V. E. Schwab

Editora: Galera Record

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐

Sinopse: Uma vida que ninguém lembra. Um livro que ninguém esquece.

Em A vida invisível de Addie LaRue, o aguardado best-seller de V.E. Schwab, conheça Addie e se perca em sua vida invisível — porém memorável.

França: 1714. Addie LaRue não queria pertencer a ninguém ou a lugar nenhum. Em um momento de desespero, a jovem faz um pacto: a vida eterna, sob a condição de ser esquecida por quem a conhecer. Um piscar de olhos, e, como um sopro, Addie se vai. Uma virada de costas, e sua existência se dissipa na memória de todos.

Após tanto tempo vivendo uma existência deslumbrante, aproveitando a vida de todas as formas, fazendo uso de tantos artifícios quanto fosse possível e viajando pelo tempo e espaço, através dos séculos e continentes, da história e da arte, Addie entende seus limites e descobre — apesar de fadada ao esquecimento — até onde é capaz de ir para deixar sua marca no mundo.

Trezentos anos depois, em uma livraria, um acontecimento inesperado: Addie LaRue esbarra com um rapaz.

Ele enuncia cinco palavras.

Cinco palavras capazes de colocar a vida que conhecia abaixo:

Eu me lembro de você.

Uma jornada inspirada no mito faustiano sobre busca e perda, eternidade e finitude e, acima de tudo, uma questão: até onde se vai para alcançar a liberdade? Best-seller do The New York Times e recomendado pelo Entertainment Weekly, A vida invisível de Addie LaRue é um livro inesquecível e que colocou V.E. Schwab entre as principais autoras de fantasia da atualidade.

"Para alguém fadada ao esquecimento, Addie LaRue se provou uma personagem deliciosamente inesquecível, e sua história é uma celebração da imortalidade." - Neil Gaiman

"Perfeitamente equilibrada entre escuridão e luz, mito e realidade. Essa história é, ironicamente, inesquecível." - Alix E. Harrow

"A vida invisível de Addie LaRue irá enfeitiçar os leitores da mesma forma que a protagonista é enfeitiçada." - Naomi Novak


“Não quero pertencer a ninguém, senão a mim mesma. Eu quero ser livre. Livre para viver e encontrar meu próprio caminho, para amar ou para ficar sozinha, mas pelo menos é minha escolha, e estou tão cansada de não ter escolhas, com tanto medo dos anos que passam correndo sob meus pés. Não quero morrer como vivi, o que não é vida.”

Resenha:


A Vida Invisível de Addie LaRue é um romance Best Seller da minha querida autora Victoria Schwab. O livro é volume único, e traz um enredo diferente de tudo o que a autora já escreveu.

A história é sobre uma garota chamada Adeline LaRue, que vivia na França no século XVII em um vilarejo chamado Villon. Também conhecida como Addie, ela não se sentia satisfeita com a vida pacata no vilarejo e sempre quis conhecer o mundo. Addie não gosta de se sentir prisioneira das poucas possibilidades que o seu mundo oferece. 

Forçada a se casar ainda jovem, Addie se desespera, foge para a floresta, e reza para os deuses antigos, pedindo que a salve do seu infortúnio. Addie esquece um um dia foi advertida pela sua amiga Estele , a não rezar a noite, para não chamar os deuses da escuridão, pois eles eram traiçoeiros.

Addie reza pela sua liberdade e com uma escolha incorreta de palavras durante a sua oração, ela sela um pacto com o deus da escuridão. Neste pacto, Addie possui a imortalidade, até que não queira mais viver, e então a sua alma será levada por Luc, o deus da escuridão. Só que Addie tinha pedido liberdade, e não queria que ninguém a visse, para que ela fosse livre. Com essa péssima escolha de palavras, ela acaba ganhando a sua tão sonhada liberdade, mas em contrapartida, ela se tornará incapaz de ser lembrada por alguém e de deixar uma marca no mundo. Somente Luc irá se lembrar dela.

Addie procura pela sua família depois da fuga e percebe o preço alto que deve pagar. Nem a sua mãe e nem o seu pai lembram mais dela. Triste e desiludida, ela deixa Villon e tenta reconstruir a sua nova vida. Todos os dias conhece pessoas novas e é esquecida. Não consegue formar laços com mais ninguém e à medida que o tempo passa, Addie percebe as graves consequências daquele pedido, mas ela recusa a se render para a escuridão e lhe dar a sua alma. Mesmo vivendo situações de fome, medo e perda da própria dignidade, Addie sempre pensa que a vida tem muita a oferecer.

A história é intercalada entre o passado e presente de Addie. O livro transita entre os primeiros anos de sua imortalidade no século XVII  e seu presente, trezentos anos depois, em Nova York. No meio disso tudo, Addie conhece Henry, a única pessoa que consegue lembrar dela. Intrigada,  Addie resolve conhecê-lo melhor e eles percebem que tem vários aspectos incomuns em sua vida. Henry também sempre se sentiu invisível, sempre foi ignorado pelos outros. Eles se entendem bem e começam um relacionamento onde aprendem mais sobre si mesmos.

A escrita da Victoria é brilhante e instigante, só que não posso dizer que esse tipo de história me atrai atenção, não gosto muito de histórias que intercalam o passado com o presente, e muito menos com o foco mais em drama. Confesso que li esse livro pela autora, e que por ser um livro da Victoria Schwab, coloquei minhas expectativas lá em cima. E me decepcionei!

Não porque a escrita é ruim, ou porque a história é ruim. Eu esperava algo mais sombrio, pois já estava acostumada com o estilo de escrita sombrio da Victoria em outros livros. Acredito que A Vida Invisível de Addie LaRue não é um livro ruim, mas também não é um livro para mim. Me encontrei várias vezes pensando se estava lendo algo do John Green (Eu não costumo gostar de livros do gênero de drama). Eu não gostei da história como um todo, simplesmente porque esperava algo mais fantasioso, e me deparei com um drama jovem. Mas isso não faz da história ruim, muito pelo contrário. O ponto forte da história é a identificação com os medos e anseios dos personagens principais. Eu só não gosto desse tipo de narrativa.

Acho que o que eu menos gostei no livro, foi o romance entre a Addie e o Henry. Achei muito sem graça, acredito que eles funcionam muito mais como amigos. Mas compreendo que o romance teve o seu propósito na história e fiquei satisfeita com o final do livro. Também não gostei de todos os personagens. Não consegui me identificar nem mesmo com a Addie. 

Luc parece ser um personagem intrigante e relevante na história, gosto do caráter de vilão que ele possui, principalmente sobre o mistério. Se a Schwab seguisse com uma narrativa mais sombria (algo mais parecido com o seu estilo em outros livros), tenho certeza que ela abordaria mais sobre a história mística do Luc. Também senti falta do Realismo Mágico próprio do estilo da autora nesse livro. Mas isso é um sentimento que eu tenho como fã da autora, ela não é obrigada a seguir o mesmo estilo de narrativa sempre.

Enfim, muitos leitores dividem opiniões entre gostar ou não desse livro. Acredito se tratar de um bom livro, mas com uma história e narrativa diferente de tudo o que a autora já escreveu. Minha dica é: desapegue das outras histórias que a Victoria escreveu.

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Leia também:

[Resenha] Um tom mais escuro de magia, V. E. Schwab

[Resenha] Mansão Gallant, V. E. Schwab

 O Livro sem Nome

Livro: O Livro Sem Nome

Autor(a): Marcos Dyonisio

Editora: Drago Editorial

Minha Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Sinopse: Toda sinopse de um livro começa com o autor dizendo o nome da obra, o que neste caso não é possível, pois ele se chama: O LIVRO SEM NOME.

Por quê? A começar pelo protagonista, nenhum personagem do livro tem um nome; e este é mais um dos mistérios que se escondem em suas páginas.

Criado num mosteiro onde os monges seguem o voto de silêncio, órfão e sem lembrar nada sobre sua origem, ele foi levado ainda criança para o convívio dos monges que o criaram.

A jornada do jovem sem nome em busca da sua voz perdida, na verdade simboliza a procura por seu lugar no mundo. Enquanto avança, percorre os caminhos dos maiores mistérios da humanidade, desde a madrugada dos tempos: a morte, os sonhos, as pistas de Deus, o amor, a magia, o bem e o mal.

Do leste europeu até a França, passando pelo oriente, o livro nos mostra uma viagem para longe do castelo onde o jovem foi criado, mas que de fato, revela ser uma viagem para dentro de si mesmo, enfrentando suas sombras e medos; seus anjos e demônios, que inclusive aparecem na história. Procurando respostas que todos os seres humanos buscam desde que o primeiro da criação do mundo, mas para as quais, às vezes, nem sequer existem perguntas.

Sem ter sua própria voz, o jovem sem nome é dominado pelas vozes que vivem dentro da sua cabeça, e de todos nós. O Medo, a Culpa, a Fé, a Razão, a Dúvida, o Ódio, além das vozes do Silêncio e do Coração, tornam-se personagens atuantes neste livro e influem nos acontecimentos, para o bem e para o mal. As vozes comentam, conversam, brigam, dialogam, influem e até narram partes da história. E assim, tornam-se personagens como qualquer outro, participam da história ativamente, tornando este, um livro tão único, que não há um nome que possa defini-lo.

“Tudo era uma questão de escolha e de ser responsável por cada uma delas, tanto as certas, quanto as erradas.”



Resenha:


O livro de estreia do autor Marcos Dyonisio é uma viagem surreal para o centro de nós mesmo. A história começa quando o Jovem Sem Nome é deixado em um mosteiro. Sem Nome, sem identidade e sem memórias, esse jovem é criado para fazer o voto de silêncio quando adulto, mas a sua vida vira de ponta-cabeça, quando o Monsenhor expulsa-o do mosteiro, para que ele encontre a sua voz perdida e busque as respostas para questionamentos que nem ele mesmo se fez.

Em sua jornada, o Jovem sem nome conhece vários personagens, que vão ensiná-lo sobre a procura da sua verdadeira verdade e o seu lugar no mundo. Esses encontros e desencontros criam no Jovem a vontade de deixar a sua pegada no mundo, realizar seus sonhos.

Com uma narrativa diferente de tudo o que já vimos, o autor cria um universo de encontro de várias culturas, religiões e fé. A jornada do Jovem Sem Nome, também posso dizer, que é a jornada de todos nós. O livro traz uma visão espiritualista e filosófica sobre sincronicidades, espiritualidade e missão de vida. Uma obra para ser lida e, acima de tudo, sentida.

“Sua energia atrai tudo e todos que aparecem na sua vida.”


Confesso que a leitura chegou para mim em um momento certo, com passagens que condizem com o meu momento de vida, sobre escolhas e tudo mais. Eu acredito verdadeiramente nas palavras do autor, que independente de religiões e fé, nós vimos ao mundo para deixar a nossa marca e encontrar a nossa verdade e ouvir a nossa voz.

No meio de tantas vozes dentro de si (voz da razão, voz do medo, voz da culpa, etc), o Jovem Sem Nome parte em uma busca da própria voz, sem saber para onde vai, ele é guiado pelo mundo espiritual e tudo a sua volta conspira para que ele encontre o que procura. O final do livro é uma surpresa e ao mesmo tempo, algo que talvez já sabíamos. 

Conheci o Marcos Dyonisio em 2021 e levou um tempo para o lançamento do seu primeiro livro. O autor possui uma escrita envolvente e o estilo do livro é diferente de qualquer coisa que vocês vão ler.

Conheça o autor:

Marcos Dyonisio. Nascido no Rio de Janeiro, mora em SP há mais de vinte anos. 
Redator publicitário, sempre trabalhou com criação, mas sonhava em produzir algo autoral e, por isso, decidiu tornar-se escritor. 
O Livro Sem nome é sua primeira obra, um romance que transporta para a ficção, toda a experiência que adquiriu na sua própria busca espiritual.



Siga o autor Marcos Dyonisio no Instagram:  instagram.com/m.dyonisio/

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Livro: Flores para Algernon

Autor(a): Daniel Keyes

Editora: Aleph

Sinopse: Uma cirurgia revolucionária promete aumentar o QI do paciente. Charlie Gordon, um homem com deficiência intelectual severa, é selecionado para ser o primeiro humano a passar pelo procedimento. O experimento é um avanço científico sem precedentes, e a inteligência de Charlie aumenta tanto que ultrapassa a dos médicos que o planejaram. Entretanto, Charlie passa a ter novas percepções da realidade e começa a refletir sobre suas relações sociais e até o papel de sua existência.

Delicado, profundo e comovente, Flores para Algernon é um clássico da literatura norte-americana. A obra venceu o prêmio Nebula e inspirou o filme Os Dois Mundos de Charlie, ganhador do Oscar de Melhor Ator, um musical na Broadway e homenagens e referências em diversas mídias.

“Estava tudo bem enquanto eles pudessem rir de mim e parecer inteligentes à minha custa, mas agora eles se sentiam inferiores ao imbecil [...] Eu os havia traído, e eles me odiavam por isso.”

Resenha:

Flores para Algernon conta a história de Charlie Gordon, um homem de 32 anos com deficiência intelectual que é convidado a fazer um experimento de aumento de QI. Apesar das suas restrições, Charlie tem uma força de vontade de aprender e de se tornar inteligente. Ele acredita que com o aumento da sua inteligência, ela possa fazer amizades e ter conversas mais profundas.

Sendo assim, Charlie se torna quase uma “cobaia” de um experimento que promete revolucionar a ciência. Ele será o primeiro indivíduo a fazer essa cirurgia, sendo que o único ser vivo em que a cirurgia deu certo é Algernon, um rato de laboratório que apresenta resultados excelentes.

 O livro é narrado em primeira pessoa, em uma espécie de diário pessoal de Charlie, chamado: Relatórios de Progressos. Esses relatórios são datados e com eles nós podemos acompanhar a evolução da escrita de Charlie e dos seus pensamentos. No começo, os relatórios são repletos de erros de ortografia, mas depois da cirurgia, ele vai aperfeiçoando não apenas a grafia das palavras, como também o vocabulário e a estrutura de seu texto.

A cirurgia é um sucesso, e com o tempo, acompanhamos a evolução de Charlie. Ele também passa por sessões de terapias, hipnoses e consultas neurológicas periodicamente. O cérebro de Charlie começa a absorver o conhecimento cada vez mais rápido, até o ponto dele saber mais que os próprios cientistas e acadêmicos.

Doutor Strauss e Professor Nemur são os cientistas que conduzem os experimentos. Tendo eles papeis importantes na vida atual de Charlie.

Ao mesmo tempo em que Daniel Keyes mostra a inocência de Charlie antes da sua cirurgia, ele também nos mostra o homem se redescobrindo por inteiro. Antes, Charlie não entendia sobre a vida, sobre os sentimentos, as pessoas e sobre ele mesmo. Aos poucos, com o seu amadurecimento, ele se choca com as duas realidades que viveu.

Charlie relembra o passado e enxerga-o de forma diferente, analisando a sua vida e redescobrindo a sua história. Ele entende o preconceito que sofreu desde a infância e, o que eu achei mais importante nesse livro, a dualidade entre ser uma pessoa deficiente e ser um intelectual. 

Há duas facetas sendo contadas no livro, de forma brilhante posso dizer. Quando Charlie entende que quando se tornou intelectual, as pessoas começam a ignorar ele, com despeito, por se sentirem inferiores a ele. E quando ele lembra que era ignorado anteriormente quando não entendia sobre o que acontecia ao seu redor.

O seu lado emocional não está preparado para acompanhar suas descobertas e sua percepção de mundo, por isso novas reflexões e antigos traumas passam a perturbar o personagem.

Sobre a escrita de Keyes , fica claro que ele escolheu a melhor abordagem para nos contar a história de Charlie. Apesar do texto fácil, Flores para Algernon não é uma leitura leve. As vivências de Charlie são tristes e cruas. O final não é feliz, mas é o esperado pelo próprio Charlie que aceita o seu destino.

O livro traz uma discussão sobre capacitismo intelectual. É triste ler sobre a ingenuidade de Charlie e perceber o seu sofrimento nas lembranças do passado. É uma leitura necessária, recomendo bastante para todos. 

 

 


 

Livro: Corrente de Ferro

Série: As Últimas Horas

Autor(a): Cassandra Clare 

Editora: Record

Sinopse: Em Corrente de ferro, a provocante sequência de Corrente de ouro, os Caçadores de Sombras precisam deter um perigoso serial killer à solta pelas ruas de Londres. Mas os segredos que escondem podem levar a uma transformação inesperada.

Parece que Cordelia Carstairs finalmente tem tudo o que sempre quis. Ela está noiva de James Herondale, por quem sempre foi apaixonada, e construiu uma nova vida em Londres na companhia de sua melhor amiga Lucie Herondale e os amigos inseparáveis de seu noivo, os Ladrões Alegres. Também está prestes a reencontrar seu pai e, acima de tudo, tem junto de si Cortana, sua lendária espada.

Mas a verdade pode ser muito mais sombria do que aparenta. O casamento dos dois é uma mentira, arranjado para proteger a reputação de Cordelia. James continua apaixonado pela misteriosa Grace Blackthorn, cujo irmão, Jesse, morreu anos antes em um acidente. Cortana, sua amada espada, queima a mão de Cordelia ao ser tocada, enquanto seu pai, após os problemas enfrentados no passado, se tornou amargo... e a raiva guardada dentro de si não está perto de ir embora. Para completar, um serial killer está mirando nos Caçadores de Sombras de Londres, cometendo assassinatos sob o manto da escuridão e desaparecendo sem deixar rastros.

Agora, Cordelia, James e Lucie – juntos, é claro, dos Ladrões Alegres – precisarão seguir as escassas pistas deixadas pelo assassino nas ruas mais perigosas da cidade.

No entanto, enquanto isso, cada um guarda a sete chaves um segredo impactante... que poderá transformar e definir, para sempre, seus destinos.

 


Resenha:

Corrente de Ferro é o segundo livro da Trilogia As Últimas Horas das Crônicas dos Shadowhunters (Caçadores das Sombras) famosa best-seller Cassandra Clare.  

Tempos depois da conclusão de Corrente de Ouro, vemos Cordélia Carstairs e James Herondale se tornando noivos, consequentemente se casando. Cordélia sabe que é um casamento de fachada e por isso não revela os seus sentimentos a James.

Cordélia e Lucie Herondale estão cada vez mais próximas de se tornarem Parabatai, mas esse é um livro em que a amizade das duas é testada. Lucie continua escondendo o segredo do Fantasma de Jesse Blackthorn, e vem se encontrando às escondidas com Grace Blackthorn, pois ambas têm o mesmo objetivo: salvar Jesse, mesmo sabendo que Grace é a principal rival no amor de Cordélia.

James ainda está confuso em relação a Grace, enquanto permanece casado com Cordélia, os dois desenvolvem uma amizade e um companheirismo mais íntimo e James não consegue entender os seus sentimentos por Cordélia.

Não vemos muito Will, Tessa, Jem e Magnus Bane nesse livro, pois alguma coisa acontece em Paris e eles saem de cena para resolver o mistério. Enquanto isso, Londres é assombrada por mais mortes de Shadowhunters, há um assassino a solta e toda a Clave está preocupada. 

Óbvio que os Ladrões Alegres entram em cena com uma investigação particular e nesse livro podemos ver sobre Christopher, Anna e Thomas (os Lighwoods), sobre Alastair Carstairs, sobre Matthew e Charles Fairchild e sobre Grace e Jesse Blackthorn.

Matthew deixa de parecer uma incógnita e mostra um pouco mais do seu coração. Thomas se mostra corajoso e um pouco aventureiro. Alastair neste livro se mostra mais maduro e arrependido com o seu passado. E Anna é Anna! Sempre maravilhosa! 

Uma surpresa para mim saber um pouco sobre o passado de Grace, fiquei até com um pouco de pena dela. Só um pouco.

Nesse livro podemos ver um protagonismo de Lucie, mesmo sendo personagem secundária, ela rouba a cena. Eu estou muito apaixonada por Lucie e Jesse, e espero que Cassandra Clare preserve esse casal.

Cordélia e James são muito perfeitos juntos, todos os diálogos são incríveis, o modo como a amizade deles é tão forte, e a confiança.

O que eu não gostei no livro foi o fato de mais uma vez Cassandra Clare colocar um triângulo amoroso desnecessário, acredito que esse plot já está muito clichê para os livros dela. 

O plot de mistério em si, foi excelente. Ninguém vai conseguir adivinhar quem é o assassino até chegar ao clímax. Estou curtindo muito o enredo desse livro e espero não me decepcionar com o último livro.

A maioria dos leitores não gostou do final de Corrente de Ferro, mas eu acredito que o final fez sentido.

Cassandra clare aborda temas problemáticos de forma excelente, como o fato das mulheres não poderem ser quem elas quiserem em relação a sociedade da época, sobre a sexualidade de alguns personagens que se mantém escondidas também por conta do preconceito, sobre bullying e as suas consequências, alcoolismo.

Posso dizer que Corrente de Ferro já é o livro que eu mais gosto da Trilogia, foi uma excelente continuação e entregou muito do universo dos Shadowhunters. Estou ansiosa para o terceiro livro!

Onde comprar:



Amazon

Leia também outras resenhas dos livros de Cassandra Clare:

Resenha Corrente de Ouro

Resenha Rainha do Ar e da Escuridão

Resenha A Dama da Meia-Noite


Livro: E não Sobrou Nenhum 

Autor(a): Agatha Christie

Editora: Globo Livros

Sinopse: Uma ilha misteriosa, um poema infantil, dez soldadinhos de porcelana e muito suspense são os ingredientes com que Agatha Christie constrói seu romance mais importante. Na ilha do Soldado, antiga propriedade de um milionário norte-americano, dez pessoas sem nenhuma ligação aparente são confrontadas por uma voz misteriosa com fatos marcantes de seus passados.

Convidados pelo misterioso mr. Owen, nenhum dos presentes tem muita certeza de por que estão ali, a despeito de conjecturas pouco convincentes que os leva a crer que passariam um agradável período de descanso em mordomia. Entretanto, já na primeira noite, o mistério e o suspense se abatem sobre eles e, num instante, todos são suspeitos, todos são vítimas e todos são culpados.

É neste clima de tensão e desconforto que as mortes inexplicáveis começam e, sem comunicação com o continente devido a uma forte tempestade, a estadia transforma-se em um pesadelo. Todos se perguntam: quem é o misterioso anfitrião, mr. Owen? Existe mais alguém na ilha? O assassino pode ser um dos convidados? Que mente ardilosa teria preparado um crime tão complexo? E, sobretudo, por quê?

São essas e outras perguntas que o leitor será desafiado a resolver neste fabuloso romance de Agatha Christie, que envolve os espíritos mais perspicazes num complexo emaranhado de situações, lembranças e acusações na busca deste sagaz assassino. Medo, confinamento e angústia: que o leitor descubra por si mesmo porque E não sobrou nenhum foi eleito o melhor romance policial de todos os tempos.


"Havia qualquer coisa de mágico numa ilha, a simples palavra sugeria fantasia. Perdia-se o contato com o mundo uma ilha era um mundo próprio, um mundo à parte. Um mundo, talvez, do qual nunca poderemos regressar."


E não sobrou nenhum começa com o encontro de dez estranhos em uma ilha isolada, a Ilha do Soldado, a convite de um anfitrião. Todos eles estão lá por um motivo e todos escondem segredos.

Há diversos boatos sobre o anfitrião chamado Mr. Owen, dono da Ilha do Soldado, mas ninguém de fato sabe quem é o novo dono, e cada personagem foi convidado por motivos diferentes, como a passeio, a trabalho etc.

A autora nos apresenta a Philip Lombard, Vera Claythorne, Justice Wagrave, Emily Brent, Anthony Marston, William Henry Blore, General Macarthur, Dr. Amstrong, Thomas Rogers e Mrs. Rogers. Todos têm personalidades diferentes e desconfianças. Juntos em uma casa no meio da ilha, eles acreditam que irão conhecer o seu anfitrião Mr. Owen. Todos o conhecem por um nome diferente, e nenhum dos dez presentes jamais se encontrou com o dono da Ilha do Soldado. 

Na casa, eles encontram dois empregados que pertencem ao grupo, Thomas Rogers e Mrs. Rogers, que assim como todos, receberam cartas com instruções precisas do que deveriam fazer. Além de encontrarem dez soldadinhos de porcelana na mesa.

A autora introduz sobre cada  um dos indivíduos que foi convidado inesperadamente para a Ilha do Soldado, e nós leitores ficamos intrigados com as circunstâncias misteriosas desse convite. 

Em seus quartos, os convidados encontram o poema “E não sobrou nenhum” e ficam intrigados.


Poema ‘E Não Sobrou Nenhum’


Dez soldadinhos saem para jantar, a fome os move;

Um deles se engasgou, e então sobraram nove.

Nove soldadinhos acordados até tarde, mas nenhum está afoito;

Um deles dormiu demais, e então sobraram oito.

Oito soldadinhos vão passear e comprar chiclete;

Um não quis mais voltar, e então sobraram sete.

Sete soldadinhos vão rachar lenha, mas eis;

Que um deles cortou-se ao meio, e então sobraram seis.

Seis soldadinhos com a colmeia, brincando com afinco;

A abelha pica um, e então sobraram cinco.

Cinco soldadinhos vão ao tribunal, ver julgar o fato;

Um ficou em apuros, e então sobraram quatro.

Quatro soldadinhos vão ao mar; um não teve vez;

Foi engolido pelo arenque defumado, e então sobraram três. 

Três soldadinhos passeando no zoo, vendo leões e bois;

O urso abraçou um, e então sobraram dois.

Dois soldadinhos brincando ao sol, sem medo algum; 

Um deles se queimou, e então sobrou só um. 

Um soldadinho fica sozinho, só resta um;

Ele se enforcou, 

E não sobrou nenhum.


Logo na primeira noite, todos ouvem acusações de crime contra todos os 10 hóspedes, através de um sistema de áudio instalado na casa. E com isso, todos eles ficam inquietos e apreensivos, querendo sair imediatamente da Ilha do Soldado. Todos os crimes foram cometidos no passado e não há mais a possibilidade de serem julgados pela justiça. Todos os dez convidados se sentem injustiçados pelas acusações e acreditam que não devem ter a sua moral questionada. A narrativa é contada em terceira pessoa, e podemos entender a perspectiva de todos os personagens, os seus medos e um pouco do seu passado.
 
Diante disso, a primeira morte acontece e a autora nos apresenta um ambiente de tensão e desconfiança entre os nove companheiros restantes. Além da ilha ser isolada de tudo, é preciso de uma balsa para sair de lá, ao mesmo tempo que está ocorrendo uma tempestade. Os convidados são obrigados a permanecer na ilha, até que o tempo melhore e alguém venha resgatá-los.  
 
Eles se dedicam a resolver o mistério por traz do assassinato, cada um possui uma teoria, e todos se dedicam a resolver o mistério de acordo com os conhecimentos das suas profissões.
 
Agatha Christie consegue criar uma aura de mistério, confusão e desconfiança. O leitor não tem ideia de quem é o assassino, e é impossível não desconfiar de todos. E não sobrou nenhum é um daqueles livros que você só descobre o vilão no final. Agatha Christie não deixa nenhum rastro.
 
Ainda por cima, a forma como as mortes são apresentadas, são parecidas com as descrições do poema dos soldados. No final, quando descobrimos quem é o assassino, tudo se encaixa.
 
Em “E não sobrou nenhum”, Agatha Christie nos envolve em uma leitura investigativa, e mostra como o medo pode influenciar o comportamento humano. Não só o medo da morte, mas o medo de ser descoberto, pois todos os personagens possuem segredos de crimes que não gostariam de ser revelados. Todos desconfiam um dos outros e viram-se uns contra os outros, por estarem aterrorizados. Como eles preferem não confiar em ninguém, o assassino se aproveita da situação e consegue cometer os crimes mais facilmente. Cada vez que um personagem morre, um soldadinho de porcelana desaparece, adicionando mais crise ao conflito.
 
Esse livro fez tanto sucesso que já ganhou várias adaptações, sendo a adaptação mais recente a minissérie produzida pela BBC.



 

Livro: Gramática do Lar

Autor(a): Manoel Carlos Alves

Editora: Escaleras

Sinopse: “Mamãe se foi’’.

Assim começa a obra Gramática do lar, que utiliza como cenário a São Paulo de um futuro não muito distante, onde um filho, personagem cujo o nome nunca conhecemos, precisa lidar com as consequências devastadoras que descobre sobre a matriarca, ao longo dos sete dias após o seu enterro. Onde começa uma mãe e termina uma mulher? Como é possível viver anos a fio com alguém, sua genitora, e nunca ter, de fato, a conhecido?

Tais são os questionamentos suscitados quando, ao se desfazer dos pertences da mãe, ele depara-se com os escritos dispersos que a falecida deixara para trás. A partir deste ponto, o filho, à deriva num país fragmentado por ideologias políticas, encontra alento em desbravar a mente e alma da mãe ao mesmo tempo em que inicia um relacionamento obsessivo com o psicanalista responsável pelas últimas sessões de terapia dela, e o principal suspeito de influenciar sua morte.

Destes encontros, e conforme tenta equilibrar a vida de professor universitário com os conflitos sociais vigentes, lidando com as ameaças de grupos extremistas, a mãe morta, o filho e o psicanalista embarcam numa jornada até o coração das trevas, até o vazio, onde as coisas saem do controle, ultrapassam todos os limites, e nada resta a ser feito além de destruir uns aos outros.

Resenha:

Gramática do Lar é o romance de estreia do autor soteropolitano, Manoel Carlos Alves. 

A história se passa em São Paulo, e conta sobre a vida do personagem, o qual nunca saberemos o nome, depois de ter perdido a sua mãe. Logo após o enterro da sua mãe, ele encontra alguns escritos deixados por ela, e tenta entender quem ela era em vida. Ele percebe que na verdade não a conhecia de verdade e nessa jornada dramática e de suspense, faz-se questionamentos sobre si mesmo.

Em Gramática do Lar, mergulhamos em um drama filosófico, posso até dizer, que pessoal, da alma o autor da obra. O nosso protagonista, é um professor universitário e escritor, que não consegue finalizar o seu primeiro livro. Está esgotado mentalmente com a morte da mãe e sentimentos que não consegue entender.

Manoel traz questionamentos importantes sobre a maternidade, e sobre um filho que entra em uma jornada de entender a sua própria mãe com uma vida além da maternidade. A forma madura como o livro traz esses questionamentos me impressiona.

O protagonista se relaciona com o antigo psicanalista da mãe, e durante esse relacionamento obsessivo, ele desbrava conflitos ainda mais angustiantes.

Gramática do Lar é um livro repleto de mistério, para quem gosta de um drama familiar psicológico.

Conheça o autor:

Manoel Carlos Alves, nascido e criado em Salvador, é graduado em Letras, pela Universidade Federal da Bahia, e mestrando no programa de literatura e cultura também na UFBA. Professor de inglês, romancista, contista e ensaísta, participou da tradução do livro Três Rios (2019) e publicou, de modo independente, Dark Mirror (2020) e Nossa última história de amor (2020). Em 2021, organizou a coletânea Crônicas Soteropolitanas. Gramática do lar (2021) é o seu primeiro romance.


Você também pode ler as resenhas de outras obras do autor:

Resenha Nossa última história de amor

Resenha Antologia Crônicas Soteropolitanas




 
Livro: O Castelo Animado
 
Autor(a): Diana Wynne Jones
 
Série: O Castelo Animado
 
Editora: Galera Record
 
Sinopse: Mergulhe no universo mágico de Diana Wynne Jones, que inspirou a animação O castelo animado do Studio Ghibli. Nomeado pela revista Times como uma das fantasias mais icônicas de todos os tempos.
Certo dia, enquanto trabalha na chapelaria da família, a jovem Sophie é surpreendida e misteriosamente amaldiçoada por uma terrível bruxa, que a transforma em uma senhora de noventa anos. Sem saber como se livrar do feitiço e com receio de não ser reconhecida pelas irmãs, Sophie foge e acaba parando em um fantástico castelo, comandado pelo jovem e sedutor Mago Howl, cuja reputação é de devorador de corações das moças do povoado. No castelo, onde passa a trabalhar, Sophie promove uma grande transformação, mudando os hábitos de Michael, o aprendiz de mago, e de Calcifer, o demônio do fogo, responsável pela “vida mágica” do lugar.
 
Além de ficar presa no corpo de uma senhora, o feitiço impede que Sophie revele que está sob o efeito de uma maldição. Calcifer, que logo percebe o que está acontecendo, propõe que ela o ajude a se libertar do pacto que o liga ao Mago Howl, oferecendo, em troca, ajuda para quebrar a maldição da Bruxa.
 
Enquanto Sophie aprende a lidar, na inusitada rotina do castelo, com o insensível e impetuoso Howl, ela descobre um novo mundo, repleto de magias e maldições, bruxas e feiticeiros, e – o mais importante – conhece uma nova e surpreendente versão de si mesma.
 
De um modo ou outro interligadas, as histórias de Diana Wynne Jones são, definitivamente, o que você precisa para escapar do mundo real e viajar para bem longe: em um tapete diferente, para uma cidade distante, refúgio de poções mágicas, personagens fantásticos e um segredo a cada esquina. Com um projeto gráfico especialmente por Isadora Zeferino (@imzeferino), ilustradora carioca dona de trabalhos super coloridos e com clientes como Faber Castell, Globosat e Melissa, O castelo animado e as demais obras da autora são o presente ideal – para alguém que você ama ou, melhor ainda, você mesmo.



Resenha:
 
Sophie Hatter é a irmã mais velha de três irmãs. Ela e a madrasta Fanny administram uma chapelaria, que Sophia herdará no futuro. Elas vivem em uma terra chamada Ingary, e Fanny resolve decidir o futuro das outras duas filhas, Lettie e Marta. Marta é enviada para trabalhar com a feiticeira Sra. Fairfax e Lettie, deve trabalhar na confeitaria Cesari. Sophie, que herdará a chapelaria, deve ajudar a confeccionar os chapéus, enquanto Fanny administra.
 
Sophie é uma garota bastante responsável, por si só ela se enche de trabalho, e não acredita em um futuro para ela mesma. Sophia tem um talento para criar chapéus ou qualquer coisa que ela toque, mas ela não se vê como dona de uma chapelaria para sempre.
 
Na cidade, os seus chapéus se tornam um sucesso, e quando a Bruxa das Terras Desoladas vai até a chapelaria para comprar um dos chapéus de Sophia, a bruxa não se agrada e acaba se desentendendo com a garota. Chateada com a sua vida sem graça, Sophie manda a bruxa embora, mas sem saber que ela era uma bruxa.
 
A Bruxa das Terras Desoladas, não deixa por isso mesmo, e lança um feitiço que transforma Sophie em uma velha, e impede que a garota conte a qualquer pessoa sobre o feitiço. 
 
Sophie percebendo que se tornou uma velha, não se sente abatida, pois por dentro ela já se sentia como uma velha. Ela fica com medo da sua família vê-la daquele jeito, e foge para encontrar o seu destino.
 
Em sua jornada como uma velha, Sophie precisa de um lugar para se esquentar, depois de andar muito, e não encontrar nada, Sophie encontrar o Castelo Animado do famoso Mago Howl, que tem a má reputação de devorar corações de garotas bonitas. Sophie percebe que Howl não é um perigo para uma velha, e consegue se refugiar no castelo.
 
O Castelo Animado é um castelo voador que viaja por várias cidades. Lá dentro Sophie conhece Calcifer, o demônio do fogo, que reconhece que Sophie está sob algum feitiço, e propõe um pacto: Sophie deve ajudá-lo a se livrar do feitiço com Howl, e Calcifer, ajudaria Sophie a se livrar do feitiço dela.
 
Sophie também conhece Michael, o aprendiz de 15 anos do Mago Howl, e quando ela conhece Howl, ela inventa a desculpa que deveria ser a faxineira do castelo. Howl, que parece não se importar com nada que não seja a conquista de belas garotas, deixa Sophie ficar e limpar o castelo imundo.
 
Em sua aventura no Castelo Animado, Sophie aprende mais sobre aquele mundo mágico. Ela é muito responsável e sempre tenta resolver os problemas, se metendo onde não é chamada e agindo sem pedir ajuda. Sophie tem boas intenções, mas ela coloca muito peso em seus ombros por ser uma pessoa tão responsável. 
 
No decorrer da história, Sophie entende mais sobre o Mago Howl e as suas intenções, entende mais sobre si mesma.
 
Eu particularmente não esperava que a história me surpreendesse tanto. A escrita de Diana Wynne Jones é muito fantasiosa, o livro é de fácil leitura, porém há grande profundidade. Eu corri para assistir a animação com o mesmo nome, adaptada pelo Studio Ghibli em 2004. A animação tem vários pontos diferentes do livro, mas também ficou muito linda. Entre a animação e o livro, ainda prefiro o livro, pela riqueza de detalhes do mundo que Diana criou.
 
O Castelo animado é o tipo de história que deixa um gostinho de quero mais. O final é lindo, mas eu ainda queria saber mais sobre como foi a vida de Sophie do final em diante. Diana ainda conseguiu dar destaque a todos os personagens, em todos os momentos, os personagens reaparecem, e isso foi muito bom para a história.
 
Diana Wynne Jones cursou inglês em Oxford e foi aluna de C. S. Lewis e J. R. R. Tolkien. Desejo conhecer mais sobre a autora e seus livros.


Livro: Poemas que escrevi no inverno do hemisfério norte 

Autor: Gian Lucas

Sinopse: composto por poemas intimistas e reflexivos, o livro gira em torno da melancolia típica do inverno, abordando sentimentos (e sentidos) de forma crua e sensível.

há um tipo de frio que nenhum casaco ou edredom consegue lidar. aquela sensação que vai muito além de todas as camadas que compõem a pele, literalmente nos fazendo tremer por dentro, sentindo o estômago revirar e o coração errar as batidas. um gosto amargo, entendido apenas por quem já provou das dores inerentes à mais pura humanidade que o mundo caótico tenta roubar a cada dia. o que te mantém aquecido? quais as garantias disso?

a vida é tão incerta, frágil, quebrável. a felicidade consiste nos momentos que nos fazem esquecer disso tudo e sorrir, sentindo-se confortável. quem afasta as pesadas verdades da existência dos seus horizontes? você se dá conta disso?

no inverno do hemisfério norte, escrevi poemas sobre solidão, despedidas, memórias e entregas ao vazio. mas também sobre o privilégio da singularidade, da intensidade, do amor que é eterno enquanto durar. vivemos estações, não é mesmo?

tudo passa, ou, ao menos, ameniza.


"o céu cinza acima de mim

é uma imensa e cruel lembrança

das cores que vivi

e perdi pelo caminho"


Resenha:
Em Poemas que escrevi no inverno do hemisfério norte, o poeta exprime sentimentos jovens e universais. É fácil se identificar com temas sobre o amor, a negatividade, ansiedade e a depressão. 

Nos trechos das poesias, eu percebi um grande pessimismo do autor sobre a vida, sobre o amor e a esperança. Ainda assim, as poesias são sobre não desistir, sobre ter fé, por mais que tudo nos machuque, continuamos aqui, firmes. Talvez seja um ponto autodestrutivo, ou talvez o autor quisesse exclamar que a dor não é nada perto de que já foi completamente destruído por dentro.

Em suas poesias como: "A neve e sua beleza límpida", "Você era meu sol" e "Compomos os mais belos cânticos", eu sinto o clamor do autor, sua insistência e expectativas sobre amor. Ele não desiste, mesmo querendo, mesmo doendo. Ser jovem, não é sobre isso? 

A alma sensível do poeta, não consegue lidar com a frieza em volta de si. Ele vive como uma tempestade, tudo ou nada. Quem nunca sentiu que nada poderia te suprir? Quem nunca sentiu um vazio, como se as pessoas não pudessem te ver?



Eu me sensibilizo com as palavras do autor, com a sua escrita pessoal e sua coragem de admitir sentimentos de vulnerabilidade.

As poesias que eu mais gostei são: "Meus olhos são cansados", "Humanidade", "Não existe dor", "A parte ruim" e "É difícil passar pelos dias". Todos os versos me roubaram pensamentos de lembranças do meu próprio passado. É essa a função do poeta, nos descascar com suas estrofes nos despindo da casca que protege as nossas emoções.
 
No final do livro, Gian Lucas, autor da obra, conta que começou a escrever poesias em seu Tumblr particular em 2012. Me identifiquei muito, pois também comecei a escrever poesias no Tumblr, nesse mesmo ano.
 
Em um dos poemas, Gian conta que não estamos sozinhos, estamos todos vivendo o mesmo inferno, estamos todos no mesmo barco, e é verdade. Viver numa época como essa, com todas as nossas angústias, pesadelos e depressões, tem sido muito difícil. Ser artista, é mais difícil ainda.

Com toda a certeza Poemas que escrevi no inverno do hemisfério norte é uma obra que merece ser lida e compreendida.

Vocês podem encontrar o livro na Amazon.



Livro: O Clube das Duas Horas

Autor: Felipe Gulyas

Editora: Grimm

Sinopse: Mike estava no lugar errado e na hora errada. Quer dizer, quem nunca fumou um baseado só para relaxar? Agora ele está preso num grupo de desajustados e estranhos que toda escola evita. Mike sabe que não pertence aquele lugar, aquelas pessoas tem problemas sérios, mas é quando um deles comete suicídio que tudo muda. Mike se vê vivendo seu pior dia de novo, de novo e de novo. Enquanto tenta descobrir o que está acontecendo com ele, o garoto entra mais na vida daquelas pessoas que todos desprezam e começa a ver como o mundo pode ser um lugar injusto e cruel com quem menos merece.

 


 

O livro conta a história de Mike, um adolescente que foi pego fumando na escola, e por isso deve frequentar o Clube das Duas Horas, aulas para que tem problemas com drogas, ansiedade, depressão, dentre outros. Na escola de Mike, quem frequenta o Clube das Duas Horas são vistos como os garotos desajustados e estranhos. 

A mãe de Mike parece muito preocupada com as atitudes do seu filho, e por isso fica na sua cola, o que deixa Mike bastante irritado. 

Mike sente que não se encaixa naquele grupo, e não entende porque tem que fazer aquelas aulas. 

No decorrer da trama, um acontecimento chama a atenção de Mike, um de seus colegas tenta o suicídio, e ele começa a reviver esse dia, todos os dias. 

Para resolver esse dilema, Mike terá que conhecer melhor os seus colegas do Clube das Duas Horas, entender sobre empatia e compreensão. Ele faz amizades como Melanie e Mitchel, que os ajudam em sua jornada de auto compreensão.

Além disso, Mike entende um pouco sobre as preocupações da sua mãe em relação a ele mesmo.

O Clube das Duas Horas é um livro sobre autoconhecimento e mudança de postura. Mike representa todos nós, que cometemos erros para favorecer o próprio ego, mas a evolução do personagem é nítida.

Eu amei a forma como o Felipe Gulyas narrou os fatos. Apesar do livro ser viciante, eu não consegui ler tão rápido por conta dos estudos. 

Recomendo demais esse livro, ele é bem curtinho e tem uma capa linda. Vocês podem encontrar o e-book na Amazon.



Livro: O Beijo das Sombras

Série: Academia de Vampiros

Autor: Richelle Mead

Editora: Agir

Sinopse: Lissa Dragomir é uma adolescente especial, por várias razões: ela é a princesa de uma família real muito importante na sociedade de vampiros conhecidos como Moroi. Por causa desse status, Lissa atrai a amizade dos alunos Moroi mais populares na escola em que estuda, a São Vladimir. Sua melhor amiga, no entanto, não carrega consigo o mesmo prestígio: meio vampira, meio humana, Rose Hathaway é uma Dampira cuja missão é se tornar uma guardiã e proteger Lissa dos Strigoi - os poderosos vampiros que se corromperam e precisam do sangue Moroi para manter sua imortalidade.

Pressentindo que algo muito ruim vai acontecer com Lissa se continuarem na São Vladimir, Rose decide que elas devem fugir dali e viver escondidas entre os humanos. O risco de um ataque dos Strigoi é maior, mas elas passam dois anos assim, aparentemente a salvo, até finalmente serem capturadas e trazidas de volta pelos guardiões da escola.

Mas isso é só o começo. Em O Beijo das Sombras, Lissa e Rose retomam não apenas a rotina de estudos na São Vladimir como também o convívio com a fútil hierarquia estudantil, dividida entre aqueles que pertencem e os que não pertencem às famílias reais de vampiros. São obrigadas a relembrar as causas de sua fuga e a enfrentar suas temíveis consequências. E, quem sabe, poderão encontrar um par romântico aqui e outro ali. Mais importante, Rose descobre por que Lissa é assim tão especial: que poderes se escondem por trás de seu doce e inocente olhar?

Richelle Mead dá uma nova face à literatura vampiresca com este romance: mais ácida, apimentada e inteligente do que nunca, a saga dos Moroi e seus guardiões surpreende pelas reviravoltas e pela ousadia desses cativantes personagens.

“Todos temos que fazer coisas que não gostamos. Essa é a vida.” 

 Resenha:

Richelle Mead criou um universos de Vampiros, com a Academia de Vampiros, um local remoto, onde eles aprendem a se defender dos caçadores e a dominar os seus poderes.

Os Vampiros dessa série, tem características um pouco diferentes, como não queimar no sol e não serem imortais, mas a premissa é mais ou menos a mesma, eles precisam de sangue para sobreviver, e tem as famosas presas de vampiro. A maior diferença é que Richelle introduziu os Dampiros nesse universo, que são os guardiões dos Vampiros, sendo até mais fortes no combate, eles são meio humanos e meio vampiros.

No primeiro livro da série de 6 livros, O Beijo das Sombras, Rose Hathaway é uma Dampira e deve se tornar a guardiã e protetora de Lissa Dragomir, uma Vampira da família real, conhecida como os Moroi. Os Strigoi são os vampiros caçadores que caçam o sangue dos Moroi (sim, em A Academia de Vampiros, os Vampiros também bebem sangue de Vampiros).

Lissa e Rose são melhores amigas, ambas estudam na Academia São Vladimir. A duas fogem da academia, pois Rose percebe que Lissa está sendo perseguida e usa todas as suas habilidades para protegê-la.

Após serem capturadas pela academia, elas voltam para a rotina de estudos, mas Rose sempre fica atenta ao que acontece ao redor de Lissa. Lissa é doce e não desconfia de ninguém, ela aparenta ter poderes maiores, afinal, ela é uma Moroi. Rose terá que treinar muito para dar conta da segurança da amiga, pois os Strigoi parecem estar à espreita.

Obviamente que o livro também tem romance, Dimitri Belikov é o professor de Rose e a deixa desconcertada, mesmo que ela muitas vezes tenha que bancar a durona. Christian Ozera se torna amigo de Lissa, e mesmo que Rose desconfie do garoto, Lissa parece estar entretida demais para dar atenção aos conselhos da amiga.

A escrita da Richelle me deixou muitas vezes afoita para avançar no livro. Ela te envolve com os pensamentos de Rose, e te prende na teia de mistérios que o livro apresenta. O mundo dos Vampiros e Dampiros é muito bem construído e O Beijo das Sombras é somente uma introdução do que está por vir nessa série de 6 livros.

Recomendo demais a leitura!



Livro: Uma Aprendizagem ou O Livro Dos Prazeres

Autor: Clarice Lispector

Editora: Folha de S. Paulo

Sinopse: Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres é uma história de amor sem histórias. Neste sexto romance de Clarice Lispector (1920-1977), publicado em 1969, não há enredo, trama. Os acontecimentos são banais: a professora primária Loreley, Lóri, um dia conheceu o professor de filosofia Ulisses, que lhe dera carona. Importante, porém, é que os dois procuram descobrir como amar, embora se queiram desde o início. Trata-se de um diálogo de aprendizados, das conversas entre Lóri e Ulisses e de Lóri consigo mesma, de fluxos de consciência de uma mulher em autodescoberta mística, que se prepara para o prazer genuíno. O que é? Para aprender a alegria você precisa de todas as garantias?, uma vez pergunta Ulisses a Lóri. Antes de enfim se unir ao professor, Lóri quer se desfazer das amarras que a prenderam a uma vida limitada, independente, mas solitária, e de amores desimportantes: tenta superar o desconhecimento de si mesma e aprender a viver sem dor. 

"A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se humano."

Na história, Lóri está em busca do autoconhecimento. Ela que desconhece a si mesma e tem medo de sentir prazer pela vida, encontra Ulisses, um professor de filosofia, que possui interesse pela moça. Entre alguns diálogos, Lóri contempla algumas descobertas, como o desejo por Ulisses, e o desejo de amar sem culpa. 

Além do desejo, Lóri busca ainda mais a si mesma. Ela deseja ser. Viver, sem receios, da forma humana de viver. 

Assim como Ulisses, Lóri é uma pensadora, mesmo limitada por suas crenças, ela quer desesperadamente se desfazer das amarras que ela e o mundo criaram para si. 

O livro é repleto de diálogos que funcionam não apenas para Lóri, mas também questiona o leitor. Trata-se de encontrar o autoconhecimento, o verdadeiro eu, dono dos seus desejos. Clarice Lispector não nos poupa em seus questionamentos sobre a vida. Lóri é uma alegoria para a nossa existência. A autora nos traz complexidade em frases simples, linguagem poética e profunda.

Ao final do livro, Lóri encontra as respostas que procura, e acredito que muitos leitores também podem encontrar. Leitura nacional que recomendo a todos.


 


Livro: Ruína e Ascensão

Série: Trilogia Grisha

Autor: Leigh Bardugo

Editora: Gutenberg

Sinopse: A capital está em ruínas. O Darkling governa Ravka de seu trono de sombras. O destino da nação parece estar nas mãos de uma Conjuradora do Sol enfraquecida, de um rastreador sem forças e do que resta do que outrora foi um grande exército mágico.

Oculta nas profundezas de uma antiga rede de túneis e cavernas, Alina está fragilizada e deve se submeter à duvidosa proteção do Apparat e de fanáticos que a adoram como uma santa. No entanto, sua esperança está em outro lugar e seus planos exigem que ela recupere as forças para sair dali o mais rápido possível. Para isso, terá de forjar novas alianças e deixar de lado as velhas rivalidades como Maly para encontrar o último dos amplificadores de Morozova. Porém, quando começa a desvendar os segredos do Darkling, ela descobrirá um passado que vai alterar para sempre a sua compreensão do vínculo que eles compartilham. O pássaro de fogo é a única coisa que separa Ravka da destruição, mas ele pode custar à Alina o próprio futuro pelo qual ela sempre lutou.

“Não somos nós todas as coisas?”

O último volume da Trilogia Grisha, Ruína e Ascensão, finaliza a jornada de Alina, Maly, Darklling, Nikolai e muitos outros personagens tão queridos.

Já li esse livro faz alguns anos, mas resolvi fazer esta resenha por conta da série Shadow and Bone, que irá ao ar nesta sexta-feira, dia 23 de abril na Netflix.

Quem me conhece sabe o quanto a Trilogia Grisha e a Duologia Six of Crows influenciou e ainda influencia na minha escrita. Neste último livro da trilogia, Alina está mais forte e livre das garras do Darkling, é ótimo ver o crescimento da personagem, que no início dos livros desconhecia o seu poder e sua força de vontade.

No início do livro, Alina está debilitada do confronto com o Darkling que agora governa Ravka. Ela precisa encontrar o terceiro ampliador, o Pássaro de Fogo, para garantir que terá o poder de derrotar o Darkling. Cada vez mais, os habitantes de Ravka se apoiam na ideia de que Alina pode ser a única salvação para o país, mas a garota ainda não confia em si mesma. 

O Apparat, líder religioso de Ravka, cria um boato de que Alina é uma Santa que pode salvar toda Ravka. Mesmo sem ter o poder para isso, o boato se torna a sua força e Alina consegue diversos aliados. 

Alina se tornou forte com a união de todos que acreditaram nela, e o livro traz a sensação de confiança das pessoas de Ravka, você realmente consegue ver Alina do jeito que Leigh Bardugo quer que você veja.

A escrita da autora nunca deixa a desejar. Em diversos momentos, você tenta antever acontecimentos, mas sempre é pego de surpresa com as reviravoltas. Os diálogos são emocionantes, as cenas de ação também.

Acredito que a Trilogia Grisha é uma das melhores séries de fantasia YA atualmente. Ruína e Ascensão conseguiu fechar a trilogia com maestria. 

Estou ansiosa para assistir a série da Netflix essa semana e ver os meus personagens favoritos na TV.

 


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Sou escritora, formada em Licenciatura em Letras e tenho me aprofundado em Sociologia e Filosofia. Atualmente, atuo na área de Marketing, explorando estratégias, comunicação e comportamento humano. Minha trajetória é guiada pela busca constante por conhecimento, reflexão crítica e conexão entre ideias, pessoas e contextos sociais.


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Criado por Nick Exaltação