Ser escritor(a) de literatura é muito mais do que apenas criar e escrever uma história fictícia como forma de entreter. O verdadeiro trabalho consiste em passar uma mensagem, seja ela qual for, o escritor se dedica a ilustrar os fatos na sua história, levando o leitor a pensar e se questionar com algum tipo de raciocínio.

Escrever é uma arte e muitos têm o talento de nos entreter e ao mesmo tempo, nos questionar sobre determinados assuntos. Esses assuntos são dos mais variados temas: desde o entendimento da própria existência, até sobre relacionamentos românticos e familiares, ou algum entendimento científico ou até mesmo político.

O escritor(a) traz a sua experiência de vida para o papel e pode nos dizer de forma explícita ou implícita em suas histórias, coisas que nunca paramos para pensar, ou sentimentos que ainda não sentimos. 

Há um certo amadurecimento na leitura que muitas pessoas subestimam. Já ouvi falar que não adianta ler muito, se a leitura não for de qualidade, mas o que é qualidade? Nós escritores não somos todos humanos, escrevendo, colocando para fora os nossos sentimentos, vivências e outras questões? O importante é saber que sempre haverá pessoas que se identificarão com as nossas histórias. Porque somos humanos e porque alguns sentimentos são universais. 

Agora, outro ponto que eu quero tocar, é na responsabilidade de ser escritor(a). Na responsabilidade ética de não romantizar certas questões, que podem ensinar ao leitor  a entender a vida de forma errada. Questões como assédio, crime, Síndrome de Estocolmo, machismo, violência no geral. 

Além disso, se formos discutir esses assuntos para criticá-los, há também as questões dos gatilhos emocionais, o que acredito que em uma boa sinopse pode deixar transparecer alguns avisos de gatilho. Nós como autores, somos responsáveis pelas nossas histórias, e consequentemente somos responsáveis pelo que o leitor vai ler e até entender.

Escrever de forma fantasiosa, não significa que devemos romantizar crimes ou questões antiéticas. É o nosso papel estar atentos a essas questões, para não confundir a cabeça dos leitores. Já se foi o tempo em que escrever sobre um personagem masculino possessivo e abusivo é algo "bonitinho". Isso é ruim e nos coloca em cheque como escritores. 

Um livro nunca é somente um livro. Algumas pessoas não separam as histórias fictícias da realidade e isso é um fato! Por um longo tempo, mulheres achavam normal serem tratadas com agressividade, pois esse comportamento foi romantizado por séculos através das grandes mídias, como literatura, e hoje cinema e televisão.

Concluindo, o papel do escritor(a) tem muito a ver com responsabilidade e ética, sobre questões da vida, sem romantizar, apenas pensamento crítico. Somos e seremos o porta-voz da história e do presente, e como eles são contados, faz toda a diferença.

Eu caí na real e vi que não dava mais para fugir do que eu gosto é do que eu considero a minha missão. Foi difícil chegar até aqui, eu pensei que nunca conseguiria de fato, quebrar as algemas do mundo e me libertar para ter a profissão que eu realmente amo.

Tudo exigiu tempo, planejamento, e dinheiro claro. Eu não vim de família rica ou média, vim de família pobre, comprei meus primeiros livros vendendo revistas da Avon, aquelas versões econômicas de Harry Potter. Eu sempre amei os livros, e a primeira vez que entrei em uma livraria, achei os preços dos livros tão caros, pensei: “nunca terei uma estante de livros desse jeito”. Bem, hoje eu tenho uma estante, foi a minha primeira realização na vida.

Eu trabalhei em empregos que não gostava e meu maior deleite era comprar livros. Eu comprei tantos, e hoje são o meu maior tesouro. 

O que eu quero dizer com esse texto, é que você pode sim ter a vida que quer, que planeja. É difícil, é árduo, mas nunca considere impossível. Ainda estou longe de alcançar as minhas metas mais altas. Tenho muitos sonhos e sou bastante inconformada com o mundo. Eu quero mais, e espero que vocês também queiram muito mais, por que vocês podem.

A verdadeira luz dentro de nós só se acende com o conhecimento. 🍑

Nesses tempos de pandemia, tem sido um caos para diversas pessoas em relação ao trabalho. Naturalmente, foi para mim também. Eu precisava monetizar o Instagram e garantir dinheiro para a minha própria sobrevivência. Sem perceber eu estava fazendo o que sempre fiz, mas sem nenhuma pretensão, eu estava vendendo livros.

Vender livros sempre foi algo bom para mim, quando não queria ter mais aquele livro na estante e precisava de outras coisas, eu sempre vendia livros. São produtos simples, de valor e fáceis de vender. Mas nessa pandemia, eu percebi que gostava do processo de arrumar fornecedor, conseguir os livros e vendê-los. 

Eu acho divertido desde a parte da cotação, até a entrega aos correios (muitas vezes eu enfrento uma fila enorme e fico no sol, mas sinto que estou fazendo a coisa certa). Eu não tinha planejado de nenhuma forma, me tornar livreira. Fui percebendo que entendo muito de livros, dos livros que as pessoas querem comprar, do tipo de venda que eu gosto de fazer (que incluem brindes e um atendimento em uma plataforma padronizada).

Hoje vejo que vender livros não é só um hobby, se tornou outra profissão. Me descobri como livreira e fiquei feliz. Fico pensando, será que um dia terei minha própria livraria?

Porque o país não promove a leitura?

Porque é mais fácil controlar uma população que não sabe ler, não sabe interpretar textos e situações. Porque ignorantes, somos como os bichos da Fazenda do Solar, em A Revolução dos Bichos. Não existe revolução nenhuma, ou nenhuma liberdade sem o conhecimento, só o conhecimento liberta e a leitura é a porta de entrada.

Neste texto eu não estou aqui para criticar partidos, porque eu não tenho nenhum partido, eu não idolatro homens, idolatro o conhecimento, e ainda assim, nem todo o conhecimento é válido. É por isso que a leitura é tão importante. Porque constrói o pensamento crítico para que saibamos separar as informações podres, das informações de valor. Eu defendo o livro porque ele traz consigo o poder de libertar as mentes. 

Seres humanos são seres evoluídos que têm o poder de construir coisas inimagináveis apenas com a criatividade e força de vontade. Podar a leitura é como cortar o elo do nosso cérebro com o que temos de mais precioso, a criatividade de mudar nossos mundos, a vontade e a independência de pensar.

Em países desenvolvidos onde a leitura é estimulada, as pessoas são mais prósperas. Nosso país talvez nunca tenha pensado em um desenvolvimento humano onde as pessoas pensam por conta própria, é por isso que cabe a nós procurarmos a leitura. Mesmo que existam projetos de lei como o da taxação do livro, mesmo que os livros fiquem mais caros (o que deveria ser o contrário), nós NÃO VAMOS PARAR DE LER!