[Resenha] Edgar Allan Poe: Medo Clássico da Darkside Books - Um delicioso banquete de mistérios e Horror



Comecei a ler o livro Edgar Allan Poe da Coleção Medo Clássico da Darkside Books sem nenhuma pretensão. Já fazia algum tempo que estava na estante e finalmente achei que deveria ser a hora que encará-lo.
Anteriormente pouco tive contato com Poe e as coisas que ouvi falar ao seu respeito me fizeram sentir curiosidade em ler as suas obras.


A edição da Darkside como sempre é espetacular. Encadernado em capa dura e em uma diagramação lindíssima com ilustrações e fotos do autor, o livro é emoldurado em uma edição que faz jus ao seu trabalho.
Sobre as obras em si, confesso que me surpreendi com a escrita do autor, a forma como nos envolve nas histórias e nos deixa de cabelo em pé.



Os quinze contos são divididos em 6 partes. Acompanhe a resenha:

  • O Espectro da Morte: a narrativa dos contos me surpreendeu com um tom assombroso e narrados em primeira pessoa. Me senti sufocada em O Poço e o Pêndulo, a história narra sobre um prisioneiro da Inquisição francesa e as torturas perturbadoras que ele teve que passar. A Queda da Casa Usher, me causou arrepios. Narrada em um tom sombrio, nos deparamos com uma história sobre pesadelos, morte, e um pouco sobre a loucura também. E O Baile da Morte Vermelha acompanhamos um baile eterno e protegido da praga da Morte Vermelha, uma doença que se espalha pelo país. Senti no conto um certo tom vitoriano e gótico. Poe nos deslumbra com metáforas e um banho de sangue.  
  • Narradores Homicidas: temos nessa segunda parte alguns dos contos mais estranhos e talvez os mais perturbadores desse volume. Em O Gato Preto, Poe nos mostra a face de um homem que sempre se mostrou bondoso e dócil, principalmente com os animais de estimação, mas que por um certo motivo acaba sentindo ódio do seu gato, animal que mais gostava e que considerava o seu amigo. O conto narra algumas atrocidades cometidas pela mente doentia do protagonista e nos faz pensar sobre as maldades profundas escondidas sob os corações humanos. Já O Barril de Amontilhado se trata sobre vingança e eu gostei do final, é meio previsível, mas esse conto foi gostoso de ler. O Coração Delator conta sobre um homem que tem medo do olho de um velho e faz um esquema para mata-lo. Mesmo não tendo nada contra o velho, o homem temia aquele olho, achava-o parecido com o olho de um abutre, sempre o vigiando. Com um tom esquizofrênico, o homem leva a cabo o seu plano e Poe nos desnuda mais uma vez, a alma atormentada do seu personagem.
  • Detetive Dupin: de todos os contos estes foram os que mais me prenderam e os que eu mais gostei. Os contos policiais de suspense e mistério narram sobre Dupin, um homem com uma inteligência incomum e analítica que consegue não só desvendar mistérios de assassinatos, como outros mistérios que nem a polícia consegue resolver como no conto A Carta Roubada. A capacidade de Poe em expor as análises de Dupin é impressionante e nos revela a mente brilhante do autor. Os contos Os Assassinatos da Rua Morgue e O Mistério de Marie Rogêt se tratam de histórias reais e que Poe expôs de uma forma criativa e numa linguagem cientifica, que para muitos pode ser considerada cansativa, mas para mim foi um grande prazer pelo prestígio da leitura que me forneceu tantos conhecimentos acerca do raciocínio lógico.
  • Mulheres Etéreas: temos aqui narrativas românticas em que todos os contos vemos a mulher, objetivo romântico do protagonista, ser descrita quase como uma divindade. Temos a exaltação da amada (beleza, inteligência), todas descritas como seres superiores. Nos contos Berenice, Ligeia e Eleonora, nós vemos homens apaixonados e perdidos por conta da morte da sua amada e sobre a alma flagelada desses homens.
  • Ímpeto Aventureiro: o conto o Manuscrito encontrado numa garrafa me surpreendeu por se tratar de uma aventura no mar e temos o nosso protagonista perdido no meio do oceano em um terror de águas traiçoeiras e escuridão. Dos três contos dessa parte, O Escaravelho de Ouro foi o que eu mais gostei, não sabia que Poe também escreveu sobre aventura, onde ele prova escrever tão bem. E por último, Nunca aposte a cabeça com o diabo foi um pouco previsível também, foi o conto que eu menos gostei, contudo valeu a pena ler todos os contos da coletânea.
  • O Corvo: na última parte do livro temos A Filosofia da Composição onde Poe expõe como a obra foi criada, a versão original da poesia O Corvo em inglês e as duas traduções por Machados de Assis e Fernando Pessoa. Confesso que gostei mais da versão de Machado de Assis. O Poema conforme Poe explica é milimetricamente perfeito e conta uma história melancólica de um jovem que ao perder a sua amada busca por respostas sombrias a um corvo que só sabe uma única palavra: Nunca mais.


Temos nessa coletânea obras atemporais e que se perpetuarão por longos séculos. Depois de finalmente ter lido parte das obras de Poe eu posso dizer que tudo faz jus a sua reputação de Mestre do Terror. E claro, continuarei acompanhando e lendo as obras de Edgar Allan Poe e tenho a sorte da Darkside já ter lançado o segundo volume da coleção.

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