[Resenha] A Revolução dos Bichos, George Orwell [COM SPOILER] - Uma forte crítica a governos totalitários que se iniciam propondo liberdade e igualdade

by - abril 13, 2021

 


Livro: A revolução dos bichos

Autor: George Orwell

Editora: Alpeh

Sinopse: Escrito durante a Segunda Guerra Mundial e publicado em 1945, A revolução dos bichos – uma alegoria política baseada na Revolução Russa e na ditadura stalinista – foi eleito um dos cem melhores romances em língua inglesa do século 20.

Cansados dos maus-tratos e da exploração a que são submetidos na Fazenda do Solar, os animais se rebelam contra seu mestre, o expulsam e assumem o controle da propriedade.

Liderados pelos porcos, os bichos estabelecem uma sociedade igualitária baseada no Animalismo, um sistema de ideias contrário à tirania dos seres humanos e que, na prática, garantiria liberdade, justiça e fartura de alimentos a todos.

Mas, com o passar do tempo, as esperanças de um futuro mais feliz vão se perdendo. O ideais da rebelião são corrompidos e depois esquecidos. Os porcos, novos donos do poder, repetem antigos hábitos e, aos poucos, instauram um novo regime de opressão.

 

“Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros.”

 

A obra de George Orwell considerada uma fábula me surpreendeu com o seu enredo repleto de sátiras aos regimes totalitários. Utilizando os bichos como forma de apontar o homem como um animal, a leitura do livro é de linguagem simples, mas completa de significados. 

A Revolução dos Bichos foi escrita no final da 2ª Guerra Mundial. A história se passa numa fazenda onde os animais vivem conforme as regras dos homens. Um porco chamado Major, transmite ideais de independências para os bichos, e promete que em um futuro próximo, eles não precisarão seguir as regras dos homens e poderão se tornar independentes. Major ensina para os animais, uma canção chamada “Bichos da Inglaterra” que se torna o grito de guerra entre eles. 

Anos depois, quando o porco Major faleceu, outros porcos continuam a pregar a independência dos animais. Eles discutem o surgimento de uma sociedade ideal, onde todos os animais seriam iguais e os humanos seriam os seus inimigos. 

O Senhor Jones é o dono da Fazenda do Solar e os animais conspiram contra ele, os porcos, principalmente Napoleão e o porco Bola de Neve, são os mais inteligentes e lideram a revolta que expulsam o Senhor Jones e sua família da fazenda, agora chamada de Fazenda dos Bichos.

 Depois da fazenda ser tomada, os porcos, que são os poucos animais que sabiam ler e escrever, fizeram um conjunto de regras para que todos os animais se beneficiassem. Uma das regras, dizia que nenhum animal poderia fazer o que o homem fazia, como dormir em camas, beber álcool, vestir roupas e etc.

 No começo, as coisas deram certo, os animais estavam felizes e satisfeitos, trabalhavam e produziam apenas para eles mesmos e não passavam fome.

 As coisas começaram a mudar quando as ideias de Napoleão e Bola de Neve divergiram diversas vezes. Bola de Neve queria construir um moinho de vento, enquanto Napoleão não via necessidade para isso.

 No meio de algumas batalhas contra o Senhor Jones que tentava em vão recuperar a fazenda, e discussões entre os líderes, Napoleão que era autoritário conseguiu expulsar Bola de Neve, fazendo com que o porco se tornasse um traidor. Napoleão conseguiu convencer todos os animais que Bola de Neve tinha passado para o lado do Senhor Jones. Bola de Neve foi levado à força por cães raivosos, cães que foram tirados das suas mães desde pequenos e treinados por Napoleão.

No poder, Napoleão é o próprio líder autoritário, mas os animais são convencidos da sua benevolência, acreditam através dos boatos do porco Tagarela, que Napoleão tem a melhor das intenções no governo da fazenda.

Mesmo que os animais trabalhem ainda mais do que na época do fazendeiro Jones, e se alimentem menos, os mesmos são convencidos por mentiras, de que estão bem melhores do que na época de Jones, e por não serem instruídos, eles acreditam em tudo.

Napoleão informa que o moinho será construído, e que a ideia inicial sempre foi dele, e não de Bola de Neve. Os animais, mesmo confusos, trabalham como condenados, eles não entendem que estão sendo explorados, porque acreditam que somente o homem era explorador e que um animal jamais teria esse perfil.

Com o passar do tempo, os porcos têm contato com outras fazendas de humanos, e mesmo sendo questionado pelos animais, Napoleão diz que as negociações são necessárias para a prosperidade da fazenda. Além disso, os porcos começam a presidir a casa de Jones, eles até se vestem como humanos, bebem como humanos e dormem em camas.

Os animais são ludibriados a acreditar que a regra sobre os porcos usarem as coisas dos humanos, nunca existiu, e é contada a falácia de que todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que os outros. Com isso, os porcos se colocam acima de todos. Os animais que discutem sobre o que está acontecendo, acabam mortos. 

Ao final do livro, Napoleão e os porcos andam de duas patas, confraternizam com os humanos e fazem negociações e os animais veem algo diferente nos rostos dos porcos.

O livro é finalizado com a icônica frase: “ mas não dava para dizer quem era porco e quem era homem.”

Sexta-feira vai sair a minha análise completa da Revolução dos Bichos em meu canal do YouTube. Fiquem Ligados!

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