[Resenha] O Doador de Memórias de Lois Lowry - Uma distopia, disfarçada de utopia

by - outubro 18, 2019


Livro: Caçando Carneiros
Autor: Lois Lowry
Ano de Publicação: 2014
Editora: Arqueiro
Sinopse: Em O doador de memórias, a premiada autora Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existem dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não há amor, desejo ou alegria genuína.
Os habitantes de uma pequena comunidade, satisfeitos com a vida ordenada, pacata e estável que levam, conhecem apenas o presente o passado e todas as lembranças do antigo mundo lhes foram apagados da mente.
Um único indivíduo é encarregado de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis.
Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo.

Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar.


"Quando as pessoas têm a liberdade de escolha, elas escolhem errado."


Trago para vocês um livro que eu recomendo muito e que aborda questões morais de forma sutil e nos faz pensar.

No livro O Doador de Memórias o que a autora constrói é aparentemente uma utopia, mas com a leitura é determinante lidarmos com as consequências de uma sociedade que parece igualitária.

Vislumbramos os habitantes de uma comunidade que vivem de forma pacífica, sem ter conhecimento do seu passado e sem memórias eles vivem satisfeitos. Há apenas um ser humano, chamado O Guardião de Memórias, que detém todo o conhecimento e sabedoria.

Jonas, o protagonista, é escolhido para ser o sucessor do Guardião, contudo o garoto de 12 anos ao se deparar com as descobertas daquela profissão, se questiona sobre a verdade daquela sociedade.

O livro em si me deixou bastante incomodada em alguns pontos, pois o grande questionamento é que se as pessoas não têm memórias, como elas podem ter liberdade de escolhas e pensamentos?

A obra toca em pontos como respeito às diferenças, fazendo com que o leitor se sinta agonizado pela vida de mesmice daquela sociedade. Como por exemplo o fato das pessoas serem todas exatamente iguais! Os habitantes da comunidade não têm memórias das cores, eles enxergam tudo cinza!
Foi angustiante alguns trechos e confesso que senti a mesma agonia de Jonas.

Fiz essa leitura em 2014 e até hoje me lembro da sensação de impotência que me provocou. Gostei bastante da abordagem da Lois Lowry e ainda pretendo ler a continuação.
Para quem gosta do gênero distópico é uma ótima pedida.

Obrigada por me acompanhar e aguardam que vêm muito mais por ai!
Até a próxima!

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