[Resenha] The Kiss of Deception, Mary E. Pearson - A autora trabalhou bem a sua mitologia, mas deixou a história se arrastar em alguns capítulos

by - abril 06, 2020


Livro: The Kiss of Deception

Série: Crônicas de Amor e Ódio

Autor: Mary E. Pearson

Editora: DarkSide Books

Sinopse: Tudo parecia perfeito, um verdadeiro conto de fadas menos para a protagonista dessa história. Morrighan é um reino imerso em tradições, histórias e deveres, e a Primeira Filha da Casa Real, uma garota de 17 anos chamada Lia, decidiu fugir de um casamento arranjado que supostamente selaria a paz entre dois reinos através de uma aliança política. O jovem príncipe escolhido se vê então obrigado a atravessar o continente para encontrá-la a qualquer custo. Mas essa se torna também a missão de um temido assassino. Quem a encontrará primeiro?

Quando se vê refugiada em um pequeno vilarejo distante o lugar perfeito para recomeçar ela procura ser uma pessoa comum, se estabelecendo como garçonete, e escondendo sua vida de realeza. O que Lia não sabe, ao conhecer dois misteriosos rapazes recém-chegados ao vilarejo, é que um deles é o príncipe que fora abandonado e está desesperadamente à sua procura, e o outro, um assassino frio e sedutor enviado para dar um fim à sua breve vida. Lia se encontrará perante traições e segredos que vão desvendar um novo mundo ao seu redor.

O romance de Mary E. Pearson evoca culturas do nosso mundo e as transpõe para a história de forma magnífica. Através de uma escrita apaixonante e uma convincente narrativa, o primeiro volume das Crônicas de Amor e Ódio é capaz de mudar a nossa concepção entre o bem e o mal e nos fazer repensar todos os estereótipos aos quais estamos condicionados. É um livro sobre a importância da auto descoberta, do amor, e como ele pode nos enganar. Às vezes, nossas mais belas lembranças são histórias distorcidas pelo tempo.

“Todos os caminhos pertencem ao mundo. O que é magia senão aquilo que ainda não entendemos?”

Lia, ou melhor, a princesa Arabella Celestine Idris Jezelia do reino de Morrighan, é descendente da linhagem das primeiras filhas. Os deuses abençoam todas as primeiras filhas com o Dom, que é desconhecido para ela, pois Lia não aparenta ter nenhum dom. Ela tem apenas 17 anos e só quer ter uma vida livre e longe da corte.

Esse tal dom sempre foi uma arma poderosa para o reino de Morrighan e muitas dessas primeiras filhas já foram usadas como armas de guerra. Lia também acaba no meio desse jogo de xadrez, quando o seu pai propõe ao reino de Dalbreck, uma aliança política por meio de um casamento entre Lia e o príncipe herdeiro de Dalbreck.

No dia do casamento os artesãos fazem um desenho de tinta em suas costas, do leão, símbolo de Morrighan, que deveria sair em poucos dias.

Não querendo ser um peão nas mãos dos reis, Lia foge em busca da sua liberdade, com a sua criada e amiga Pauline. As duas chegam até Terravin em segurança, ou é o que elas acreditam. Lia, não é uma princesa fresca, ela logo se adapta à nova realidade e trabalha para ter o que comer. Lia tenta limpar o desenho das costas a todo custo, mas apesar de limpar quase tudo, ainda fica o desenho das Garras e das Vinhas, o que condiz com uma profecia estranha que a sua mãe havia lhe dito no dia do casamento.

Sem ela saber, o príncipe de Dalbreck está furioso e ofendido com a sua fuga, e está em seu encalço. Além disso, um assassino também está procurando por ela, para assassiná-la. O livro intercala nas primeiras pessoas de Lia, Kaden e Rafe, um deles é o príncipe e o outro é o assassino, mas isso a autora só revela no final da obra.

A princesa Lia conhece os seus dois perseguidores na taverna em que trabalha como garçonete, e é aí que a história se arrasta. Tanto Rafe quanto Kaden tenta contato com a garota por meio de gracejos, para que pudessem descobrir o que queriam. Lia não faz ideia de quem são eles, ou o que eles querem, mas o seu coração parece balançar por um deles.

Lia percebe o perigo dos dois homens que a rodeiam, mas não pode se aventurar em uma nova viagem, pois Pauline está grávida e o seu namorado havia abandonado-a. Por isso a princesa precisa confiar nos dois desconhecidos. Quem está sendo falso e quem está sendo real?

The Kiss of Deception é uma fantasia épica repleta de cenários medievais, romance, e mistérios. O que é mais gosto no livro é a escrita poética de Mary E. Pearson. Ela tem uma narrativa bonita e principalmente as profecias do livro são bem harmônicas. Eu também gostei muito do fato da autora não ter revelado logo de cara quem era o príncipe e quem era o assassino e sobre o Dom especial que Lia vai adquirindo na sua jornada.

O meu personagem favorito é o Kaden por conta do seu amadurecimento em relação ao seu passado, mas não vou falar sobre ele, pois já li todos os livros da série e seria spoiler.
Lia é uma personagem bastante forte e livre. Ela não gosta de se sentir presa e quer ser a dona do próprio destino. Desde o começo achei a sua personalidade bem interessante, a única coisa que não gostei foi o fato de ter se apaixonado muito rápido, é só você ler para que possa entender a minha indignação.
Apesar de tudo, o começo da história é um pouco arrastada e deixa a desejar. Não gostei de algumas escolhas que a autora fez durante a jornada da protagonista, pois o sentimento é de que Lia perdeu muito tempo parada, enquanto a história pedia ação. Para um livro de tantas páginas, acho que autora poderia ter adiantado mais as cenas de ação. A trama profética e política é bastante empolgante e muitas vezes vai para um plano de fundo, bem lá no fundo mesmo, para que um romance fosse desenvolvido, e Lia que é uma garota de pensamento forte, se torna uma boba apaixonada de uma hora pra outra. 
Não que ela não pudesse se apaixonar, mas veja: num cenário daqueles, ela com tantos problemas e sem saber em quem confiar, acho que o amor deveria ser o último pensamento dela.
O fato é: a autora soube criar um universo fantástico e único, mas se perdeu em algumas páginas. Mas eu se fosse você não deixaria esse livro de lado, apesar dos pontos negativos. The Kiss of Deception se destaca porque traz uma história diferente de muitos outros mundos já criados.
No mais, é isso. Espero que tenha gostado da resenha! Até a próxima!

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